quinta-feira, outubro 18, 2012
12. Rocha/Desenhamento
... Estava ali, voando em torno de uma alta chaminé, cuac, resto de uma fábrica da indústria corticeira dos anos 50. Cuac-uac. Era linda, a chaminé, e muito melhor poiso-ninho para mim, para a minha companheira e para os nossos filhos, a nascer ainda hoje ou eventualmente amanhã, cuac-cuac. A mãe está a acabar o ninho que construimos no cocuruto uac de uma velha palmeira. Cuac-uac, vou já ver como estão as coisas, além a leste e um pouco a sul, ainda dentro da cidade, num quintal acolhedor. Cuac Cuac. Lá estão eles, vou pousar ao lado dela e tratar da lama e limpar os ovos e espreitar se aquela racha já é o sinal da vida. Uac Cuac Cuac. Está-se bem aqui...
Rocha de Sousa
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10 comentários:
É bom sinal quando atribuímos linguagem de gente aos animais. Assim nos humanizamos mais e menos agreste será o mundo que nos rodeia.
Esqueci-me de acrescentar no comentário anterior que às vezes também me apetecia dizer "Cuac Cuac". Como experiência linguística, claro. Ou para voar de outra maneira. De resto acho que não gostava de construir a minha casa em cima de uma chaminé. Tenho o pavor de incêndios.
Problemas de habitação. Cuac cuac...
Para alguma coisa serve "a morte das palmeiras": as cegonhas agradecem, tanto mais que é uma assoalhada com vista de 360º!
bettips
Felizes aves assim em liberdade.
É exaltante poder voltar, se assim se deseja, àquele tempo magnífico em que os animais falavam...
Julgava que era mudo mas afinal diz cuac cuac...
Agrades
A morte da palmeira foi útil às cegonhas.Assim, serve de ninho à vida.
Diz cuac cuac e também sabe voar.
É sempre bom olhar a terra do alto.
Dando, se recebe! Aí está uma parte do segredo-sagrado da Vida.
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