Dia
17 - Com
as palavras dentro do olhar sobre
fotografia
de Zambujal.
quinta-feira, novembro 26, 2015
AGENDA PARA DEZEMBRO DE 2015
Proposta
de Zambujal
Dia
3 - Ao
jeito de cartilha: Proponho-vos
que usemos a sílaba “Tra”
para formar as nossas palavras. O
texto que alguns de nós acrescentarmos é facultativo.
Dia
10 - Reticências
com
a frase “E
se nós”
a iniciar o texto. Não esquecer a fotografia.
Dia
17 - Com
as palavras dentro do olhar sobre
fotografia
de Zambujal.
Dia 24– Fotografando as palavras de outros sobre o excerto
Dia 24– Fotografando as palavras de outros sobre o excerto
«(...)
Aproxima-se a freira mais idosa, presumivelmente a madre, já serena,
embora com sinais de preocupação no rosto, Como podemos ajudá-lo,
meu filho? - pergunta numa voz suave, Indicando-me a saída e
emprestando-me algum dinheiro – responde ele.
Espere
um momento - diz a freira na sua voz suave, e encaminha-se para a
porta, depois pára, fixa o rapaz, corre os olhos pelas três
religiosas, duas delas muito jovens, parece reconsiderar,
reconsidera: Venha comigo – convida, sorrindo-lhe, seguem pelo
corredor que ele já conhece, de um nicho, onde uma Virgem Maria
sorri tristemente, a freira tira uma pequena caixa de madeira cujo
conteúdo, uma dúzia de moedas diversas, vaza nas mãos abertas do
foragido. É pouco, mas todo o que temos – desculpa-se. (...)»
Aquela
Noite de Natal (pág. 63), de José Casanova, Editorial Caminho, 2005
Dia
31 – Jornal de Parede
O DESAFIO DE HOJE
Proposta de Teresa Silva
Dia
26
– Fotografando as palavras de outros sobre
a primeira estrofe de um poema de Mário de Sá Carneiro
Um
pouco mais de sol e fora brasa
Um pouco mais de azul e fora além
Para atingir faltou-me um golpe de asa
Se ao menos eu permanecesse aquém
Mário de Sá Carneiro – Poesias (Poema Quase), Lisboa, Edições Ática,
1953
Um pouco mais de azul e fora além
Para atingir faltou-me um golpe de asa
Se ao menos eu permanecesse aquém
Mário de Sá Carneiro – Poesias (Poema Quase), Lisboa, Edições Ática,
1953
quinta-feira, novembro 19, 2015
AGENDA PARA NOVEMBRO DE 2015
Proposta
de Teresa Silva
Dia
26
– Fotografando as palavras de outros sobre
a primeira estrofe de um poema de Mário de Sá Carneiro
Um
pouco mais de sol e fora brasa
Um pouco mais de azul e fora além
Para atingir faltou-me um golpe de asa
Se ao menos eu permanecesse aquém
Mário de Sá Carneiro – Poesias (Poema Quase), Lisboa, Edições Ática, 1953
Um pouco mais de azul e fora além
Para atingir faltou-me um golpe de asa
Se ao menos eu permanecesse aquém
Mário de Sá Carneiro – Poesias (Poema Quase), Lisboa, Edições Ática, 1953
10. Zambujal
Telhas de canudo. Passear pelos caminhos, que, por vezes, se transformam em pequenas ruas de aldeia (nove casas/duas ruas…) e ver algumas ainda casas com telhas de canudo e, logo ao lado ou adiante, ruínas do que já foram casas com restos de telhado em que as telhas de canudo se casam com arbustos, pernadas de árvore, bichos fugidios! Sinto uma certa (como lhe chamar?...) ternura (ou será nostalgia?, ou será tristeza?). Sei lá… sinto! Sinto que muito vivi e que estou vivo.
Zambujal
9. Teresa Silva
É pena a
degradação do nosso património. Aqui, como em tudo, é necessário
dar muita atenção ao telhado; a casa degrada-se e pode ruir.
Teresa Silva
8. Mena M.
Mais frágeis e marcadas pelas manchas da idade, sempre apoiadas umas nas outras, aquecem-se as telhas ao sol de Inverno. A foto não mostra, mas é bem possível que tenha chovido, dias a fio, uma daquelas chuvas miudinhas, também chamada de molha-tolos, que se entranha até aos ossos.
Mena
7. M.
Gosto de fotografias que se debruçam sobre pormenores. Ficamos mais próximos, falam-me ao ouvido. Esta é lindíssima. Imagino nela a conversa íntima entre dois amigos que envelhecem juntos e aproveitam um dia luminoso das suas vidas para reviver, de forma serena, a beleza do mundo à sua volta.
M
6. Licínia
A telha portuguesa usada na cobertura das antigas casas. O seu assentamento indiciava a finalização da fase mais urgente da construção – a cobertura. O pedreiro, curvado, de rins à força do sol, os pés em equilíbrios que só ele sabia sobre as traves de madeira ainda descobertas. O servente enchia o balde de massa e levava-o ao ombro pela escada de mão acima. Com a colher de bico arredondado, o mestre pedreiro vedava com o cimento a boca das telhas que umas sobre as outras imbricava. Era bonito de se ver crescer, na inclinação do telhado, as fileiras de barro vermelho, umas às outras paralelas, e as madeiras a desaparecerem sob a protecção das telhas que as haviam de guardar das chuvas, Inverno após Inverno.
Depois de muitos consertos e algumas limpezas, também as telhas vão envelhecendo, soçobrando, deixando de ser a protecção das madeiras que, apodrecidas, descaídas, irão dizer a quem passa que a casa chegou ao fim e que das gentes que guardou já pouco sabe.
Depois de muitos consertos e algumas limpezas, também as telhas vão envelhecendo, soçobrando, deixando de ser a protecção das madeiras que, apodrecidas, descaídas, irão dizer a quem passa que a casa chegou ao fim e que das gentes que guardou já pouco sabe.
Licínia
5. Justine
Uma casa abandonada. Numa aldeia, onde provavelmente mora meia dúzia de idosos. Ao redor da casa, as árvores outrora férteis vão morrendo de abandono. Como a casa. Como a aldeia…
Justine
4. Jawaa
Telhado antigo, as cãs do tempo a roubarem o tom novo das telhas, as árvores despidas de folhas. Quem sabe a casa abriga ainda uma família, os beirais andorinhas e pardais.
Metáfora do nosso Portugal de hoje.
Metáfora do nosso Portugal de hoje.
Jawaa
3. Bettips
Além do desânimo de ver mais um lugar abandonado, refreio as palavras tristes e reparo nas cores de que a natureza cobriu as telhas. Os ramos tão próximos parecem-me num diálogo com elas. Será que na Primavera os tenros rebentos e no Verão as folhas de recorte, recobrirão a pobreza e a solidão envergonhadas?
Bettips
2. Benó
Quanta água correu por estas telhas? Quantas primaveras passaram e viram florir aqueles ramos secos que hoje só nos inspiram tristeza? Interrogações que se fazem mas que sabemos de antemão que não vão obter resposta.
É uma foto apresentada para um desafio à nossa imaginação e que obriga cada um de nós a pensar num texto que se adapte à mesma.
Só me ocorre abandono, tristeza, velhice e sobre isto não me apetece escrever.
É uma foto apresentada para um desafio à nossa imaginação e que obriga cada um de nós a pensar num texto que se adapte à mesma.
Só me ocorre abandono, tristeza, velhice e sobre isto não me apetece escrever.
Benó
1. Agrades
Telhado velho, de telha singela, quem abrigas, que esperanças cobres, que angustias amparas?
Agrades
quinta-feira, novembro 12, 2015
O DESAFIO DE HOJE
Proposta
de Teresa Silva
Dia
12 - Reticências
com
a frase “Aquela
casa”
a iniciar o texto. Não esquecer a fotografia.
11. Zambujal
Aquela
casa…
é
o princípio de tudo. Como o verbo. Sendo “tudo” o que cada um
quiser que seja. Como o verbo.
Aquela
casa… Na pequena rampa a subir para a aldeia, depois de curva e
contra-curva à saída da estrada nacional. Era um quarto, uma sala
de entrada, uma arrecadação, a cozinha com lareira a dominar todo o
espaço. Para trás da fotografia (dos anos 40), o alpendre, os
currais, o pátio, onde uma cabrinha dava o nome à avó. Era
a “avó
da cabrinha”. Depois,
logo a vinha e o poço com picota e balde como ramos da oliveira que
sempre lá esteve e que ali continua, e o tanque de rega.
Assim
a conheci. Apenas isto. E tanto era.
Aquela
casa… onde, no único quarto, nasceu meu pai. A 21 de Janeiro de
1898.
Esta
casa. A mesma…
Que cresceu.
Para os lados, por dentro, para o quintal. O nosso canto. Como dizia
o azulejo que já (se) partiu: Seja
bem-vindo quem vier por bem!
Zambujal
9. Mena M.
8. M.
Aquela casa com ele ali, pensei, embora sem fazer a mínima ideia quem eram, apenas mera conjectura minha baseada num casual encontro de rua. Estando o Sacré Coeur por perto como cenário a acentuar sentimentos e inspirador das coisas sagradas que o coração guarda, à primeira vista não me pareceu estranho. Só depois, perante a vasta equipa de técnicos, máquinas fotográficas, conselheiros de imagem, maquilhadores, fui levada a crer que se tratava possivelmente da composição elaborada de algum anúncio a publicar em revista de moda, canal de televisão ou agência de viagens. Paris, o lugar de sonho ao seu alcance. Até o sorriso estático da noiva me pareceu afinado para o projecto. Pelo menos o dela seria, ao noivo só o vi de costas. Claro que me lembrei também do Museu Grévin e do Madame Tussauds London. Uma hipótese a considerar, muitos de nós desejamos passar à posteridade, nem que seja embrulhados no diáfano tule branco da fantasia. Ui, só a trabalheira que deve ser organizar a conservação de tudo aquilo lá pelos museus! Avaliar o lugar ideal para colocar os corpos ceráceos de gente famosa, escolher os trajes emblemáticos de cada um, mantê-los em bom estado, retocar-lhes a maquilhagem, pentear-lhes as cabeleiras de acordo com a postura preferida em vida. Sei lá, um infindável número de gestos necessários para que cada celebridade continue a apresentar-se como melhor agrada ao seu público. Enfim, a cena deve tornar-se quase tão real que não me admiraria se algum funcionário aproveitasse a proximidade oferecida por essa corte de tarefas para finalmente poder manifestar o seu apreço pela sua figura de eleição, ou até mesmo esclarecer dúvidas quanto à razão da notoriedade deste ou daquele colunável. Mas suponho que sem sucesso na resposta desejada, a mudez das expressões só falará certamente na imaginação dos curiosos.
Bom, voltando aos noivos em êxtase, espero que se tenham cansado de se olhar a mando de estranhos. Não, escrevi bem a palavra, amando de verdade é outro conceito e outra vivência.
Bom, voltando aos noivos em êxtase, espero que se tenham cansado de se olhar a mando de estranhos. Não, escrevi bem a palavra, amando de verdade é outro conceito e outra vivência.
M
6. Licínia
Aquela casa persiste no seu destino de pedra, a suportar os anos e os desastres. Atenta sempre aos sinais dos desatinos dos homens que a construíram, que a habitaram e não desistem de lhe chamar sua. Um dia virá em que ela tombará e não ficará mais do que lembrança ante lembrança. Pedra sobre pedra será o seu futuro, a fazer-se outra casa. Virão outros homens, com outro corpo, esse que é a sua verdadeira casa, a única, passageira do princípio e do fim.
Licínia
5. Justine
Aquela casa era o encanto da menina. E também a sua inquietação. Imaginava os longos corredores vazios, onde poderia andar de triciclo com a irmã, em corridas sem paragem. Imaginava os muitos quartos, onde, com os primos, jogaria às escondidas sem nunca ser encontrada. Mas havia também os sótãos, cheios de mistérios, de bichos e, quem sabe, também de alguns fantasmas. E pensar nisso fazia medo, até provocava pesadelos em algumas noites mais agitadas.
Mais tarde, a jovem mulher perguntava-se, ainda com uma curiosidade quase infantil, como seria possível manter organizada aquela infindável casa, quem seriam as pessoas que a habitavam e, acima de tudo, desejava, uma vez que fosse, acordar uma manhã naquele terraço virado à lagoa, em que bastava apenas virar o pescoço e tinha-se tudo: o mar, o morro, a povoação do outro lado e, ao longe, as duas ilhas.
Hoje, a idosa senhora cada vez mais recorda a sua infância e juventude e a casa misteriosa, como um ser vivo, continua a exercer um sortilégio que, crê ela, nunca se desvanecerá.
Aquela casa foi o romance da sua vida…
Justine
4. Jawaa
3. Bettips
2. Benó
Aquela casa, duas palavras para começar o texto no desafio desta semana, aqui no PPP, sem esquecer a fotografia. Poderia mostrar uma casa vulgar com uma porta e duas janelas, só com uma janela ou com muitas janelas, com jardim ou com quintal; uma casa apalaçada ou uma casa modesta e escreveria um texto, tal como me fora pedido, a começar com as palavras “Aquela casa”. Mas “aquela casa” que eu escolhi para este desafio é mais que uma casa, é um lar, é um ninho construído no alto daquele poste, com uma vista panorâmica soberba, onde habita um casal de cegonhas que não migra mas que fixou residência o ano inteiro e onde em todas as primaveras há novos seres.
Benó
1. Agrades
segunda-feira, novembro 09, 2015
quinta-feira, novembro 05, 2015
AGENDA PARA NOVEMBRO DE 2015
Proposta
de Teresa Silva
Dia
12 - Reticências
com
a frase “Aquela
casa”
a iniciar o texto. Não esquecer a fotografia.
O DESAFIO DE HOJE
Dia
5 - Ao
jeito de cartilha: Proponho-vos
que usemos a sílaba “Ra”
para formar as nossas palavras. O
texto que alguns de nós acrescentarmos é facultativo.
9. Teresa Silva
7. M.
Raridades
Régua de Cálculo
«Foi inventada por William Oughtred em 1622, baseando-se na tábua de logaritmos que fora criada por John Napier pouco antes, em 1614.
William Oughtred (Eton, 5 de março de 1575 — Albury, 30 de junho de 1660) foi um matemático inglês. Autor de Clavis mathematicae (1608), em que recapitulou todos os conhecimentos da sua época referentes à álgebra e à aritmética. Introduziu o símbolo x para a multiplicação e atribui-se-lhe também as réguas de cálculo.» (Retirado da net)
Explicação dada por um amigo meu (se alguém quiser saber ainda mais, faculto-vos o resto do texto que, por ser longo, não publiquei aqui):
«A sua invenção resulta da aplicação geométrica de outra invenção, do matemático Napier. Napier inventou a teoria dos Logaritmos, destinada a tornar mais rápido e preciso o cálculo com números com muitos algarismos. No chamado Mundo Ocidental, todos os cálculos científicos, astronómicos, geodésicos,etc. foram feitos, desde então, com a ajuda dos Logaritmos.
Esta ferramenta matemática só foi abandonada em meados do século 20 com a invenção da actual Máquina de Calcular que a veio substituir, com grandes vantagens em rapidez e precisão.
O logaritmo de um número, na base 10 ( a nossa base de contagem) é o expoente de 10 que dá origem a esse número. Por exemplo, o expoente de 10 que dá origem a 100 é 2. Por outras palavras, 10 levantado a 2 é 100, como 10 levantado a 3 é 1000 etc. Dizemos então que 2 é o logaritmo de 100, 3 é o logaritmo de 1000, etc.
Primeiro há que relembrar uma evidência em que normalmente não reparamos. Se colocarmos duas vulgares réguas graduadas em frente uma da outra e, por exemplo, colocarmos o 0 da de cima em frente ao 5 da régua de baixo, teremos, na régua de baixo, todos os números da de cima adicionados de 5. Ou seja essas réguas, dispostas dessa maneira, permitem somar números. E também diminuir. É elementar, mas é tão simplesmente segundo esse principio que funciona a Régua de Calculo.
Embora tenha mais aplicações, que se executam nas várias réguas que a compõem, descreverei apenas as duas mais vulgares e que são a Multiplicação e a Divisão de números. (...)
Por último e em defesa deste agora obsoleto dispositivo, apontemos três grandes vantagens em relação à máquina de calcular: Nunca se avaria, não gasta pilhas e, se não o destruirmos, é eterno.»
Por último e em defesa deste agora obsoleto dispositivo, apontemos três grandes vantagens em relação à máquina de calcular: Nunca se avaria, não gasta pilhas e, se não o destruirmos, é eterno.»
5. Licínia
Miradouro
Do alto do Cabo Girão, a enfrentar o Atlântico no ponto mais ocidental do território português. Um assombro de mar e terra e céu. Um desafio a quem teme as alturas. Uma plataforma de vidro para os mais ousados. Olhar para onde se põe os pés e ver o mar lá muito, muito em baixo, a lamber os calhaus, a salgar os campos que os homens ainda cultivam em declives insuspeitáveis.
Licínia
3. Bettips
2. Benó
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