quinta-feira, abril 12, 2018

4. Licínia



Alta ia a noite, raros os carros a descerem a rua, recolhidas as pessoas em suas casas, talvez a darem uma última arrumação na cozinha, talvez a procurarem o sono num programa tardio da televisão. Havia a calma de uma noite morna de Verão. Saí a porta, atravessei a rua, levava comigo a máquina de fotografar. Os candeeiros, fogachos de luz, a espaços, rua acima, a pontuarem a noite, foram eles que guardei na máquina, que guardei na memória. Há sempre uma qualquer imagem que guardamos duma noite que vai alta, tranquila, morna, iluminada, como esta. 
Licínia
(A história da foto é esta, tal e qual.)

7 comentários:

Justine disse...

A tua fotografia transportou-me para uma Londres do sec.XIX, com estripadores pelas ruas e Sherlock Holmes a resolver crimes!

Mónica disse...

os candeeiros fizeram-me lembrar homens de chapéu alto, assim como diz a Justine, à espera da vitima ahahahah

M. disse...

É verdade, esta fotografia lembra o que as meninas atrás dizem. Até o modo como foi descrita a história da fotografia lembra essas cenas misteriosas dos filmes.

Licínia Quitério disse...

Verdade. Estava a treinar para mais um policial.

Conan Doyle, Licínia.

Anónimo disse...

A noite é sempre muito "fotogénica". E esta foto está perfeita.

Teresa

mena maya disse...

À noite pertecem os mistérios, que a tua excdelente foto tao bem transmite, Licínia!
Quanto ao policial, vou levar a sério.

Anónimo disse...

Se fosse mais nova também iria rua fora nas noites de insónia tirar fotos às luzes. Não o sendo, prefiro ficar sentada num dos cadeirões da M. (Luisa?