Foto de Licínia
DE TARDE
Naquele piquenique de burguesas,
Houve uma coisa simplesmente bela;
E que, sem ter história nem grandezas,
Em todo o caso dava uma aguarela.
Foi quando tu, descendo do burrico,
Foste colher, sem imposturas tolas,
A um granzoal azul de grão-de-bico
Um ramalhete rubro de papoulas.
Pouco depois, em cima duns penhascos,
Nós acampámos, inda o sol se via;
E houve talhadas de melão, damascos,
E pão-de-ló molhado em malvasia.
Mas, todo púrpuro, a sair da renda
Dos teus dois seios como duas rolas,
Era o supremo encanto da merenda
O ramalhete rubro das papoulas!
Cesário Verde (1855-1886)
Flor que encanta e atrai, colorindo os campos com um mar de tonalidades.
ResponderEliminarTambém gostei mto da imagem, porque o poema já o adoro desde tenra idade.
ResponderEliminarBjs
TD
Que lindas, as papoilas! Adorei.
ResponderEliminarVamos ver se hoje ainda tenho tempo para lavar os olhos em toda essa maravilhosa brancura que por aí vai. **
Lembrei o poema e adorei as selvagens papoilas...
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