quinta-feira, setembro 05, 2019

8. Margarida


Altura era, na altura, inóspita e apenas habitada por locais, entenda-se, por pescadores.
Ansiávamos – nós, as primas – por esses 15 dias de areia branca, água salgada e vinho verde Gatão.
O mar era morno e a luz das luas convidativa. Da janela do nosso querido r/c fugíamos naturalmente, ajudadas por 1 tia mansa e permissiva. E voltávamos algumas horas depois, quando não madrugada dentro, ébrias de idade, areadas de pés, vidradas de olhar e de esperança.
Eram os nossos loucos anos 70. 
Margarida

6 comentários:

Isabel disse...

E era tudo mais verdadeiro (creio...).

M. disse...

Que sorte terem "uma tia mansa e permissiva". Mas também imagino que, se ela não tivesse essas características, as primas arranjariam maneira de se safar...

bettips disse...

Uma bela evocação em palavras, uma paisagem repousante. E ficam bem os adjectivos deslocados! "ébrias de idade, areadas de pés, vidradas de olhar e de esperança."
Gostei muito.

Anónimo disse...

Todas em busca da luz
Luisa

Justine disse...

A luz das recordações doces da juventude

Mónica disse...

já vi que não é Altura pelas palmeiras, a "minha" praia :D gostei do texto e de saber que a "minha" praia está cheia de histórias