Dia 3 - Provérbios Fotografados: «Se o inverno não erra caminho, tê-lo-ei pelo S. Martinho» *
Dia 10 - Reticências com a frase ”Voltei a ouvi-los ” a iniciar o texto
Dia 17 - Fotodicionário com a palavra “Estação” escolhida pela ~pi
Dia 24 - Fotografando as palavras de outros sobre este excerto belíssimo de uma crónica de António Lobo Antunes (Adoro as crónicas dele.)
O cheiro das ondas no instante
em que o ar é mais frio do que a água
«Normalmente é no terceiro minuto a partir do crepúsculo que o ar da praia é mais frio do que a água. Não no segundo nem no quarto: no terceiro e durante onze segundos, o que requer discernimento, atenção e paciência. O melhor é encostarmo-nos à muralha, de queixo na palma, vigiar as gaivotas, dar fé da mudança de cor no horizonte e nisto, mal o terceiro minuto começa, tira-se a palma do queixo para que o ar poise nela e aí está: pega-se no ar da praia, mete-se no bolso e leva-se para casa sem deixar entornar. Tem de utilizar-se logo visto que no dia seguinte, a partir das dez, já o ar aqueceu. Puxa-se com cuidado do bolso e respira-se devagarinho. Quase sempre, então, os pinheiros estremecem e parece existir, nas mulheres da família, uma espécie de vontade de chorar. Não de tristeza, claro: do facto de existir para sempre, dentro delas, um búzio comovido.»
in Segundo Livro de Crónicas, António Lobo Antunes, Publicações Dom Quixote, Outubro de 2002
* NOTA: Se algum de vós tiver um gosto especial em propor um provérbio que nunca tenha aparecido basta que mo faça chegar e eu divulgá-lo-ei no mês seguinte para que possamos “fotografá-lo” no desafio Provérbios Fotografados.
quinta-feira, outubro 27, 2011
EU EXPLICO
De novo nos reunimos hoje no desafio Fotografando as palavras de outros, exprimindo de maneira muito interessante e diversa, através das nossas fotografias, o que sentimos com a leitura do excerto abaixo transcrito de um livro de Gonçalo M. Tavares.
65
O mundo não tem alcatifa, não pense tal, meu caro amigo,
nem em Paris o mundo real tem alcatifa.
O mundo tem madeira,
e a madeira tem falhas evidentes, lascas pontiagudas,
e quem sobre ela andar não sairá sem feridas
(o que também se poderá dizer do mundo).
O Mundo não foi feito para sobre ele se andar descalço.
Gonçalo M. Tavares
Uma Viagem à Índia (Canto III), Editorial Caminho
65
O mundo não tem alcatifa, não pense tal, meu caro amigo,
nem em Paris o mundo real tem alcatifa.
O mundo tem madeira,
e a madeira tem falhas evidentes, lascas pontiagudas,
e quem sobre ela andar não sairá sem feridas
(o que também se poderá dizer do mundo).
O Mundo não foi feito para sobre ele se andar descalço.
Gonçalo M. Tavares
Uma Viagem à Índia (Canto III), Editorial Caminho
quinta-feira, outubro 20, 2011
O desafio para a semana de 20 a 27 de Outubro
Dia 27 – Fotografando as palavras de outros sobre a interessante passagem abaixo transcrita de um livro de Gonçalo M. Tavares
65
O mundo não tem alcatifa, não pense tal, meu caro amigo,
nem em Paris o mundo real tem alcatifa.
O mundo tem madeira,
e a madeira tem falhas evidentes, lascas pontiagudas,
e quem sobre ela andar não sairá sem feridas
(o que também se poderá dizer do mundo).
O Mundo não foi feito para sobre ele se andar descalço.
Gonçalo M. Tavares
Uma Viagem à Índia (Canto III), Editorial Caminho
65
O mundo não tem alcatifa, não pense tal, meu caro amigo,
nem em Paris o mundo real tem alcatifa.
O mundo tem madeira,
e a madeira tem falhas evidentes, lascas pontiagudas,
e quem sobre ela andar não sairá sem feridas
(o que também se poderá dizer do mundo).
O Mundo não foi feito para sobre ele se andar descalço.
Gonçalo M. Tavares
Uma Viagem à Índia (Canto III), Editorial Caminho
quinta-feira, outubro 13, 2011
O Fotodicionário à espreita na semana de 13 a 20 de Outubro
Depois da diversidade de interessantes respostas ao desafio desta semana, aqui fica nova proposta:
Dia 20 – Fotodicionário com a palavra “Infância” escolhida pela Lagoas
Dia 20 – Fotodicionário com a palavra “Infância” escolhida pela Lagoas
PARA QUE OS NOSSOS LEITORES COMPREENDAM
Os dezassete textos que abaixo aparecem a acompanhar as respectivas fotografias começam todos com a palavra Outono, dada como mote a ser continuado numa única frase ou em mais algumas linhas, ao gosto de cada um dos participantes e das fotografias que em sua opinião lhes realçam o sentido.
M
M
17. Zé-Viajante
16. Zambujal
Outono…
… pois se estamos em Outubro.
É o tempo mais clarificador da natureza. Porque é estação (apeadeiro?...) em que tudo deixa de ser e tudo começa a ser ou ainda não é. A vindima e o vinho novo, “as folhas mortas” e Vivaldi, as cores suaves e a nostalgia. O tempo do ser humano ter aprendido tudo, sobretudo que é parte da natureza e que sabe muito pouco. O tempo em que se pode lembrar que ainda não se esqueceu de aprender.
Fui à procura do Outono no meu quintal. Encontrei-o na hera invasora que esconde a janela, mas não escondeu a Léssya a varrer as folhas caídas.
Zambujal
15. Teresa Silva
14. Rocha/Desenhamento
12. Nucha
11. Mena M.
10. Mac
Outono...
Este ano quis-nos enganar: o calor teima em prolongar a estadia neste lado do Equador, as praias continuam apinhadas de gente...parece que ainda é Verão...
No entanto se olharmos atentamente, vemos os castanhos, laranjas e vermelhos pelo chão; já se sente um vento fresquinho e cheirinho a castanhas...
Não nos enganas...
O Outono já chegou.
Mac
9. M.
8. Luisa
Outono, o tema da fotografia desta semana parecia simples mas tornou-se uma missão impossível:
À procura do Outono, percorri as matas de folhas douradas mas não estavam lá.
Procurei folhas secas no chão, mas não estavam lá.
Levantei-me cedo para sentir a frescura das manhãs de Outubro, mas não estava lá.
Esperei os nevoeiros que caem sobre a cidade ao entardecer, mas não estavam lá.
Tentei encontrar uma árvore já sem folhas mas não estava lá.
Desisti.
Voltei para a praia.
Luísa
7. Licínia
6. Lagoas
5. Justine
3. Bettips
2. Benó
Outono, outubro, amêndoas, nozes, batata doce, cheira a mosto.
A figueira já se despiu, assim como a maior parte das árvores do pomar. Os seus braços semi nus erguem-se aos céus numa prece muda para que a chuva não tarde. Um figo aqui e ali, uma ou outra folha mais apegada à mãe, está assim a figueira, retrato fiel dum outono que fez um casamento perfeito com o verão deixando-se dominar por ele.
Até quando durará esta união?
Benó
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