Pano
Palavras em murmúrio, eu as oiço como sopro do entardecer. Parecem frases fracturadas, ditas de boca em boca, de ouvido para ouvido. E fico a lembrar-me das noites em casa da tia, minha mulher menina, sentada no valado, contando as primeiras palavras da sua vida comigo.
Rocha de Sousa
Uma fotografia belo em drapeado, um texto belo em lisura!
ResponderEliminarQuase como pano de cenário que se fecha sobre a cena abaixo descrita? Assim a memória das memórias?
ResponderEliminarPano ou palavra, tudo são palavras.
ResponderEliminarEm casa das tias há sempre um pano a tapar a mesa onde nos sentamos à roda.
ResponderEliminarDiria a tia: "Em bom pano cai a nódoa".
ResponderEliminarA foto: etérea como o tempo de lembrar as palavras na brisa da memória.
ResponderEliminarAtrás do cortinado a referência maior de um tempo que já passou, mas se repete e continua vivo, trazendo paz.