Há momentos assim.
Aproveitando a nesga de silêncio,
mansamente, no Sol em despedida,
sentaste-te no prado verde-luz,
varreste o céu com olhos de água.
Pressentindo a neblina, estremeceste.
De ambas as mãos entrelaçaste os dedos,
a aprisionar lembranças de regressos.
De súbito, um sorriso.
Uma ligeira curva nos teus lábios.
Nos teus olhos a brasa.
Foi golpe de asa
que te tirou a dúvida,
que te saldou a dívida.
Foi o ajuste de contas,
foi o virar da folha,
foi o pão para a boca,
foi o afago na nuca.
Que bom haver um fim de tarde
em que nada acontece,
nada te perturba.
O gavião não paira
e o pardal emudece.
Licínia
Momentos inspirados e inspiradores ó poeta!
ResponderEliminarQue bom ler-te neste teu momento de beleza assim partilhado.
ResponderEliminarMomentos de beleza que o fim de tarde sugere.
ResponderEliminarHá momentos assim, quase orientais e contemplativos
ResponderEliminarem que as aves param, a ouvir e ver Poesia!
Há momentos de poesia!
ResponderEliminarSão bons...
Agradecem-se!
Há momentos assim, em que somos brindados com um luminoso poema, que nos alegra o dia para além do momento...
ResponderEliminarUm belíssimo momento de poesia
ResponderEliminarDeslizar nas palavras como viagens - cada letra que leva, devolve o serena respiro de ser-em-si: ali e agora.
ResponderEliminar~