Era apenas mais uma noite invernosa. A chuva lá fora caía impiedosamente. O vento soprava empurrando à sua frente as folhas jovens que fragilmente se agarravam aos braços da mãe árvore. Ninguém passava na rua e as janelas eram como olhos entreabertos deixando passar tiras de luz de casas ainda acordadas.
Como habitualmente em noites de invernia, a luz retirou-se não se sabe para onde, talvez com frio e o apagão foi geral.
A lareira chispava e iluminava debilmente a sala onde nos encontrávamos. Com o isqueiro que está sempre à mão, acendemos a vela e brindámos à claridade que pelas paredes desenhava figuras abstratas executantes duma dança de luz e sombra.
Era apenas mais um apagão numa noite invernosa.
Benó
E o apagão deu origem a uma noite "antiga", bela e romântica...
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ResponderEliminarBonita recordação das noites tempestuosas deste inverno...
A falta de luz leva-nos às cavernas, à condição primordial do fogo que para tudo servia: iluminar, aquecer, fazer a comida.
ResponderEliminarE contudo, há quem descubra a beleza quando falha (sendo só um apagão, claro!).
volta às oringens!
ResponderEliminarQuando os apagões não duram muito tempo também tenho essa sensação da calma das velas ao serão.
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