quinta-feira, março 28, 2013
AGENDA PARA ABRIL DE 2013 (Dia 25)
Excerto
I
Pygmalion
Pygmalion
(...)
PICKERING
(gently)
But what is it you want, my girl?
THE
FLOWER GIRL. I want to be a lady in a flower shop stead of selling at
the corner of Tottenham Court Road. But they wont take me unless I
can talk more genteel. He said he could teach me. Well, here I am
ready to pay him – not asking any favor – and he treats me zif I
was dirt.
(…)
Act
II Páginas 185 e 186
************************************************Pigmalião
(...)
PICKERING
(delicadamente)
– Mas
afinal que é que você quer?
A VENDEDEIRA DE FLORES – Quero trabalhar cumo uma senhora numa loja de flores imbez de ser bendedeira numa esquina de Tottenham Court Road, mas eles no m'aceitam se eu no falar melhor. Ele disse que podia ensinar-me, e por isso aqui estou pronta pra le pagar. No le peço nenhum fabor e ele trata-me como s'eu fosse lixo.
A VENDEDEIRA DE FLORES – Quero trabalhar cumo uma senhora numa loja de flores imbez de ser bendedeira numa esquina de Tottenham Court Road, mas eles no m'aceitam se eu no falar melhor. Ele disse que podia ensinar-me, e por isso aqui estou pronta pra le pagar. No le peço nenhum fabor e ele trata-me como s'eu fosse lixo.
(…)
Acto II Página 42
Pigmalião, Bernard Shaw, Publicações Europa-América, Edição bilingue, Ilustrações de Feliks Topolski
Título original: Pygmalion (A Romance in five acts)
Tradução de Mário César de Abreu
Acto II Página 42
Pigmalião, Bernard Shaw, Publicações Europa-América, Edição bilingue, Ilustrações de Feliks Topolski
Título original: Pygmalion (A Romance in five acts)
Tradução de Mário César de Abreu
AGENDA PARA ABRIL DE 2013 (Dia 25)
Excerto II
Pygmalion
(...)
LIZA. I should look all right with my hat on. (She takes up her hat; puts it on; and walks across the room to the fireplace with a fashionable air).
(...)
LIZA. I should look all right with my hat on. (She takes up her hat; puts it on; and walks across the room to the fireplace with a fashionable air).
HIGGINS.
A new fashion, by George! And it ought to look horrible!
DOOLITTLE (with fatherly pride) Well, I never thought she'd clean up as good looking as that, Governor. She's a credit to me, aint she?
LIZA. I tell you, it's easy to clean up here. Hot and cold water on tap, just as much as you like, there is. Wooly towels, there is; and a towel horse so hot, it burns your fingers. Soft brushes to scrub yourself, and a wooden bowl of soap smelling like primroses. Now I know why ladies is so clean. Washing's a treat of them. Wish they saw what it is for the like of me!
HIGGINS. I'm glad the bathroom met with your approval.
LIZA. It didn't: not all of it; and I dont care who hears me say it. Mrs. Pearce knows.
HIGGINS. What was wrong, Mrs. Pearce?
MRS. PEARCE (blandly). Oh, nothing, sir. It doesnt matter.
LIZA. I had a good mind to break it. I didnt know which way to look. But I hung a towel over it, I did.
HIGGINS. Over what?
MRS. PEARCE. Over the looking glass, sir.
(..)
Act II Páginas 210 e 211
DOOLITTLE (with fatherly pride) Well, I never thought she'd clean up as good looking as that, Governor. She's a credit to me, aint she?
LIZA. I tell you, it's easy to clean up here. Hot and cold water on tap, just as much as you like, there is. Wooly towels, there is; and a towel horse so hot, it burns your fingers. Soft brushes to scrub yourself, and a wooden bowl of soap smelling like primroses. Now I know why ladies is so clean. Washing's a treat of them. Wish they saw what it is for the like of me!
HIGGINS. I'm glad the bathroom met with your approval.
LIZA. It didn't: not all of it; and I dont care who hears me say it. Mrs. Pearce knows.
HIGGINS. What was wrong, Mrs. Pearce?
MRS. PEARCE (blandly). Oh, nothing, sir. It doesnt matter.
LIZA. I had a good mind to break it. I didnt know which way to look. But I hung a towel over it, I did.
HIGGINS. Over what?
MRS. PEARCE. Over the looking glass, sir.
(..)
Act II Páginas 210 e 211
******************************************************
Pigmalião
(..)
LISA – Co meu chapéu debo ficar melhor. (Pega no chapéu, põe-no na cabeça e atravessa a sala em direcção à lareira, com um ar elegante.)
(..)
LISA – Co meu chapéu debo ficar melhor. (Pega no chapéu, põe-no na cabeça e atravessa a sala em direcção à lareira, com um ar elegante.)
HIGGINS
– Fantástico! Mais uma nova moda! E tinha de ser horrível!
DOOLITTLE (com orgulho paternal) – Nunca pensei que um bom banho a deixasse com tão bom aspecto, patrão! Estou a marcar pontos, no estou?
LISA – Pois fique sabendo que aqui é fácil a gente labar-se. Nas torneiras há toda a água quente e fria que se queira. Toalhas fofas e um toalheiro tão quente que'inté queima os dedos. Escobas macias para uma pessoa se esfregar e uma taça de madeira com sabão dentro que cheira a primaberas. Agora sei por que é que as senhoras são tão limpas. Um banho, pra elas, é um regalo! Gostaba que elas soubesem o que é um banho pra pessoas como eu!
HIGGINS – É um prazer saber que a casa de banho te agradou.
LISA – No é bem assim. Nem toda me agradou. E no m'importa quem me esteja a oubir. A Srª. Pearce sabe porquê.
HIGGINS – Que é que estava mal, Srª. Pearce?
SRª. PEARCE (com voz suave) – Nada, Sr. Higgins. Não tem importância.
DOOLITTLE (com orgulho paternal) – Nunca pensei que um bom banho a deixasse com tão bom aspecto, patrão! Estou a marcar pontos, no estou?
LISA – Pois fique sabendo que aqui é fácil a gente labar-se. Nas torneiras há toda a água quente e fria que se queira. Toalhas fofas e um toalheiro tão quente que'inté queima os dedos. Escobas macias para uma pessoa se esfregar e uma taça de madeira com sabão dentro que cheira a primaberas. Agora sei por que é que as senhoras são tão limpas. Um banho, pra elas, é um regalo! Gostaba que elas soubesem o que é um banho pra pessoas como eu!
HIGGINS – É um prazer saber que a casa de banho te agradou.
LISA – No é bem assim. Nem toda me agradou. E no m'importa quem me esteja a oubir. A Srª. Pearce sabe porquê.
HIGGINS – Que é que estava mal, Srª. Pearce?
SRª. PEARCE (com voz suave) – Nada, Sr. Higgins. Não tem importância.
LISA
– Apeteceu-me parti-lo. Nem sabia para que lado olhar. Mas acabei
por pendurar uma toalha nele.
HIGGINS – Nele o quê?
SRª. PEARCE – No espelho, Sr. Higgins.
(…)
Acto II Páginas 67 e 68
HIGGINS – Nele o quê?
SRª. PEARCE – No espelho, Sr. Higgins.
(…)
Acto II Páginas 67 e 68
Pigmalião,
Bernard Shaw, Publicações Europa-América, Edição bilingue,
Ilustrações de Feliks Topolski
Título original: Pygmalion (A Romance in five acts)
Tradução de Mário César de Abreu
Título original: Pygmalion (A Romance in five acts)
Tradução de Mário César de Abreu
AGENDA PARA ABRIL DE 2013
«A lifetime of happiness! No man alive could bear it; it would be hell on earth.»
George Bernard Shaw (1856 - 1950)
Dia
4 - Ao
jeito de cartilha: Proponho-vos
que usemos a sílaba “Do”
para formar as nossas palavras. Poderá ser colocada no início, no
meio ou no fim da palavra que escolhermos. E não se esqueçam da
fotografia. O
texto que alguns de nós acrescentamos é facultativo.
Dia
11 - Reticências
com
a frase “É
triste”
a iniciar o texto. Não esquecer a fotografia.
Dia 18 - Com as palavras dentro do olhar sobre fotografia de Zambujal.
Dia 25 - Fotografando as palavras de outros sobre dois excertos deliciosos retirados do livro abaixo indicado e que publico em separado.
Dia 18 - Com as palavras dentro do olhar sobre fotografia de Zambujal.
Dia 25 - Fotografando as palavras de outros sobre dois excertos deliciosos retirados do livro abaixo indicado e que publico em separado.
Pigmalião,
Bernard Shaw, Publicações Europa-América, Edição bilingue,
Ilustrações de Feliks Topolski
Título original: Pygmalion (A Romance in five acts)
Tradução de Mário César de Abreu
Título original: Pygmalion (A Romance in five acts)
Tradução de Mário César de Abreu
Um dos excertos é um pouco mais longo do que o habitualmente proposto para este desafio mas, já que no meu calendário irlandês de estimação é este escritor a figura escolhida para o mês de abril, pareceu-me interessante lembrar uma das suas obras, talvez a mais conhecida.
Dou preferência ao texto em inglês – tem outro sabor – mas, na eventualidade de nem toda a gente conseguir compreendê-lo no idioma original, junto a tradução.
Num post à parte, para os mais curiosos que queiram entender a razão da tradução para português ter sido feita deste modo, explicada em nota do tradutor, partilho convosco duas fotografias das páginas do livro que a mostram.
Acrescento ainda estes dois links:
O DESAFIO DE HOJE
Dia
28 - Fotografando
as palavras de outros sobre
o poema
Árvores
Nuas
Quando
as mãos carinhosas de outro sol
seu
corpo agreste enfeitem novamente,
que
será já dos ventos que as despiram?
Pobres
ventos sem alma que as despiram!
Sebastião
da Gama, Cabo
da Boa Esperança (Janela Aberta), Colecção Poesia,
Edições Ática, 1959
2. Benó
O cinzento outono me desfolhou. O frio inverno me lavou com as suas águas ora mansas ora tempestuosas. Estou nua e começo a sentir os beijos mornos do sol nos meus braços. Ergo-os numa súplica aos deuses celestiais pedindo o retorno breve das minhas folhas verdes. Que a primavera chegue depressa.
Benó
quinta-feira, março 21, 2013
AGENDA PARA MARÇO DE 2013
Dia
28 - Fotografando
as palavras de outros sobre
o poema
Árvores
Nuas
Quando
as mãos carinhosas de outro sol
seu
corpo agreste enfeitem novamente,
que
será já dos ventos que as despiram?
Pobres
ventos sem alma que as despiram!
Sebastião
da Gama, Cabo
da Boa Esperança (Janela Aberta), Colecção Poesia,
Edições Ática, 1959
O DESAFIO DE HOJE
13. Zé-Viajante
Que dizer das cores, das formas, do cheiro a tinta que ainda aqui perdura?
Que dizer do amor à arte, seja ela escrita, pintada, representada e o mais que sabemos? (ou julgamos saber) Que dizer dos verdes, nenhum igual e afinal noto que todas as cores têm matizes diversos?
Que dizer de ti, pintora, poeta, artista afinal, que nos presenteias com maravilhas assim? Que mais dizer se mais não sei expressar?
Dizer apenas, e como final, que a Vida envia-nos encantos destes.
Zé-Viajante
Que dizer do amor à arte, seja ela escrita, pintada, representada e o mais que sabemos? (ou julgamos saber) Que dizer dos verdes, nenhum igual e afinal noto que todas as cores têm matizes diversos?
Que dizer de ti, pintora, poeta, artista afinal, que nos presenteias com maravilhas assim? Que mais dizer se mais não sei expressar?
Dizer apenas, e como final, que a Vida envia-nos encantos destes.
Zé-Viajante
12. Zambujal
O olhar procura nas cores em espaços verticais as palavras a escrever.
Fica insatisfeito. Não são estas as condições em que encontra as palavras.
Defeito, ou incapacidade sua, de quem escreve.
Só quer dizer, escrevendo, que precisava de melhor ver. Mais ao vivo, com as cores com que foi pintado o quadro, não com aquelas que o computador lhe traz.
Por isso, só lhe resta deixar a palavra de saudação e apreço para a autora do quadro.
Zambujal
Defeito, ou incapacidade sua, de quem escreve.
Só quer dizer, escrevendo, que precisava de melhor ver. Mais ao vivo, com as cores com que foi pintado o quadro, não com aquelas que o computador lhe traz.
Por isso, só lhe resta deixar a palavra de saudação e apreço para a autora do quadro.
Zambujal
11. Teresa Silva
Entre a forma e a cor, prefiro a cor - intensa, primária, onde os azuis e os vermelhos se complementam.
Teresa Silva
Teresa Silva
10. Rocha/Desenhamento
As cores desta imagem fotográfica correspondem, com alguma base de incerteza, às que resolvem uma composição pictórica. Uma composição que
se organiza em faixas não rígidas, entre tons verdes, azuis e avermelhados,
com uma leve incidência de laranja em dois pontos da do ritmo proposto. É
um caso paradigmático da elaboração plástica abstracta, que emergiu num
quadro de transformações estéticas durante o século XX, quer em termos
construtivistas, minimalistas ou gestuais, desligando-se do real visível e ligando-se à autonomia da forma livremente criada, manipulada, articulada a
outras como numa entidade própria.
A pintura assim apresentada poderia ter sido efectuada com um aspecto muito semelhante a este, não através de pigmentos, mas segundo tiras de papel ou pano em colagem, segundo cores idênticas ou parecidas, montagem instaladora semelhante a esta e muito desenvolvida até aos nossos dias, na maior das diversidades bi e tridimensionais.
Rocha de Sousa
A pintura assim apresentada poderia ter sido efectuada com um aspecto muito semelhante a este, não através de pigmentos, mas segundo tiras de papel ou pano em colagem, segundo cores idênticas ou parecidas, montagem instaladora semelhante a esta e muito desenvolvida até aos nossos dias, na maior das diversidades bi e tridimensionais.
Rocha de Sousa
9. ~pi
Corriam rios de cor como respirações frutadas e em todos navegava o ansiado cântico do delta.
Como fontes distintas de distintas pedras se lavavam as cores, que por água corrente se trocavam, fluindo num rigor calado.
Por vezes se sabia um ferro atravessando a calidez da água; e que nem sempre era uma ponte, esse ferro.
~pi
Como fontes distintas de distintas pedras se lavavam as cores, que por água corrente se trocavam, fluindo num rigor calado.
Por vezes se sabia um ferro atravessando a calidez da água; e que nem sempre era uma ponte, esse ferro.
~pi
8. Mena M.
Na belíssima foto da Teresa, que presumo ser uma das suas pinturas, vi um painel mágico de cores quentes!
Pega-se numa cor de cada vez, agarra-se firmemente e puxa-se num rasgão de alto a baixo, como se da casca de um eucalipto se tratasse.
Podem usar-se para embrulhar tristezas, colorir os dias cinzentos do quotidiano ou para qualquer outro fim que nos faça sentido.
Mena
Pega-se numa cor de cada vez, agarra-se firmemente e puxa-se num rasgão de alto a baixo, como se da casca de um eucalipto se tratasse.
Podem usar-se para embrulhar tristezas, colorir os dias cinzentos do quotidiano ou para qualquer outro fim que nos faça sentido.
Mena
7. M.
Como corpos esguios em movimento partilhando as cores da existência na textura dos instantes.
M
M
6. Luisa
Nem sempre as cores são alegres. Neste quadro elas são como grades que nos impedem de ir mais longe, de alcançar o infinito que supomos estar lá adiante.
Luisa
Luisa
5. Licínia
Dizem que tem sete cores, o arco-íris, o arco-no-céu, o arco-da-chuva, o arco-da-velha, mas que só as mostra quando chove e faz sol ao mesmo tempo. Capricho colorido o deste arco que tem um pé aqui, um pé ali, tão perto e tão longe que nunca ninguém o tocou. Se o encontrássemos, escavando bem a terra onde se poisa, encontraríamos um pote de ouro, um pote cheiinho de luz, igual à felicidade que sonhamos.
Foi do que me lembrei ao contemplar esta pintura que talvez seja a imagem que fica, no avesso das pálpebras, depois de fixarmos, avidamente, a aparição tão rara dos nossos dias de arco-íris.
Licínia
Foi do que me lembrei ao contemplar esta pintura que talvez seja a imagem que fica, no avesso das pálpebras, depois de fixarmos, avidamente, a aparição tão rara dos nossos dias de arco-íris.
Licínia
4. Justine
Olho
a foto e que vejo? O misterioso trabalho do artista, que desejou
falar dos seus humores volúveis? Ou dos caminhos indizíveis da
vida, uns de cores alegres, outros quase negros? Ou de uma floresta
onírica? Ou apenas pintou uma explosão arbitrária de cor, sem
qualquer outro significado? Tudo é possível, na liberdade
expressiva do pintor. Eu olho, imagino e nada concluo…
Justine
3. Bettips
Os rios, correntes da vida nossa. Ora alegres, ora tristes mas sempre correndo. Parecendo extravasar os quadros e margens que deles tentamos fazer.
Bettips
Bettips
2. Benó
Gargalhadas coloridas que escorrem pela tela enchendo-a de vida. Ouço-as e sou contagiada pela alegria que me transmitem. Cores vibrantes que estendem as mãos e me arrebatam levando-me com elas para o seu mundo de fantasia onde me sinto criança brincando com caixinhas de aguarelas.
Benó
Benó
sexta-feira, março 15, 2013
14. Teresa Silva (Estão a ver o que perdíamos se eu não publicasse a participação da Teresa...)
13. Luisa (Podíamos lá perder a participação da Luisa!)
quinta-feira, março 14, 2013
«RETICÊNCIAS», O DESAFIO DE HOJE
No desafio de hoje sentimos a falta da Luisa e da Teresa Silva. O computador zangou-se com elas e avariou.
Tenho a certeza que ambas tiveram muita pena de não poder participar e nós também. Por essa razão, assim que eu publicar a agenda do mês, sempre que quiserem e a inspiração vos visitar, podem mandar-me todas as vossas respostas aos desafios de uma só vez. Deste modo, se entretanto surgir algum problema, já tudo estará em meu poder a tempo de ser publicado. Já há quem o faça.
M
Tenho a certeza que ambas tiveram muita pena de não poder participar e nós também. Por essa razão, assim que eu publicar a agenda do mês, sempre que quiserem e a inspiração vos visitar, podem mandar-me todas as vossas respostas aos desafios de uma só vez. Deste modo, se entretanto surgir algum problema, já tudo estará em meu poder a tempo de ser publicado. Já há quem o faça.
M
12. Zé-Viajante
Era apenas uma imagem, bem nítida aliás, da superfície de Marte. Se alguém pensou em algo mais terra-a-terra (houve um "maduro" que até imaginou suportes para chapéus de sol...) não conhece a natureza marciana nem os seus encantos infindáveis. Houve até quem imaginasse que se tratava de poisos de formigas (gigantes, já se vê), tocas de gaivotas (estas, ainda bebés) ou simplesmente de pegadas ali deixadas por algum ser de formas estranhas. Um especialista em tarot leu as cartas e adivinhou que aquela foto era apenas a imaginação de um viajante, num pontão bem bonito de uma praia da nossa costa.
Zé-Viajante
11. Zambujal
Era apenas um telefonema, um encontro.
Porque não? Porque sim!
*
Tinha sido, apenas, uma amizade comum, dois olhares, dois sorrisos, duas palavras em vozes agradadas,
a troca dos números de telefone.
E foi, apenas, um jantar, uma troca de livros, um escrever de poemas em toalhas de papel.
Também um contido contar mútuo de vidas e desencontros.
Das momentâneas solidões.
Começar de novo?
Foi apenas, naquela noite, uma indesejada despedida com esperança partilhada de breve reencontro.
Bastaria apenas um telefonema…
Que não tardou muitos dias!
*
Passaram, já, apenas 34 anos.
Desde aquele encontro, daqueles olhares.
Desde o Jamor.
Zambujal
10. Rocha/Desenhamento
Era apenas uma pequena lâmpada eléctrica aconchegada no côncavo de uma corola em forma de tulipa, feita de vidro levemente rosado, vagamente cor de grão. Ficara ali, suspens de um tecto em madeira, só ela acesa ao fim de um abandono de seis meses. As companheiras, em círculo por fora, deixadas igualmente acesas, em breve se queimaram, escurecendo sem remédio. Aquela lâmpada enfim singular e solitária foi a única a receber os donos de casa no sul, vindos para férias perto do verão, perto do anoitecer, espantando-se com a luz breve mas viva, assim incandescente desde a última passagem deles por ali, seis meses antes.
Rocha de Sousa
9. ~pi
6. Licínia
5. Justine
4. Jawaa
Era apenas para demonstrar-lhe a minha alegria por ela ter voltado para casa. Corri pelas escadas, afiei as unhas na passadeira, enrolei os tapetes, meti-me debaixo das carpetes; um por um, joguei para o chão todas as canetas e pequenos objectos ao lado do computador que a minha patinha conseguia empurrar até à ponta da mesa.
Então,
ela percebeu que eu queria brincar; levantou-se e aceitou vir jogar
às escondidas comigo para o jardim.
Bem sei que por boas razões, mas dois dias longe é muuuuuiiiiiito tempo!
Bem sei que por boas razões, mas dois dias longe é muuuuuiiiiiito tempo!
Jawaa
3. Bettips
Era apenas... um livro,
entre uma dúzia deles que havia lá em casa. “Esteiros” de
Soeiro Pereira Gomes, edição de 1942. Abria com a dedicatória
“Para os filhos dos homens que nunca foram meninos, escrevi êste
livro”.
Eu própria era uma criança e esta
frase perseguiu-me e marcou-me durante muitos anos. Até a entender
duma forma tão abrangente que nunca a esqueço. Nunca mais.
Bettips
2. Benó
Era apenas mais uma noite invernosa. A chuva lá fora caía impiedosamente. O vento soprava empurrando à sua frente as folhas jovens que fragilmente se agarravam aos braços da mãe árvore. Ninguém passava na rua e as janelas eram como olhos entreabertos deixando passar tiras de luz de casas ainda acordadas.
Como habitualmente em noites de invernia, a luz retirou-se não se sabe para onde, talvez com frio e o apagão foi geral.
A lareira chispava e iluminava debilmente a sala onde nos encontrávamos. Com o isqueiro que está sempre à mão, acendemos a vela e brindámos à claridade que pelas paredes desenhava figuras abstratas executantes duma dança de luz e sombra.
Era apenas mais um apagão numa noite invernosa.
Benó
quinta-feira, março 07, 2013
AGENDA PARA MARÇO DE 2013
Dia
14 - Reticências
com
a frase “Era
apenas”
a iniciar o texto. Não esquecer a fotografia.
O DESAFIO DE HOJE
Mais uma vez constato quão interessantes e diversas são as nossas respostas Ao jeito de cartilha.
Mais uma vez constato como as sílabas da nossa língua formam palavras tão diferentes e cheias de significados.
Mais uma vez constato como elas, as sílabas, são irrequietas. E nós, os que as usamos e com elas brincamos, também o somos. Sim, irrequietos! À semelhança das crianças. O que é bom, porque as crianças são habitualmente encantadoras. Valha-nos isso...
M
Nota: Escrevi propositadamente a expressão Mais uma vez constato porque, como sabem, as crianças adoram repetições, rituais, e o que mais surgir no horizonte do seu pensamento... :-))
Mais uma vez constato como as sílabas da nossa língua formam palavras tão diferentes e cheias de significados.
Mais uma vez constato como elas, as sílabas, são irrequietas. E nós, os que as usamos e com elas brincamos, também o somos. Sim, irrequietos! À semelhança das crianças. O que é bom, porque as crianças são habitualmente encantadoras. Valha-nos isso...
M
Nota: Escrevi propositadamente a expressão Mais uma vez constato porque, como sabem, as crianças adoram repetições, rituais, e o que mais surgir no horizonte do seu pensamento... :-))
13. Zambujal
Insólito
INsólito in Alexandria
Interessante escolha. Que me não deixou indiferente. De i(n)mediato escolhi coincidência. E procurei fotos. Insisti e reincidi. Infelizmente, a busca foi infrutífera. Ainda me inclinei para tinteiro ou cinzeiro, mas quando tropecei neste insólito in Alexandria, ele impôs-se. Incontestável. Para mim, “invidentemente”.
Zambujal
11. Rocha/Desenhamento
Indecorosamente
Indecorosamente, no século XXI, tempo de tecnologias e de avanços algo equívocos, as guerras reacendem-se e a Natureza mostra-se enraivecida e tocada pela assombração dos homens, entre fumos e respostas tectónicas. Barracas ou casas de adobe, tudo soçobra no espaço de concentrações e do espaço acabamos por ver o xadrez terroso da tragédia, anunciação de outros desastres naturais ou provocados pelo homem, no cume de uma afinal indecente civilização.
ROCHA DE SOUSA
8. M.
Interior
Para lá do óbvio de se tratar de uma montra de roupas de senhora, são os vários sentidos que encontro entre esta fotografia e a palavra com ela relacionada que me levaram a escolhê-las. O interior, até o nosso, adivinha-se, constrói-se, veste-se. E, como no vinho, deseja-se alcance ser considerado de qualidade vintage, ainda que a roupagem possa lembrar, ou pertencer a uma determinada época. Para bem do paladar da existência humana.
M
(Esta loja estava dentro do antigo mercado English Market, de 1862, em Cork, na Irlanda. Perto dos sabores à venda, tentadoramente expostos...)
sábado, março 02, 2013
PARTILHANDO COISAS BONITAS
Digam-me lá se este pequeno filme que a Licínia me deu a conhecer não é lindíssimo?
http://vimeo.com/12422039#
Subscrever:
Mensagens (Atom)