domingo, outubro 28, 2012
NA SEQUÊNCIA DA MINHA FOTOGRAFIA DA COLUNA DO CLAUSTRO
A Bettips enviou esta fotografia do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, e do claustro, por alturas das inundações provocadas pelo rio Mondego.
quinta-feira, outubro 25, 2012
«COM AS PALAVRAS DENTRO DO OLHAR» de Novembro
AGENDA PARA NOVEMBRO DE 2012
Dia
1 - Ao
jeito de cartilha: Proponho-vos
que usemos a sílaba “no”
para formar as nossas palavras. Poderá ser colocada no início, no
meio ou no fim da palavra que escolhermos. E não se esqueçam da
fotografia.
Dia
8 - Reticências
com
a palavra “Gosto”
a iniciar o texto
Dia
15 - Com
as palavras dentro do olhar sobre
fotografia
de Mac
Dia
22 - Fotodicionário
com
a palavra “Refúgio”
escolhida pelo Zambujal
Dia
29 - Fotografando
as palavras de outros sobre
o belíssimo poema
FIVE
O'CLOCK TEAR
Coisa tão triste aqui esta mulher
com seus dedos pousados no deserto dos joelhos
com seus olhos voando devagar sobre a mesa
para pousar no talher
Coisa mais triste o seu vaivém macio
p'ra não amachucar uma invisível flora
que cresce na penumbra
dos velhos corredores desta casa onde mora
Que triste o seu entrar de novo nesta sala
que triste a sua chávena
e o gesto de pegá-la
E que triste e que triste a cadeira amarela
de onde se ergue um sossego um sossego infinito
que é apenas de vê-la
e por isso esquisito
E que tristes de súbito os seus pés nos sapatos
seus seios seus cabelos o seu corpo inclinado
o álbum a mesinha as manchas dos retratos
E que infinitamente triste triste
o selo do silêncio
do silêncio colado ao papel das paredes
da sala digo cela
em que comigo a vedes
Mas que infinitamente ainda mais triste triste
a chávena pousada
e o olhar confortando uma flor já esquecida
do sol
do ar
lá de fora
(da vida)
numa jarra parada
A Palavra O Açoite (1977), Emanuel Félix (retirado da net)
Coisa tão triste aqui esta mulher
com seus dedos pousados no deserto dos joelhos
com seus olhos voando devagar sobre a mesa
para pousar no talher
Coisa mais triste o seu vaivém macio
p'ra não amachucar uma invisível flora
que cresce na penumbra
dos velhos corredores desta casa onde mora
Que triste o seu entrar de novo nesta sala
que triste a sua chávena
e o gesto de pegá-la
E que triste e que triste a cadeira amarela
de onde se ergue um sossego um sossego infinito
que é apenas de vê-la
e por isso esquisito
E que tristes de súbito os seus pés nos sapatos
seus seios seus cabelos o seu corpo inclinado
o álbum a mesinha as manchas dos retratos
E que infinitamente triste triste
o selo do silêncio
do silêncio colado ao papel das paredes
da sala digo cela
em que comigo a vedes
Mas que infinitamente ainda mais triste triste
a chávena pousada
e o olhar confortando uma flor já esquecida
do sol
do ar
lá de fora
(da vida)
numa jarra parada
A Palavra O Açoite (1977), Emanuel Félix (retirado da net)
PARA QUE SE PERCEBA DE ONDE RETIREI A MINHA FOTOGRAFIA...
O DESAFIO DE HOJE: «COM AS PALAVRAS DENTRO DO OLHAR»
13. Zé-Viajante
«Uma
nudez geométrica
Implanta
nos espaços sucessivos
o
vazio propício à aparição de fantasmas
É
aqui que as estátuas mostram
a
necessidade sem discursos dos seus gestos»
(Excerto
do poema de Sophia: ATELIER DO ESCULTOR DO MEU TEMPO in Geografia
1967)
É
aqui que vejo, é aqui que escrevo o que sinto no Olhar.
Zé-Viajante
12. Zambujal
O tempo. Passou por aqui. Roeu, corroeu, destruiu. Mas ficou o belo, o que recorda o tempo que foi. Embora o belo não esteja no olhar, nem nas palavras. O belo está no que se vê quando se olha.
Zambujal
Zambujal
11. Teresa Silva
Colunas
gastas pelo tempo? Perdura um rendilhado estranho que faz lembrar
bordados numa gola ou corpete de uma dama de qualquer corte.
Gosto,
principalmente, da forma como a pedra se eleva no azul do céu.
Não sei que
pensar desta imagem, aparentemente antiga, mas com um tubo metálico
muito actual; fruto de um restauro?
Espero
impacientemente que a autora da fotografia esclareça todo este
mistério.
Teresa Silva
10. Rocha/Desenhamento
Disse
um dia o Professor José Augusto-França, num dos seus estimulantes
artigos publicados do Diário de Lisboa, Suplemento Literário:«Uma
civilização sem arte não o é.» Este lapidar conceito é bem
ilustrado pelo património das antigas e modernas civilizações:
assim nos ocorre citar, por exemplo, as pirâmides de Gizé para
referir o Egipto. Ou o Coliseu relativo ao Império Romano. Ou a
Torre Eiffel para lembrar Paris e o avanço das artes da idade
contemporânea e suas civilizações. Podemos não saber identificar
um pormenor de qualquer realidade monumental, mas, em termos de
cultura geral, identificamos milhares de imagens cujo valor estético
e histórico logo nos ocorre como testemunho do estatuto superior do
homem em diversos planos.
Nesta excelente fotografia identificam-se, em termos de conservação parcial, dois capitéis bem demonstrativos de uma comunidade antiga, aliás bem raros da sua despojada marcação decorativa e nas abas em corola aberta, a lembrar uma realização mais transcendente nos grandes elementos similares aos que encimam as poderosas colunas de Karnac, capazes de conterem, em espiral, 120 pessoas.
Ao longo de milénios, a arquitectura desenvolveu-se, em vários sentidos da vertical, com a incorporação destas próteses modulares, sobretudo nas grandes catedrais, prolongando-se até longe no século XX, então quase só com valia ornamental e evocação da edificação urbana através dos tempos.
Nesta excelente fotografia identificam-se, em termos de conservação parcial, dois capitéis bem demonstrativos de uma comunidade antiga, aliás bem raros da sua despojada marcação decorativa e nas abas em corola aberta, a lembrar uma realização mais transcendente nos grandes elementos similares aos que encimam as poderosas colunas de Karnac, capazes de conterem, em espiral, 120 pessoas.
Ao longo de milénios, a arquitectura desenvolveu-se, em vários sentidos da vertical, com a incorporação destas próteses modulares, sobretudo nas grandes catedrais, prolongando-se até longe no século XX, então quase só com valia ornamental e evocação da edificação urbana através dos tempos.
Rocha
de Sousa
9. Mena M.
Altivas,
uma espartilhada em pedra bordada,
a
outra de vestes ao vento,
amparar-se-ão
até ao fim dos tempos
unidas
pelo mesmo destino.
Sorrirão,
talvez, ao terem conhecimento de todas as palavras
que
brotaram dos nossos olhares.
Mena
8. Mac
Que
colunas serão estas?
Que
histórias terão para contar?
Será
que viram Alexandre o Grande ou Júlio César passarem em toda a sua
magnificência?
Ou
será que apenas estão a fingir que são de um tempo que não é o
seu?
Mac
7. M.
Uma
espécie de osteoporose no corpo da História. À semelhança dos
nossos corpos de gente anquilosada descrente dos desempenhos de
articulações e rendilhados ocultos dentro desta enorme complexidade
que nos habita. Desconfortos. Parafusos e barras de titânio a
segurarem-nos, a manterem-nos de pé, recompondo as nossas vidas,
cicatrizes assinalando as nossas histórias muito particulares.
Valem-nos os ortopedistas. E os arqueólogos. E os antropólogos. E
os sociólogos. E os historiadores. E os cientistas. Todos eles
ávidos de entendimento do universo, à procura do que nos explica e
explica a vida nas suas semelhanças e diferenças ao longo dos
séculos. E os artesãos. Sem pressas, o perfeccionismo guiando o
ritmo de cada gesto, a imaginação em permanente viagem entre o
real e o simbólico, entre o todo e o detalhe que as suas mãos são
capazes de imprimir nas pedras de todos os tempos, talvez eles
sejam... Sim, talvez eles sejam presenças especiais onde encontramos
conforto perante a dolorosa consciência da fragilidade do mundo
terreno. Porque, ao deixarem tantas vezes a sua marca de criatividade
sublime na arte que fazem, exprimem o desejo de Beleza imensa sentido
pelo ser humano e assim a imortalizam. Apesar das ruínas e por causa
delas.
M
6. Luisa
A
beleza na arte, na natureza ou na vida está no equilíbrio das
formas que às vezes nos parecem contraditórias.
Luisa
5. Licínia
...
Vem comigo. Eu ensino-te a ver o interior das pedras. Fecha os olhos. Tateia o fuste. Sente a fria lisura na palma da tua mão. Abraça a coluna até onde chegar a vontade dos teus braços. Encosta o ouvido como se faz a um búzio. Podes até pensar que tens um corpo vivo ali ao teu dispor. Escuta o bater do teu coração. Há muito não o ouvias, eu sei. É preciso sonhar com o interior das pedras para ouvir o relógio da vida.
Licínia
Vem comigo. Eu ensino-te a ver o interior das pedras. Fecha os olhos. Tateia o fuste. Sente a fria lisura na palma da tua mão. Abraça a coluna até onde chegar a vontade dos teus braços. Encosta o ouvido como se faz a um búzio. Podes até pensar que tens um corpo vivo ali ao teu dispor. Escuta o bater do teu coração. Há muito não o ouvias, eu sei. É preciso sonhar com o interior das pedras para ouvir o relógio da vida.
Licínia
4. Justine
A
razão diz-me que pode ser uma coluna em pedra, um monumento
construído no passado para honrar e perpetuar algo ou alguém. A luz
suave que emana da foto faz-me, contudo, ver uma pele macia e frágil,
certamente de corpo feminino, tatuado pelas voltas da vida e ferido
de morte por razões desconhecidas.
Fica-me um aceno triste no olhar…
Fica-me um aceno triste no olhar…
Justine
3. Bettips
Hoje o mar e o céu
confundem-se, não fora a orla das ondas e a bordadura das nuvens.
Pensaríamos estar num mundo pacífico, como o leite, esbatidas que
são as diferentes distâncias.
***
Emenda no colo de princesa, emenda
nas pérolas-pedra-colar-real.
Uma ponte, um elo, uma palavra, é
quanto (nos) bastaria para redimir a primitiva beleza.
Restaurar a "beleza das
coisas", como diz e mostra M.
Bettips
2. Benó
Viagens.
Grécia?
Itália?
Olho as colunas gémeas e parto em viagem pensando.
Romanos, foram senhores quase do mundo inteiro. Gregos, nação de filósofos. Hoje? São nações que, tal como Portugal que cruzou os “sete mares”, deixou a sua semente em todos os continentes conhecidos e desconhecidos, não têm um “chavo” para mandar rezar missa.
Valha-nos olhar para as colunas e sonhar. Muitos pensamentos me acorrem para escrever mas fiquemos por um trecho pequeno para não cansar quem lê.
Olho as colunas gémeas e parto em viagem pensando.
Romanos, foram senhores quase do mundo inteiro. Gregos, nação de filósofos. Hoje? São nações que, tal como Portugal que cruzou os “sete mares”, deixou a sua semente em todos os continentes conhecidos e desconhecidos, não têm um “chavo” para mandar rezar missa.
Valha-nos olhar para as colunas e sonhar. Muitos pensamentos me acorrem para escrever mas fiquemos por um trecho pequeno para não cansar quem lê.
Benó
quinta-feira, outubro 18, 2012
O DESAFIO DE HOJE
A partir de um mesmo início de frase - Estava ali - aí estão as diferentes respostas dos 15 participantes de hoje.
Inesgotável a capacidade humana de reagir.
Parabéns!
M
Nota:
Nem sempre é muito claro para mim se publico os vossos textos de acordo com a estrutura (parágrafos, reticências e outros sinais de pontuação, etc.) que lhes atribuiram antes de chegarem à minha caixa de correio, mas já reparei que, por vezes, os mails alteram, nem eu sei porquê, o seu conteúdo. Birras das novas tecnologias? Vá-se lá saber!
Por isso, se alguma vez os vossos textos não aparecerem de acordo com o previsto, por favor digam-me.
Inesgotável a capacidade humana de reagir.
Parabéns!
M
Nota:
Nem sempre é muito claro para mim se publico os vossos textos de acordo com a estrutura (parágrafos, reticências e outros sinais de pontuação, etc.) que lhes atribuiram antes de chegarem à minha caixa de correio, mas já reparei que, por vezes, os mails alteram, nem eu sei porquê, o seu conteúdo. Birras das novas tecnologias? Vá-se lá saber!
Por isso, se alguma vez os vossos textos não aparecerem de acordo com o previsto, por favor digam-me.
Porque me parece de interesse geral...
Fotografia tirada pela Mena.
Painel que faz parte da belíssima exposição temporária "Um Gosto Português. O uso do Azulejo no século XVII".
No Museu Nacional do Azulejo.
Termina no dia 28 de Outubro.
***********************************
Retirado do site do Museu Nacional do Azulejo
Casamento da
galinha Lisboa, c. 1665
Faiança policroma
148 x 242 cm
Proveniente da Quinta de Santo António da Cadriceira, Turcifal, Torres Vedras
MNAz Invº 400
Numa paisagem urbana rodeada por um ambiente festivo, uma galinha faz-se transportar num coche conduzido por um macaco, enquanto avança, em sentido contrário, um carro triunfal com macacos tocando instrumentos musicais. Dois elefantes em primeiro plano dão, ao inesperado da cena, um toque mais de exotismo.
Geralmente denominado Casamento da Galinha, o verdadeiro sentido deste painel não está ainda descodificado, pois se a intencionalidade satírica é evidente, já o mesmo não se pode dizer do objecto da crítica.
No Palácio dos Marqueses de Fronteira, em Lisboa, permanecem colocadas nos jardins cenas deste tipo, o que evidencia a sua encomenda para espaços palacianos e que tinham como encomendadores membros da mais alta da Nobreza.
Estas representações são contemporâneas da Guerra da Restauração contra Espanha, entre1640 e1668, de que Portugal saiu vitorioso, facto que permite a hipótese deste tipo de cenas ser um modo de satirizar as figuras do poder polítco de que o País se libertara ou dos compatriotas que se opunham à nova Dinastia de Bragança.
Faiança policroma
148 x 242 cm
Proveniente da Quinta de Santo António da Cadriceira, Turcifal, Torres Vedras
MNAz Invº 400
Numa paisagem urbana rodeada por um ambiente festivo, uma galinha faz-se transportar num coche conduzido por um macaco, enquanto avança, em sentido contrário, um carro triunfal com macacos tocando instrumentos musicais. Dois elefantes em primeiro plano dão, ao inesperado da cena, um toque mais de exotismo.
Geralmente denominado Casamento da Galinha, o verdadeiro sentido deste painel não está ainda descodificado, pois se a intencionalidade satírica é evidente, já o mesmo não se pode dizer do objecto da crítica.
No Palácio dos Marqueses de Fronteira, em Lisboa, permanecem colocadas nos jardins cenas deste tipo, o que evidencia a sua encomenda para espaços palacianos e que tinham como encomendadores membros da mais alta da Nobreza.
Estas representações são contemporâneas da Guerra da Restauração contra Espanha, entre1640 e1668, de que Portugal saiu vitorioso, facto que permite a hipótese deste tipo de cenas ser um modo de satirizar as figuras do poder polítco de que o País se libertara ou dos compatriotas que se opunham à nova Dinastia de Bragança.
15. Zé-Viajante
Estava ali, tentando ver o mar ao fundo (e ele está lá, adivinha-se um pouco) quando de repente "vejo a árvore ao procurar a floresta". E reparo que alguém, talvez brincando ou talvez não, decorou com cravos um general de Abril. Sempre na sombra e sem protagonismos ele foi também um símbolo de liberdade. Partiu cedo, numa curva fatídica da marginal. Recordo-o bem, pois nos fins dos anos 60 (havia, lá longe, uma guerra sem sentido) as suas palavras sempre me incentivaram. E neste momento só consigo dizer: Até breve, meu General.
Zé-Viajante
14. Zambujal
13. Teresa Silva
12. Rocha/Desenhamento
... Estava ali, voando em torno de uma alta chaminé, cuac, resto de uma fábrica da indústria corticeira dos anos 50. Cuac-uac. Era linda, a chaminé, e muito melhor poiso-ninho para mim, para a minha companheira e para os nossos filhos, a nascer ainda hoje ou eventualmente amanhã, cuac-cuac. A mãe está a acabar o ninho que construimos no cocuruto uac de uma velha palmeira. Cuac-uac, vou já ver como estão as coisas, além a leste e um pouco a sul, ainda dentro da cidade, num quintal acolhedor. Cuac Cuac. Lá estão eles, vou pousar ao lado dela e tratar da lama e limpar os ovos e espreitar se aquela racha já é o sinal da vida. Uac Cuac Cuac. Está-se bem aqui...
Rocha de Sousa
11. ~pi
10. Mena M.
Estava ali, curiosa como sou, encantada a olhar para este detalhe de um painel de azulejos, que imaginei ser "O Planeta dos Macacos" do Séc.XVII, completamente intrigada com a presença da Galinha, tal Gata Borralheira dirigindo-se ao Palácio Real!
Mas não, aqui trata-se de algo bem mais especial, a dama vai a caminho da Igreja, num dia que presumo ter sido o dia mais feliz da sua vida!
O Painel chama-se Macacaria. O Casamento da Galinha.
Mena
Nota: Porque me parece do interesse de todos, publico mais acima a fotografia do painel completo.
9. Mac
8. M.
6. Licínia
5. Justine
4. Jawaa
Estava ali ... no Sítio, olhando a onda maior a caminhar, a encobrir a praia, aquele enovelado inusitado de nuvens, as gaivotas inquietas, perplexas com o sol a encher de claridade as nuvens altas no céu azul.
Jawaa
3. Bettips
Estava ali...
e não estava. No segundo seguinte, andava rápida como um pensamento, a ave. Uma ponte precária até ao fio do horizonte.
O sal foi-se formando nas salinas douradas da ria.
Nem a água, nem o sol, nem a ave o sabiam: da precaridade do estar. Ou da inconstância do ser. Apenas os humanos carregam essa tragédia, a do conhecimento...
Bettips
2. Benó
Estava ali, o pau de pita reflectido no charco de águas barrentas como se fosse num espelho do mais puro cristal, vigoroso e altaneiro, vaidoso da sua altura.
Irrompeu da piteira mãe, parecendo um gigantesco espargo verde, cresceu, criou uns pequenos braços que deram frutos sem qualquer valor alimentar mas que lhe dão uma certa graciosidade.
Quem lhe deu vida morrerá em breve, mas antes, assegurou a sua descendência fazendo nascer outras pequenas piteiras sob as folhas grandes e carnudas que pouco a pouco vão murchando.
Estava ali, mas em pouco tempo o pau de pita também deixará de existir e para sempre tombará velho e ressequido. Ficará, porém, recordado para sempre neste registo fotográfico.
Benó
1. Agrades
quinta-feira, outubro 04, 2012
O DESAFIO DE HOJE
Ao jeito de cartilha e a Beleza das Coisas.
São lindas as vossas respostas a este desafio. Gostei muito.
Até dia 18! Encontramo-nos aqui em
M
São lindas as vossas respostas a este desafio. Gostei muito.
Até dia 18! Encontramo-nos aqui em
Reticências
com
a frase “
Estava ali” a
iniciar o texto
M
3. Bettips
Cabo
Uma espécie de cabo.
O fim do rectângulo assim feito pedra antiga. As gaivotas dançam tal como voam, com os ventos desatados.
Um barco indeciso em ficar na baía verde ou cruzar a longitude azul.
Uma beleza perto do ideal, do silêncio e do clamor de todas as vidas ali cruzadas, há séculos ou décadas.
As minhas vidas também, descendo uma escada de carinho azul com um menino pequeno pela mão.
O fim do rectângulo assim feito pedra antiga. As gaivotas dançam tal como voam, com os ventos desatados.
Um barco indeciso em ficar na baía verde ou cruzar a longitude azul.
Uma beleza perto do ideal, do silêncio e do clamor de todas as vidas ali cruzadas, há séculos ou décadas.
As minhas vidas também, descendo uma escada de carinho azul com um menino pequeno pela mão.
Bettips
Nota: A Bettips julgava que era também pedido um texto que incluísse a palavra. Achei uma ideia interessante e por essa razão o publiquei, propondo que, nos próximos desafios Ao jeito de cartilha, quem quiser o faça. Sem obrigatoriedade, apenas se tiver gosto nisso ou inspiração.
Se, entretanto, alguém quiser escrever um pequeno texto, mande-mo até sábado que eu acrescento-o no devido lugar.
Se, entretanto, alguém quiser escrever um pequeno texto, mande-mo até sábado que eu acrescento-o no devido lugar.
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