GREVE DA PAZ
Saiu naquele dia da cidade.
Ficaram-lhe para trás as chaminés,
Válvulas, tubos, compressores,
Porcas, parafusos, aços duros
De balas, espingardas e canhões.
Ficaram-lhe para trás asas cinzentas,
Buracos negros a cuspirem fogo.
E desceu para o mar.
Havia ondas, vento, sol e algas,
Gaivotas azuis, conchas douradas,
Areia cor de rosa, espuma verde
E sol
E céu.
Muitos homens saíram
Naquele dia da cidade
E desceram para o mar
Luisa, Lisboa 2 ABR 1976
Que bom teres trazido aqui um poema teu.
ResponderEliminarQue força, Luísa!
ResponderEliminarTão belo descer para o mar. E na data que mencionas, ainda mais!
ResponderEliminarQue bela partilha, Luisa! Gostei da força de alma que transmite, do ritmo, da escolha de palavras diferentes para os diferentes estados de alma.
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