quinta-feira, março 20, 2025

O DESAFIO DE HOJE

Agenda para março de 2025

Proposta de Margarida

Janelas, janelões, portas, postigos, portões, ameias, matacões...

E por aí fora. Aberturas através das quais vemos a vida e olhamos o mundo.

Fotos e/ou textos são bem vindos.

Dia    6 – Portas e portões

Dia  13 – Janelas e janelões

Dia  20 – Postigos

Dia  27 – Ameias e matacões

Nota para a palavra Matacão no contexto do desafio:

No Dicionário Priberam, o significado é, entre outros, “Estrutura saliente em torre ou muralha, com abertura na parte inferior para observar o inimigo ou para deixar cair projécteis”.

9. Teresa Silva


 

Postigo de uma casa em Abrantes, onde nasceu Maria de Lurdes Pintassilgo.

Teresa Silva

8. Mónica


Mónica

7. Mena M


 Mena

quarta-feira, março 19, 2025

6. Margarida


 

Postigo com fios

Bom, e perguntam vocês: “Mas isto não é um postigo, é um telefone!”. E têm razão. Mas este telefone fazia as vezes de postigo, para venda de bilhetes de autocarro no Uruguai. Não digo para todos, mas para os que queríamos, sim. Havia uma fila de pessoas, todas muito ordeiras e cinzentas, porque os uruguachos são cinzentos, bem-educados, cultos, prestáveis e pontuais. Abeirávamo-nos do artefacto e levantávamos o auscultador, ao chegar a nossa vez. Uma voz do outro lado, simpática, feminina: “Quantos e para donde?”, ficando o nosso nome registado, sendo o aquilo que vos aprouver. Nunca percebi para onde se ligava, sei que funcionava este sistema de postigo telefónico, sem cara mas com voz. Ao entrarmos no autocarro, alguém sabia exactamente onde nos sentávamos, quantos éramos e para onde íamos. Isto passou-se no Séc.XXI, não no Séc.XIX. Eu gostei.

Margarida

5. M


 

Este postigo estava encerrado. Não soube quem resguardava por detrás dele. Encontrei-o na estação de comboios de Sintra. Um posto de venda de bilhetes. Eventualmente na hora de almoço do funcionário ou funcionária. Ou não seria ainda hora de abertura ao público. Apesar de tão mal sentado na ponta da pedra pintada nos azulejos da parede, coitado, chamou-me particular atenção a expressão feliz do menino angelical com duas flores na mão. Não faço ideia se as apanhou perto dali, no Parque da Liberdade, e foi punido pela ousadia e para sempre tornado estático pelas mãos do artista contratado para a obra. Seja como for, se a sua intenção tiver sido colher um raminho de flores para oferecer a alguém, o seu gesto ficou registado per saecula saeculorum. E será sem dúvida inspirador para quem por ali passar.

M