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quinta-feira, outubro 25, 2012

5. Licínia

...

Vem comigo. Eu ensino-te a ver o interior das pedras. Fecha os olhos. Tateia o fuste. Sente a fria lisura na palma da tua mão. Abraça a coluna até onde chegar a vontade dos teus braços. Encosta o ouvido como se faz a um búzio. Podes até pensar que tens um corpo vivo ali ao teu dispor. Escuta o bater do teu coração. Há muito não o ouvias, eu sei. É preciso sonhar com o interior das pedras para ouvir o relógio da vida.

Licínia

8 comentários:

  1. Eu acho que sim, que esta coluna e esta fotografia provocam uma reacção viva em quem a vê. É a pedra humanizada de uma maneira muito bela.

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  2. Belíssimo modo de dizer da nossa necessidade de arte para entendermos o nosso âmago!

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  3. Como a pedra e a sua modelada memória nos leva a reencontrar
    os afectos, o apelo aos encontros.

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  4. dizer da arte com arte!
    Lindo!

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  5. Só uma cadência de Poema nos poderia levar nesta demanda, enredada de segredos!

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  6. Anónimo28/10/12

    Poemas do tempo breve, pág. 88
    Agrades

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  7. Anónimo29/10/12

    ... eu tinha uma ideia de já ter visto isto... mas nada como uma vizinha da dita, ditosa amiga e atenta, eh eh eh! Obg
    B.

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  8. Zambujal31/10/12

    ... é preciso sonhar... sentir, nas pedras, o pulsar do tempo nosso.
    Só as/os poetas.

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