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quinta-feira, novembro 14, 2013

2. Benó



Não feches a porta, disse o guarda da fortaleza ao colega que ia embora e tinha acabado de fazer o turno da tarde.
- Mesmo que a quisesse fechar, não poderia, pois não tenho a chave, respondeu.
Tinha desaparecido a chave que, havia tantos anos, abria pela manhã e fechava à tardinha aquela porta enorme de acesso ao promontório. A Bettips tinha-a levado enfiada num arame com mais umas outras iguais na idade e tamanho, talvez, convencida que lhe serviriam para abrir as portas do céu.
Nunca mais apareceu a chave e creio que foi preciso mudar a fechadura ou a porta. Não sei ao certo.

Benó

8 comentários:

  1. Um texto cheio de ironia! Gostei muito:))))

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  2. Ora aqui está o local do crime e o presumível criminoso indiciado. Felizmente, com a justiça que p'raí anda, a coisa resolve-se amnistiando-se todos entre si: quem vier atrás que feche a porta!
    E também sabe-se lá se era cobre?

    (engraçado, Benó...)

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  3. E hoje temos o II episódio do caso do molho de chaves ferrugento!
    Com esta veia inspirada não sei onde vai terminar...
    Viva a boa disposição!

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  4. Uma graça este texto tão bem imaginado, Benó. E uma fotografia belíssima.

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  5. Uma terrível porta que nunca mais se abriria se não soubessemos onde está a chave...

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  6. Ou talvez tenham mudado os personagens. Muito boa prestação, como agora se diz, Benó!

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  7. Anónimo19/11/13

    Mistério insondável!
    M.J.Jara

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  8. Belíssima fotografia. Esta porta
    é para estar sempre fechada.

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