Os muros estão ali para contarem que houve um tempo antes da casa. E antes dele nasceram as pedras. A memória antiga das pedras fala de conchas, de peixes, de sal. Ao princípio era o mar, depois a terra e os seus bichos. E houve guerras quando chegaram os homens que fizeram os muros. E fizeram a casa. E plantaram a árvore. E colhem os frutos. E vivem e dormem, por detrás da cal, na casa de segredos, na concha de terra que veio depois do mar, depois do nada que foi antes do mar, antes, muito antes.
Licínia
Fotografia aberta à luz e, pelo que
ResponderEliminaro texto nos diz,à evolução e ao segredo da vida ali serena, sob a árvore.
Rocha de Sousa
A brancura da beleza da História na luz da esperança e do amor com que se constrói a vida. Linda!
ResponderEliminarUm muro caiado que revela o cuidado de manutenção dos donos...
ResponderEliminarAs origens de tudo.
ResponderEliminarUma concha humana encantadora, um texto/poema de princípios e meios! O fim está longe...
ResponderEliminar... e antes, e depois, e enquanto... sempre o tempo!
ResponderEliminarUm muro-ponte entre a vida e a poesia.
ResponderEliminarUm muro enganador. Todo aperaltado, caiado de branco para tapar as pedras velhas que o formam. É como muitas pessoas.
ResponderEliminarE como falam as pedras, de branco casadas com a árvore. Depois de tanto mar, um sossego de chegada, este muro-vida que o poeta dobra/doba, ao sol.
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