Um
aprumo de juventude, uma firmeza, uma recusa a curvaturas, vénias.
Empertigada, diziam, vaidosa, um dia havia de vergar, talvez quebrar,
diziam, perante aquela verticalidade que confundia, incomodava.
Passaram anos, séculos, e ela ali, erecta, ignorante do despeito, da irritação de quem a olhava de viés, por medo de tão persistente inteireza.
Chegou o dia, havia de chegar, da vingança, de tentar o derrube da vertical afronta. Cercaram-na. Depois, todos à uma, empurraram. Eia, eia, ô! Sem tempo a perceber as razões de tal fúria, cedeu, um pouco, mais um pouco, inclinou-se. A turba ululava. Cai, cai, eia, ô!
Do meio da multidão, uma voz lhe chegou, em sopro, em soluço. Gosto de ti, minha torre de vontade! Sorriu, deteve o pendor, ficou imóvel, incólume, na sua nova pose de mulher reclinada em ombro oferecido. Misteriosamente, sem tombar. Uma Torre de vontade.
Passaram anos, séculos, e ela ali, erecta, ignorante do despeito, da irritação de quem a olhava de viés, por medo de tão persistente inteireza.
Chegou o dia, havia de chegar, da vingança, de tentar o derrube da vertical afronta. Cercaram-na. Depois, todos à uma, empurraram. Eia, eia, ô! Sem tempo a perceber as razões de tal fúria, cedeu, um pouco, mais um pouco, inclinou-se. A turba ululava. Cai, cai, eia, ô!
Do meio da multidão, uma voz lhe chegou, em sopro, em soluço. Gosto de ti, minha torre de vontade! Sorriu, deteve o pendor, ficou imóvel, incólume, na sua nova pose de mulher reclinada em ombro oferecido. Misteriosamente, sem tombar. Uma Torre de vontade.
Licínia
Gosto da personificação da torre.
ResponderEliminarGuerreira!
ResponderEliminarAlguém que vacila
ResponderEliminarvacilou
mas não caiu.
Ah imaginação desenfreada! Gostei do princípio da história, para quando a continuação??
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