
Voltei a ouvi-los.
Foi a frase pronunciada quando fechou a porta ao mundo soturno dos surdos.
Agora que já tinha os seus aparelhos auditivos, teríamos de ser mais cautelosos com as conversas mantidas por perto, se não quiséssemos ser apanhados nalguma inconveniência.
A tia poderia, pois, escutar o canto dos seus canários, a chuva tamborilando no telhado e, até, como dizia a publicidade, escutar uma moeda a cair.
A sua cara refletia imensa felicidade quando ela própria se ouviu a dizer:
Voltei a ouvi-los.
Benó
"O mundo soturno dos surdos", os gestos e palavras, sons adivinhados - aqui resolvidos.
ResponderEliminarUma graça.
Uma alegria,
tão rara que "os outros" não o sabem avaliar!
Que bonita ideia!!!
ResponderEliminarO convívio humano recuperado. Tão complexo é este nosso mundo de perdas e ganhos! Tão pessoal é o entendimento da fragilidade humana! Neste texto encontro essa ideia posta de modo muito simples.
ResponderEliminarVoltei para dizer que a renda sugere precisamente a fragilidade da vida humana de que falei acima.
ResponderEliminarO teu texto é feito de sensibilidade, de compreensão e de alguma ironia! Muito bom, Benó:)))
ResponderEliminarExcelente!
ResponderEliminarAgrades
Se houver moeda... escutá-la-à :-)
ResponderEliminarMuito belo texto, remissível ao ouvir-primeiro.
~
Muito bonita esta maneira de contar uma história de regresso a um mundo que fora vedado.
ResponderEliminarFragilidades, pois, como diz a M.
Uma ideia muito original e cheia de sensibilidade.
ResponderEliminarTeresa Silva
É sempre tão bom voltar a...
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