Naquele dia, ao caminhar pela cratera do vulcão, ao pisar chão coberto de telhados de casas engolidas pela lava, ao olhar para as gentes que puseram mãos à obra e recomeçaram tudo, aprendi muita coisa: que doçura não é fragilidade; que pobreza pode ser dignidade e orgulho; que tenacidade nasce das tripas e do coração, ligados.
Naquele dia, creio ter aprendido, de vez, a relativizar as perdas.
Naquele dia, creio ter aprendido, de vez, a relativizar as perdas.
Justine
(um dia de Janeiro em Chã de Caldeiras, Ilha do Fogo, Cabo-Verde)
3 comentários:
Caldeiras do diabo. Assustador.
Naquele dia de janeiro! Terrível e belo, a aprender a lição dos humanos e da sua coragem, da sua teimosia, de como resistem às zangas do que chamam o Homem Grande, a nunca desistirem apesar da sua zanga destruidora.
E - também! - contente por ter regressado a este canto, onde encontro textos como este.
Há dias assim...
Forte e belo o que dizes, da paciência dos homens. A imagem, como sangue correndo das veias da terra.
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