Imagina que atravessei a ilha toda, passando a Lagoa, sofrendo as intempéries da época, a beleza delas, o sonho de serem assim, sempre a pensar em ti, no que resta de nós aqui, na outra ponta deste resto de terra, e logo que cheguei à base deste monte, tudo estava assim, negado, em ruínas, sem nada a que eu possa agarrar-me, ultrapassando as horas mortas e chegando a ti depois das tábuas velhas da nossa pobre defesa dos bichos e da fome. Impermanente, permaneço.
Rocha de Sousa | com base na curta metragem (Im)permanência, "uma abordagem
à inevitabilidade do inconstante: nas peles das paredes das casas vividas, habitadas ou abandonadas, nas peles de um corpo amado,vivido ou esquecido, no tempo, nas relações, nas estações.
Nem posso imaginar esse sofrimento todo.
ResponderEliminarImagens dolorosas.
ResponderEliminarTravessia do tempo, dos lugares, da vida na sua inevitável inconstância.
ResponderEliminarUm texto dolorido cheio de ideias muito interessantes e belas a acompanhar uma fotografia também ela expressiva.
ResponderEliminarA beleza e a dor da precariedade, da usura do tempo, da perda...
ResponderEliminarAlgo trágico -
ResponderEliminarmas belo, o mesmo ciúme do tempo que passa sobre os amados e nos deixa rasto.