Um dia, quando cheguei ao escritório à hora do almoço,
notei um certo burburinho no escritório ao lado que estava sempre de porta
aberta, era a delegação regional de um jornal nacional que não me lembro o
nome, pude ver de esguelha umas pessoas de pescoço esticado a olharem para a
televisão ligada, pendurada no alto, mínima e ainda a preto e branco, vinham de
lá uns ruídos estranhos e não resisti a espreitar e a olhar para a imagem da
televisão que suscitava tanto interessante, pensei brincadeiras à Orson Wells,
que ingénuos, acreditam em tudo, os americanos só inventam e manipulam estes
parolos. Felizmente fiquei calada, também não conhecia ninguém para partilhar o
esgar de gozo. Cheguei a casa, almoço aquecido, sentados à mesa por acaso
ligamos a televisão e eu na minha convicção disse: continuam a insistir nessa
parvoíce da “Guerra dos Mundos” parte II. Tive que cair em mim, era mesmo real,
o 11 de Setembro, a tragédia que sabemos.
Mónica