quinta-feira, novembro 30, 2017

AGENDA PARA DEZEMBRO DE 2017



Dia 21 - Com as palavras dentro do olhar sobre fotografia de Licínia.

AGENDA PARA DEZEMBRO DE 2017

Proposta de Licínia
Dia 7 - Ao jeito de cartilha: Proponho-vos que usemos a sílaba “la para formar as nossas palavras. A palavra que cada um apresentar tem que conter a sílaba pedida e exprimir a imagem que lhe foi associada com sintonia clara entre ambas. Se houver preferência por um conceito, a regra a aplicar é a mesma, ou seja, ele tem que ser expresso por uma palavra que tenha a sílaba pedida. O texto que alguns de nós acrescentarmos é apenas facultativo e um complemento.
Dia 14 - Reticências com a frase “Então vamos lá a iniciar o texto. Não esquecer a fotografia.
Dia 21 - Com as palavras dentro do olhar sobre fotografia de Licínia.
Dia 28Fotografando as palavras de outros sobre o poema
DA SIMPLICIDADE
 
Escondo-me atrás de coisas simples,
para que me encontres.
Se não me encontrares, encontrarás as coisas,
tocarás o que minha mão já tocou,
os traços juntar-se-ão de nossas mãos,
uma na outra.
A lua de agosto brilha na cozinha
como pote estanhado (pela razão já dita),
ilumina a casa vazia e o silêncio ajoelhado,
este silêncio sempre ajoelhado.
Cada palavra é a partida
para um encontro - muita vez anulado –
e só é verdadeira quando, para esse encontro,
ela insiste, a palavra.
Yannis Ritsos, tradução de Eugénio de Andrade

O DESAFIO DE HOJE

Proposta de Jawaa
Dia 30Fotografando as palavras de outros sobre o poema

TESTAMENTO

À prostituta mais nova
Do bairro mais velho e escuro
Deixo os meus brincos, lavrados
Em cristal, límpido e puro...
E àquela virgem esquecida
Rapariga sem ternura
Sonhando algures uma lenda
Deixo o meu vestido branco
O meu vestido de noiva
Todo tecido de renda.
Este meu rosário antigo
Ofereço-o àquele amigo
Que não acredita em Deus...
E os livros, rosários meus
Das contas de outro sofrer
São para os homens humildes
Que nunca souberam ler.
Quanto aos meus poemas loucos,
Esses, que são de dor
Sincera e desordenada
Esses, que são de esperança
Desesperada mas firme,
Deixo-os a ti, meu amor...
Para que, na paz da hora
Em que a minha alma venha
Beijar de longe os teus olhos,
Vás por essa noite fora
Com passos feitos de lua
Oferecê-los às crianças
Que encontrares em cada rua...

Alda Lara

quarta-feira, novembro 29, 2017

10. Zambujal


                                                                                                                               (em S. Tomé)
                                 
                      Obrigado, Alda Lara!, 
                   por teus “poemas loucos” 

Zambujal

9. Teresa Silva

8. Mena M.



«... Em que a minha alma venha 
Beijar de longe os teus olhos, ...»

7. M.


 “... Sonhando algures uma lenda...” 

(Hoje fugi pela primeira vez às regras do PPP, ou seja, a minha fotografia não é original, foi feita sobre uma outra retirada de um álbum de família, mas pareceu-me que ilustrava bem uma parte do poema. Dia do casamento dos meus avós maternos, 1888.)

6. Luisa

5. Licínia



 “… e os livros, rosários meus…”

4. Justine



“…vás por essa noite fora 
com passos feitos de lua…”

3. Isabel

2. Bettips



"...deixo os meus brincos, lavrados 
em cristal, límpido e puro..."

1. Agrades



“Este meu rosário antigo 
ofereço àquele amigo
que não acredita em Deus...”

quinta-feira, novembro 23, 2017

AGENDA PARA NOVEMBRO DE 2017

Proposta de Jawaa
Dia 30Fotografando as palavras de outros sobre o poema

TESTAMENTO

À prostituta mais nova
Do bairro mais velho e escuro
Deixo os meus brincos, lavrados
Em cristal, límpido e puro...
E àquela virgem esquecida
Rapariga sem ternura
Sonhando algures uma lenda
Deixo o meu vestido branco
O meu vestido de noiva
Todo tecido de renda.
Este meu rosário antigo
Ofereço-o àquele amigo
Que não acredita em Deus...
E os livros, rosários meus
Das contas de outro sofrer
São para os homens humildes
Que nunca souberam ler.
Quanto aos meus poemas loucos,
Esses, que são de dor
Sincera e desordenada
Esses, que são de esperança
Desesperada mas firme,
Deixo-os a ti, meu amor...
Para que, na paz da hora
Em que a minha alma venha
Beijar de longe os teus olhos,
Vás por essa noite fora
Com passos feitos de lua
Oferecê-los às crianças
Que encontrares em cada rua...

Alda Lara

O DESAFIO DE HOJE

Proposta de Jawaa  

Dia 23Jornal de Parede

10. Zambujal



Se servir para jornal de parede, poderia ter o título (ou a legenda): uma leitura de parede a parede. 
Zambujal

9. Teresa Silva



Ontem estive no Palácio Magalhães. Uma visita guiada seguida de almoço, numa das salas com tectos fabulosos. 
Teresa Silva

8. Mena M.

7. M.



Quando um dia vi esta miniatura numa loja comprei-a porque me lembrou o rapaz leiteiro que subia a pé as velhas escadas de madeira do prédio onde eu morava com a minha família, num bairro de Lisboa. Era então no patamar do nosso 3º andar que ele vertia várias vezes o leite da leiteira de alumínio para dentro das medidas, e depois para o nosso fervedor, até completar a quantidade pedida, tão hábil o seu gesto que nem uma pinga de leite caía no chão. Ainda oiço o barulho das medidas e da corrente que as segurava! 
M

6. Luisa

5. Licínia

4.Justine



(fotografia da fachada da casa dos Bicos onde reside a Fundação José Saramago) 
Justine

3. Isabel


Uma sugestão de leitura: O Livro de Emma Reyes. A história da pintora contada por ela própria, através de cartas enviadas a um amigo. Um livro fácil de ler e muito interessante, sobre uma pintora que desconhecia. 
Isabel

2. Bettips

1. Agrades

quinta-feira, novembro 16, 2017

AGENDA PARA NOVEMBRO DE 2017

Proposta de Jawaa

Dia 23Jornal de Parede

O DESAFIO DE HOJE


Dia 16 - Com as palavras dentro do olhar sobre fotografia de Jawaa.

10. Zambujal

Um copo meio vazio de água cheio de flores e cor; um muito elegante adereço no balouço do tempo; uma ilusão de óptica de um copo a fazer de jarra assente sobre uma mesa de jardim.
Tudo isso (ou não…) num desafio interessante. 
Zambujal

9. Teresa Silva

A Primavera no Outono. Bonitas flores. 
Teresa Silva

8. Mena M.

Com flores se faz um brinde gigante. E por associação de ideias lembrei-me de um brinde que se fazia em casa dos meus avós e era assim: à saúde dos presentes, dos ausentes que pertencem aos presentes, ou que a eles venham a pertencer! 
Mena

7. M.

Por vezes há que ser criativo para conseguir manter visível a alegria da cor na transparência. Para que o mundo não esmoreça. 
M

6. Luisa

Inventemos alegrias. 
Luisa

5. Licínia

Um cálice é recipiente que sugere bons sabores, fortes odores, festividades. Quando assim suspenso, de grandes proporções, dando de beber a flores garridas, exorbita seus significados e pode ser chamado de Alegria. Tchim-tchim!
Licínia

4. Justine

Em primeiro plano, uma jarra com um colorido arranjo de flores, bem enquadrada por traves de madeira, quem sabe pertencentes a um telheiro de jardim. Muito interessante a perspectiva em que a fotografia foi feita, pois num olhar imediato se tem ideia de que a jarra está colocada sobre uma das mesas do jardim em segundo plano, e não pendurada na trave que a enquadra. Belo o conjunto, divertido o quase-engano para um olho mais distraído! 
Justine

3. Isabel

A foto é muito bonita. Ficamos com a ideia de que mostra um tempo e um lugar onde tudo de bom pode acontecer!

Isabel

2. Bettips

O dom de bem receber, ao nos depararmos com um vaso transparente, suspenso das palavras, cheio de flores. A mesa e as cadeiras estão mais à frente, a relva chama o olhar e o acolher, esperando a limpidez (o vidro) e alegria dos diálogos (as flores). 
Bettips

1. Agrades

Um cálice gigante a servir de jarra a um braçado de dálias, suspenso por um cordel para evitar contratempos, lembra-me um seu similar que outrora alojou, por algum tempo, um pobre peixinho vermelho…
Agrades

quinta-feira, novembro 09, 2017

AGENDA PARA NOVEMBRO DE 2017


Dia 16 - Com as palavras dentro do olhar sobre fotografia de Jawaa.

O DESAFIO DE HOJE

Proposta de Jawaa
Dia 9 - Reticências com a palavra “Quando a iniciar o texto. Não esquecer a fotografia.

10. Zambujal



Quando menos esperava, no meio do caminho tinha um bugalho. Não uma pedra, como no meio do caminho do Drummond de Andrade!
Quando vinha andando, e filosofando…, no meio do caminho tinha um bugalho.
Quando o meu pé ia terminar aquele passo para começar um outro, ainda me tentou dar-lhe um pontapé. Era tão redondo o bugalho do meio do caminho… Mas a pequenina folha de carvalho agitou-se como bandeira a pedir uma trégua. Peguei-lhe quase com carinho. Trouxe para casa o bugalho com a sua bandeira de paz, vieram juntos ao livro e aos papéis gatafunhados durante o almoço.
Está ali. A acompanhar-me, o bugalho que tinha no meio do caminho. 

Zambujal

9. Teresa Silva



Quando abri a janela, de manhã, toda a pateira de fermentelos estava debaixo de um denso nevoeiro, de uma beleza inesquecível. 
Teresa Silva

8. Mena M.


Quando temos a sorte de descobrir uma pequena obra de arte, criada por algo de tão comum como um raio de sol, podemo-nos considerar sortudos. 
Mena

7. M.



Quando olhei para cima lembrei-me de uma conhecida expressão usada por muitos de nós em certas ocasiões problemáticas. Pois é, ter uma pedra no sapato acontece por aí, seja de gravilha o solo que se pisa, de alcatrão, cimento ou qualquer outro, até o imaginário onde o nosso pensamento circula. Por causa daquelas pedras no telhado, não sei se periclitantes, se tenazes na postura assumida, dei comigo a questionar-me sobre a expressão Ter uma pedra no sapato e cheguei à conclusão que o seu significado extravasa matérias e territórios. Em Villafranca del Bierzo, por exemplo, há quem as tenha no telhado. E o que aconteceria se o telhado fosse de vidro? Com facilidade se partiria, julgo eu, e pronto, ficava tudo em pratos limpos, ou melhor dizendo, em pedacinhos iridescentes, o que por vezes resolve situações em equilíbrio instável. 
M

6. Luisa



 Quando ainda havia água.
 Luisa

5. Licínia


Quando uma casa nos pede para entrar. 
Licínia

4. Justine



Quando a praia fica deserta e só se tem por companhia o vento e as efémeras pegadas deixadas na duna, é bom esperar a serenidade do poente sonhando mares, horizontes e novos dias. 
Justine 

(fotografia de uma escadaria na praia da Vagueira)

3. Isabel



Quando era criança acreditava que todos os sonhos eram possíveis e que os meus sonhos se iam tornar realidade. Mas vamos crescendo e a vida vai-nos trocando as voltas e afinal quase nada era verdade, quase nenhum sonho se tornou realidade. Pelo menos, não da forma que o imaginámos.
Mas não importa!
Importante é nunca deixar de sonhar, enquanto procuramos sempre o lado positivo da realidade que nos vai sendo permitido viver.
Isabel

2. Bettips


Quando olhei, num primeiro olhar, não entendi o que eram as figuras, como formigas suspensas ou aranhas em fio de teia. Aproximei o zoom da máquina e percebi : homens limpavam a fachada do prédio espelhado, num equilíbrio que a mim me pareceu impossível. O contraste da simples construção em frente, fez-me pensar na modernidade e nos milhares de prédios envidraçados que agora estão na moda. “Novas oportunidades de emprego”, de risco, penso eu, com alguma ironia. 
Bettips

1. Agrades



Quando o mar bate na rocha quem se lixa é o mexilhão. 
Agrades

quinta-feira, novembro 02, 2017

AGENDA PARA NOVEMBRO DE 2017

Proposta de Jawaa
Dia 9 - Reticências com a palavra “Quando a iniciar o texto. Não esquecer a fotografia.

O DESAFIO DE HOJE

Proposta de Jawaa
Dia 2 - Ao jeito de cartilha: Proponho-vos que usemos a sílaba “ para formar as nossas palavras. A palavra que cada um apresentar tem que conter a sílaba pedida e exprimir a imagem que lhe foi associada com sintonia clara entre ambas. Se houver preferência por um conceito, a regra a aplicar é a mesma, ou seja, ele tem que ser expresso por uma palavra que tenha a sílaba pedida. O texto que alguns de nós acrescentarmos é apenas facultativo e um complemento.

10. Zambujal

Nós, em inlita auto-pose de cario… de outros!

Zambujal

9. Teresa Silva



 Cloreto de dio

8. Rocha/Desenhamento

7. M.



brio

6. Luisa



os fios telefónicos nos comprovam que a aldeia não morreu. 
Luisa

5. Licínia


  
Inlito

Apetrechos para os mineiros de Mieres (Astúrias) colocarem as roupas, calçado, capacete, etc. antes de tomarem duche e depois deixarem a toalha. Tudo cronometrado, identificado, após oito horas minando carvão a mais de vinte metros de profundidade. A mina está desactivada. Em 2007 morreram lá 14 homens, a média anual.
Licínia

4. Justine



 Subnico

3. Isabel


                    A boneca nia

2. Bettips



lido

Castelo de Sant'Angelo, Roma 2014.
Ali está, solitário e sólido, resistindo e acompanhando a história da cidade. Iniciado em 123 d.C. pelo Imperador Adriano como mausoléu pessoal e familiar, sofreu muitas transformações e serviu várias finalidades: fortaleza, residência papal, tribunal e prisão, sendo transformado finalmente em 1925 em museu nacional.
Bettips

1. Agrades

                         Cario