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quinta-feira, abril 08, 2021

7. Mónica

Se há coisa que sinto falta neste confinamento é de comer fora de casa, seja por sentar-me, ler a ementa e pedir, que me sirvam uma comida boa, daquelas que não faço em casa porque não sei e não quero fritar batatas em casa, o prazer de comer sem o trabalho de fazer, assim, o prato à minha frente tal como me está a apetecer, ao mesmo tempo conversar disto e daquilo, partilhar parvoíces e sobremesas, levantar-me da mesa e andar, outros que limpem e arrumem, ou, ainda melhor, comer fora de casa levando a mesa e as cadeiras lá para fora, no pátio do prédio, família e amigos, picnic urbano, cada um traz qualquer coisa, acendem-se as brasas para grelhar, come-se, bebe-se, conversa-se sem tempo, vem a noite, os balões transformam-se em lanterninhas coloridas, um primo põe música na coluna wi-fi, uma amiga discute feminismo, a entoação castelhana do marido persupuesto de uma amiga, uma amiga de infância vinda de avião, olha quem está cá, os amigos dos blogues, miúdos a brigarem, ehhhh festa, ajuntamento, convívio, dois anos depois do dia desta fotografia como será comer fora de casa?

Mónica

5 comentários:

  1. Estou a ver uma confusão colorida de tons e sons, e tudo o que dizes!
    Falta-nos convivência e amizades partilhadas no lugar. "Fora" é um lugar qualquer, de barulho e conversas à tôa.

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  2. A fotografia ilustra bem o teu texto, sente-se a alegria.

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  3. E em 2 anos, quanto mudam as vidas, hein? Bem vistas as coisas, mudam todos os dias...

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  4. Anónimo9/4/21

    Que saudades desses convívios no quintal cheio de amigos!
    Luisa

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  5. Que texto tão vivo, tão saudoso, tão elucidativo! Tudo o que falas nos falta!

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