segunda-feira, janeiro 29, 2007

A pedido do António Stein, um poema para acompanhar a sua fotografia no post de cima

Estigma


Por sendas oblíquas,
violência urbana
violência doméstica.

Delitos, impunidade e dor,
na penumbra das cidades.

Pelas esquinas,
rostos anónimos,
corpos banhados
pelas marcas do desamor.

Não importa a idade,
classe social.

Mulheres,
tomadas pelo medo,
têm a alma amargurada,
a carne rasgada.

Nos olhares castigados,
não há lágrimas nem sorrisos.

Só um silencioso pedido de socorro
entre sonhos adormecidos.

O tempo, é como sopro,
leva sem remorsos,
o silêncio da noite, os hematomas,
as escoriações, as mãos vazias...

- ( não importa a identidade,
o coração partido,
o medo
a desventura) -

E, sem sofismas na alvorada,
traz a denúncia,
porta à liberdade!

Andréa Motta30/11/04

2 comentários:

Conceição Paulino disse...

uma mtº boa análise na forma poética. Obrigada.
Bj.
Luz e paz

bettips disse...

Tão importante o que o António diz! Merece mil poentes e abraços.