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quinta-feira, setembro 12, 2019

7. M.



É lugar de emigração aquele, a serra caminho verde para o abraço no regresso às festas do calendário litúrgico de cada aldeia e ao tule a esvoaçar como pássaros no adro da igreja. Conversas abrem risos entre famílias e amigos, visitam a casa em construção, assentam mais uma fiada de tijolos na parede da varanda virada ao pôr do sol, escolhe-se o chão onde pousar o futuro, o pensamento entre là-bas e o depois. No entanto, despedaçados podem ficar os sonhos na curva da estrada que se conhece desde sempre, violentamente expostos na memória da terra-mãe em empresa de sucata à beira das giestas em flor. Tão invasivo e chocante pode ser este nosso mundo! 
M

7 comentários:

  1. Infelizmente, nem sempre conseguimos controlar a nossa vida:))
    A foto é muito interessante:))

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  2. Anónimo12/9/19

    É o mundo das sombras
    Luisa

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  3. Giestas em flor e tragédias, que ensombram para sempre lugares de memórias, que temos em nós.

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  4. Anónimo13/9/19

    Sombras simbólicas.

    Teresa

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  5. Uma das sombras sempre presentes nas estradas do Agosto das viagens, resultado tantas vezes das exuberâncias de férias e de alguma leviandade a elas ligada.
    Fotografia cheia de força, M.

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  6. onde é que andas M.? numa sucata?

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  7. Com toda a tristeza de tanta vida ceifada e latas amolgadas, tal me fizeste pensar, com a foto e as palavras. Como habitualmente se passa, nos silêncios das aldeias e vilas por esse país fora.
    ***
    Também me lembrei "dos muros" que se constroiem para separar países, pessoas.

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