Páginas

quinta-feira, abril 11, 2013

8. M.



É triste passear pelas ruas e encontrar assim fechada a vida. Por isso ali demorei o olhar e acariciei os traços marcados na porta, como se com esse meu gesto fosse capaz de reanimar as feições dos antigos moradores da casa. 
Tão desamparada é por vezes a memória da existência humana! 

M

9 comentários:

  1. Um belo olhar, que a fotografia
    conserva, e um texto bem adequado
    ao sentimento da percepção.

    ResponderEliminar
  2. Uma fotografia despojada e cheia de significado, com a tua habitual sensibilidade. Quantas histórias de vida por trás destas portas fechadas...
    Triste e belo!

    ResponderEliminar
  3. Tantas portas encontramos assim fechadas. Quem ficou lá dentro abandonado?

    ResponderEliminar
  4. Triste o apagar da porta, o apagar da memória. Inevitável.

    ResponderEliminar
  5. Dói quando os outros nao gostam do que nos gostamos...

    ResponderEliminar
  6. Porta e vidas feitas a gosto, rendilhadas e desenhadas. E o teu olhar/palavras transportam-nos para uma figura enchapelada que sai, uma mulher de saia ondulante que entra. Passado.
    É triste.

    (se não tivéssemos memória nem sequer poderíamos "provar que não éramos um robô"... como se pede abaixo, não é? e contudo a memória também é um gume)

    ResponderEliminar
  7. É triste ver tanta casa abandonada. Portas que se abriam à alegria hoje não são mais de que albergue de carunchos.

    ResponderEliminar
  8. Anónimo14/4/13

    Urgente a reabilitação urbana para que não haja tanta casa a cair que se imagina para além da porta.


    Teresa Silva

    ResponderEliminar
  9. zambujal15/4/13

    Sim. É triste o desamparo e o abandono. O esquecimento. Um gesto pode vencer a tristeza, um olhar pode dar alegria ao que está triste, gentes e coisas.

    ResponderEliminar