Páginas

quinta-feira, janeiro 24, 2013

9.~pi

Roses, dia sete de novembro de dois mil e doze.

Diário: 

"Come a última bolacha do pacote, pressente uma febre oval a subir no hemisfério direito, logo acima do olho - reconhece a cor violeta da noite, por duas vezes essa noite é noite.
Abotoa-se ao mar para olhar de frente o metálico vendaval emboscado na colina do parque, aquele que no inverno se prende à rosa pela cintura, arrancando-lhe o carnaval do nome."

 ~pi


5 comentários:

  1. Anónimo24/1/13

    Excepcional texto baseado na foto-
    grafia e noutros indicadores proto-
    plasmicos. Abtoa-se ao mar, espera-se um vendaval metálico, a embosca-
    da na colina. Não sei porquê, lem-
    bei-me muito da vena do fotógrafo
    e do falso casal quase ao anoitecer
    num parque de Londres, do filme
    Blow-Up, de Antonioni.

    Rocha de Sousa

    ResponderEliminar
  2. Vejo uma rapariga de sapatilhas, a andar, a andar por um plano infinito. Capaz de reter no olhar a estranheza do que vê. Por isso lhe dói, ligeiramente, a cor violenta/violeta, aninhada no lado do cérebro - que é pensamento simbólico e criatividade.

    "Quand les roses fleurissaient
    sortaient les filles..."

    ResponderEliminar
  3. Como é estranha a visão diferente de cada um de nós sobre este pedacinho de écran que a Pi nos ofereceu.Dá para todos os sonhos.

    ResponderEliminar
  4. Um diário íntimo, uma espreitadela indiscreta, uma fulguração de luz - e depois afasto-me...

    ResponderEliminar
  5. Se eu não soubesse que exististe em Roses, pouco entenderia. Assim, dou-me a decifrar. Com prazer, diga-se.

    ResponderEliminar