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quinta-feira, dezembro 20, 2012

6. Licínia

Era, a bem dizer, um barco.
Um barco todo feito de água,
um barco chamado água,
deitado na água. Melhor dizendo,
uma água com barco dentro,
uma água com cor de barco,
com memória de barco.
Se praia houve, perdeu-se
num barco chamado mar,
imenso e azul, como todas
as viagens de todos os barcos
que não voltam a navegar.
Licínia

6 comentários:

  1. Anónimo20/12/12

    É como que um poema que se enleia
    no barco e na sua eventual ressurreição, para navegar de novo.

    Rocha de Sousa

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  2. Desaparece o medo do que está para além.

    Lindo o teu, agora também nosso poema, Licínia!

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  3. Um poema belo em tons de azul!

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  4. Era, a bem dizer, uma maneira tua de dizer "barco" e "remo" e "navegar",

    ainda, jogando tu-sempre com as palavras-puzzle-vida.

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  5. Lindo poema que todos sentimos quando se aproxima o fim.

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  6. do Zambujal25/12/12

    A poeta (não gosto de poetisa...) mergulhando com as suas palavras (de poeta) nos fotogafados barco e azul da água.

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