Disse
um dia o Professor José Augusto-França, num dos seus estimulantes
artigos publicados do Diário de Lisboa, Suplemento Literário:«Uma
civilização sem arte não o é.» Este lapidar conceito é bem
ilustrado pelo património das antigas e modernas civilizações:
assim nos ocorre citar, por exemplo, as pirâmides de Gizé para
referir o Egipto. Ou o Coliseu relativo ao Império Romano. Ou a
Torre Eiffel para lembrar Paris e o avanço das artes da idade
contemporânea e suas civilizações. Podemos não saber identificar
um pormenor de qualquer realidade monumental, mas, em termos de
cultura geral, identificamos milhares de imagens cujo valor estético
e histórico logo nos ocorre como testemunho do estatuto superior do
homem em diversos planos.
Nesta excelente fotografia identificam-se, em termos de conservação parcial, dois capitéis bem demonstrativos de uma comunidade antiga, aliás bem raros da sua despojada marcação decorativa e nas abas em corola aberta, a lembrar uma realização mais transcendente nos grandes elementos similares aos que encimam as poderosas colunas de Karnac, capazes de conterem, em espiral, 120 pessoas.
Ao longo de milénios, a arquitectura desenvolveu-se, em vários sentidos da vertical, com a incorporação destas próteses modulares, sobretudo nas grandes catedrais, prolongando-se até longe no século XX, então quase só com valia ornamental e evocação da edificação urbana através dos tempos.
Nesta excelente fotografia identificam-se, em termos de conservação parcial, dois capitéis bem demonstrativos de uma comunidade antiga, aliás bem raros da sua despojada marcação decorativa e nas abas em corola aberta, a lembrar uma realização mais transcendente nos grandes elementos similares aos que encimam as poderosas colunas de Karnac, capazes de conterem, em espiral, 120 pessoas.
Ao longo de milénios, a arquitectura desenvolveu-se, em vários sentidos da vertical, com a incorporação destas próteses modulares, sobretudo nas grandes catedrais, prolongando-se até longe no século XX, então quase só com valia ornamental e evocação da edificação urbana através dos tempos.
Rocha
de Sousa
4 comentários:
A arquitectura, presença essencial de enriquecimento do espírito e social na vida do ser humano.
Pela arte nos salvamos, tantas vezes!
Aqui não só se aprecia a arte,mas também se aprende sobre ela!
Nunca tinha ouvido falar do Templo de Karnak,obrigada Rocha de Sousa!
Sabendo (antigo saber pela curiosidade que sempre tive sobre o Egipto) de Karnak, gostei de ir rever, à luz desta tua lembrança, trazida pela mão de M. e desenvolvida aqui num agradável resumo da arquitectura humana. Grata pelo apontamento.
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