Dia
19 - Com
as palavras dentro do olhar sobre
fotografia
de Teresa Silva.
quinta-feira, outubro 29, 2015
AGENDA PARA NOVEMBRO DE 2015
Proposta
de Teresa Silva
Dia
5 - Ao
jeito de cartilha: Proponho-vos
que usemos a sílab “Ra”
para formar as nossas palavras. O
texto que alguns de nós acrescentarmos é facultativo.
Dia
12 - Reticências
com
a frase “Aquela
casa”
a iniciar o texto. Não esquecer a fotografia.
Dia
19 - Com
as palavras dentro do olhar sobre
fotografia
de Teresa Silva.
Dia 26 – Fotografando as palavras de outros sobre a primeira estrofe de um poema de Mário de Sá Carneiro
Dia 26 – Fotografando as palavras de outros sobre a primeira estrofe de um poema de Mário de Sá Carneiro
Um
pouco mais de sol e fora brasa
Um pouco mais de azul e fora além
Para atingir faltou-me um golpe de asa
Se ao menos eu permanecesse aquém
Um pouco mais de azul e fora além
Para atingir faltou-me um golpe de asa
Se ao menos eu permanecesse aquém
Mário
de Sá Carneiro – Poesias (Poema Quase), Lisboa, Edições Ática, 1953
O DESAFIO DE HOJE
Dia 29 – Fotografando as palavras de outros sobre o poema
Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há ideias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.
Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há ideias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.
De POEMAS INCONJUNTOS | Fernando Pessoa enquanto Alberto Caeiro.
(Poesia, Alberto Caeiro, Obras de Fernando Pessoa, Assírio & Alvim, Setembro 2001)
2. Benó
quinta-feira, outubro 22, 2015
AGENDA PARA OUTUBRO DE 2015
Proposta
de Rocha/Desenhamento
Dia 29 – Fotografando as palavras de outros sobre o poema Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há ideias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.
De POEMAS INCONJUNTOS | Fernando Pessoa enquanto Alberto Caeiro.
(Poesia, Alberto Caeiro, Obras de Fernando Pessoa, Assírio & Alvim, Setembro 2001)
10. Teresa Silva
9. Rocha/Desenhamento
O país prestou-se a seguir os vaticínios
de José Saramago, nosso prémio Nobel
da Literatura: depois de querelas fúteis e
azedas, perdeu-se de si e tornou-se uma
JANGADA DE PEDRA
4. Jawaa
2. Benó
Guiadas
pelos sonhos da juventude de apanhar sempre a melhor onda já
correram sobre as águas de vários mares, fizeram equilíbrio sobre
a espuma de altaneiras vagas, saltaram e vogaram em líquidos cor da
esperança mas, neste entardecer outonal repousam sobre o dourado
areal e ficam bem no meu “Jornal de Parede”.
Benó
quarta-feira, outubro 14, 2015
O DESAFIO DE DIA 15
Dia
15 - Com
as palavras dentro do olhar sobre
fotografia
de Rocha/Desenhamento.
Nota:
E que desafio! Andámos todos atrapalhados a tentar decifrar esta fotografia mas lá conseguimos encontrar algumas palavras. Certezas não há, mas isso que importa, valeu a pena o esforço de pousar ali o nosso olhar e de o deixar falar do que viu e imaginou.
M
Nota:
E que desafio! Andámos todos atrapalhados a tentar decifrar esta fotografia mas lá conseguimos encontrar algumas palavras. Certezas não há, mas isso que importa, valeu a pena o esforço de pousar ali o nosso olhar e de o deixar falar do que viu e imaginou.
M
12. Zambujal
O
olhar sobre a fotografia…
Que
palavras se soltam, que letras saltam dos dedos para as teclas,
destas para o papel e, daqui, partem em viagem pelas estradas sem
fios para virem a aterrar onde se lhes marcou destino, onde agora
pousam e se leem?
Do
talvez pano branco, guardanapo, toalha, lençol, sobre tapete e fundo
vermelhos, o olhar reteve, e trouxe, a imagem de cor e contraste, de
um pedaço de quotidiano, de mão que ajeitou para o dedo carregar no
botão e fotografar.
Na
aparente ausência a omnipresença do humano. No pano, no tapete, na
máquina, no fotógrafo. Nas palavras. Escritas e lidas (se lidas
forem).
Zambujal
11. Teresa Silva
Fotografia
estranha e enigmática. Faz-me lembrar praia, barracas, mar e areia
ou então um bailado a vermelho e branco. Será alguma destas
sugestões?
Teresa Silva
10. Rocha/Desenhamento
Ao
olhar para esta imagem sinto que a
luz forte, em contraste oblíquo com algumas cores tocadas de sombra,
resolvem um interior qualquer, com roupas brancas e de cores quentes.
Nesta estranha imagem, lembrando pintura abstracta, a luz não vem de
tintas nem de outros truques assim. É uma linha de sol a ferir
obliquamente as coisas paradas num espaço interior.
Rocha de Sousa
9. Mena M.
A
luz intensa de um dia solarengo, ao penetrar, quiçá, pela fresta de
uma janela, deu a este espaço um ar intrigante, misterioso e
intimista.
Mena
8. M.
Junto
da vitrine iluminada da pastelaria Paladares do Bairro, algures em
Lisboa.
-
Bom dia, senhor João, como vai? Tudo bem consigo e com a sua
família?
-
Bom dia, minha senhora. Sim, felizmente estamos de boa saúde, só
uma ou outra constipaçãozita, fruto da época. Há muito tempo que
não aparecia por aqui... Como tem passado?
-
Estive fora, regressei ontem. Retomo hoje os meus hábitos citadinos.
-
Pois é, fazem parte da nossa vida. O que deseja por agora?
-
Quero o chá do costume e mais qualquer coisa. Reparo que tem um bolo
novo... É só chocolate ou esconde algum outro ingrediente?
-
Chocolate com chantili por cima ou não, ao gosto do cliente. Uma
receita antiga da minha mãe, encontrei-a lá em casa no meio de
papéis guardados. Temos que justificar o nome do estabelecimento, apresentar paladares diferentes... Quando eu era rapazito e a minha mãe fazia este bolo, no fim de bem
batido, ela deixava-me lamber a colher. E as migalhas que ficam
agarradas às formas depois dos bolos colocados nos pratos, ainda
quentes, eram tão boas... De comer e chorar por mais.
-
Hum, está a crescer-me água na boca. Na minha infância
aconteceu-me o mesmo, que saudades! Dê-me então uma fatia pequena
com um pouco de chantili para eu provar. Enquanto prepara o meu
pedido, vou-me sentando naquela mesinha ao canto da sala. Esta vida
citadina cansa-me, já estou com saudades das férias...
-
Faça favor, eu já lhe levo o tabuleiro. Vai ver que fez uma boa
escolha, o bolo é fresquíssimo e muito saboroso.
-
E as memórias também, não é, senhor João?
M
7. Luisa
Enigmáticas,
sempre, as fotografias do Rocha/
Desenhamento mas ao vê-las a impressão sobrepõe-se ao raciocínio, tal como fazem as crianças. E eu senti Morte naquele amontoado de panos brancos. Se tivesse de dar-lhe um título, seria O Último Sono.
Desenhamento mas ao vê-las a impressão sobrepõe-se ao raciocínio, tal como fazem as crianças. E eu senti Morte naquele amontoado de panos brancos. Se tivesse de dar-lhe um título, seria O Último Sono.
Luisa
6. Licínia
As
coisas não são mais do que o nosso olhar sobre elas. Uma foto é
isso mesmo, o que vemos sobre o que o outro fixou de uma realidade
fugaz, mutante. Ali ficou plasmado o instante, traduzido pelo modo, o
tempo, o lugar de quem olhou.
Do que eu possa dizer da foto, nada será mais do que uma reflexão condicionada pelo meu próprio olhar, no meu momento, no meu lugar, na minha circunstância. Direi então e só que na foto vi a labareda à beira do leito, que alguém viveu, de que alguém fugiu.
Divagações em hora de algum cansaço. Que o Rocha/Desenhamento me releve a ousadia.
Licínia
Do que eu possa dizer da foto, nada será mais do que uma reflexão condicionada pelo meu próprio olhar, no meu momento, no meu lugar, na minha circunstância. Direi então e só que na foto vi a labareda à beira do leito, que alguém viveu, de que alguém fugiu.
Divagações em hora de algum cansaço. Que o Rocha/Desenhamento me releve a ousadia.
5. Justine
Olho,
e de imediato nada concluo. E começo a conjecturar: poderá ser um
exercício sobre texturas; é possível que seja parte de um cenário
num qualquer palco; seguindo um raciocínio mais elaborado, diria ser
uma foto sobre solidão. É, isso tenho a certeza, um interessante
jogo de luz e sombra e cor, de que resulta uma fotografia dramática
e bela.
Justine
4. Jawaa
Há
só cada um de nós como uma cave:
No
fundo negro a ilusão do olhar: uma barca com rumo soltando velas de
luz.
Jawaa
3. Bettips
De
certo modo, esta fotografia "de estudo" ou "de
estúdio" remete-me para as palavras da semana anterior "Nada
se vê...".
E tudo pode ser imaginação, o fogo, a fuga, a vaga, o medo ou a
esperança.
Faço
a ponte, a "passagem"
destas escolhas de Outubro, também para a semana a seguir a esta e o
poema de A.C./Fernando Pessoa: "Não
basta abrir a janela". Precisamos
sempre da faculdade de sonhar, se possível com olhos benévolos e
com menos cepticismo, sobre a capacidade de renovação humana e de
regeneração da Natureza.
Bettips
2. Benó
Olho
uma vez. Várias vezes. Faço dois cliques para aumentar a foto.
Nada. Utilizo uma lupa. Nada. Acabo por aceitar a minha ignorância.
Não consigo identificar o que está fotografado.
Parece um edredon sobre uma cama. Não! Será o saiote de alguma bailarina de flamenco? Também não. Então desisto da adivinhação.
Como o que se pretende é “Com as palavras dentro do olhar” comentar a imagem publicada, encontro-me impossibilitada de o fazer, sem qualquer ideia do que seja para falar do que for.
Como por norma não falo do que não sei, passo os olhos, mais uma vez, por tão estranha foto e salto sem comentar.
Parece um edredon sobre uma cama. Não! Será o saiote de alguma bailarina de flamenco? Também não. Então desisto da adivinhação.
Como o que se pretende é “Com as palavras dentro do olhar” comentar a imagem publicada, encontro-me impossibilitada de o fazer, sem qualquer ideia do que seja para falar do que for.
Como por norma não falo do que não sei, passo os olhos, mais uma vez, por tão estranha foto e salto sem comentar.
Benó
1. Agrades
Olho
a foto que me sugere sol e sombra, o que alio à tourada;
Noutro
olhar vejo o bem e o mal e, também, o assim- -assim;
Posso
imaginar, ainda, que será a paleta das cores que se vão usar
neste Outono...
Resumindo,
é uma foto ecuménica onde cabem todos os quereres.
Agrades
quinta-feira, outubro 08, 2015
O DESAFIO DE HOJE
Dia
8 - Reticências
com
a frase “Nada
se vê”
a iniciar o texto. Não esquecer a fotografia.
12. Zambujal
NADA
SE VÊ…
… nada
se vê (ou é como se nada se visse…) quando se olha apenas para os
pés e não para os passos, e não para o caminho. Para o caminho já
feito e para o caminho ainda a fazer, aquele que os outros, os
vindouros, vão continuar.
Zambujal
10. Rocha/Desenhamento
8. M.
6. Licínia
Nada se vê na foto que nos leve a supor quanto veneno existe na lagoa verde esmeralda. Feita de águas escorrentes da lavagem dos minérios da mina agora
inactiva, é depositária de substâncias ácidas, corrosivas, mortíferas. O cheiro dominante a enxofre alerta-nos para os perigos escondidos naquela paisagem bruta e extraordinariamente bela.
Licínia
5. Justine
Nada
se vê… a não ser beleza e silêncio. As montanhas não são
montanhas: são massas de elegância em contra-luz; o mar é uma
colcha de seda enfeitada a pregas; e o céu finge que é um mar de
serenidade. Só as sombras são as sombras da realidade, portanto
sombras.
Nada se vê do que se vê. A não ser beleza e silêncio…
Nada se vê do que se vê. A não ser beleza e silêncio…
Justine
(Foto
tirada na baía de Há Long no Vietname)
4. Jawaa
3. Bettips
Nada
se vê das fisionomias, da alegria ou da ligação entre eles, homem
e mulher. O que dizem, não sei, falam uma língua vagamente eslava.
Apenas posso supor que serão parte de um grupo etnográfico
de Leste que veio em exibição ao Ocidente. Mas não deixo de
reparar no lenço da mulher, por sinal com um padrão de flores que
faz lembrar os nossos lenços do Minho. E pergunto-me, uma vez mais,
que ligações e tradições se foram cruzando por este nosso mundo
fora.
Bettips
2. Benó
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