sexta-feira, março 30, 2018

quinta-feira, março 29, 2018

AGENDA PARA ABRIL DE 2018


Leonardo - Studio di figura femminile 
Venezia, Gallerie dell' Accademia 

Proposta de Teresa Silva
Dia 5 - Ao jeito de cartilha: Proponho-vos que usemos a sílaba “Li para formar as nossas palavras. A palavra que cada um apresentar tem que conter a sílaba pedida e exprimir a imagem que lhe foi associada com sintonia clara entre ambas. Se houver preferência por um conceito, a regra a aplicar é a mesma, ou seja, ele tem que ser expresso por uma palavra que tenha a sílaba pedida. O texto que alguns de nós acrescentarmos é apenas facultativo e um complemento.
Dia 12 - Reticências com a frase “Alta ia a noite a iniciar o texto. Não esquecer a fotografia.
Dia 19 - Com as palavras dentro do olhar sobre fotografia de Teresa Silva.
Dia 26Fotografando as palavras de outros sobre o soneto
No mundo, poucos anos e cansados
vivi, cheios de vil miséria dura;
foi-me tão cedo a luz do dia escura
que não vi cinco lustros acabados.
 

Corri terras e mares apartados,
buscando à vida algum remédio ou cura;
mas aquilo que, enfim, não quer ventura,
não o alcançam trabalhos arriscados.

Criou-me Portugal na verde e cara
pátria minha Alenquer; mas ar corrupto,
que neste meu terreno vaso tinha,

me fez manjar de peixes em ti, bruto
mar, que bates na Abássia fera e avara,
tão longe da ditosa pátria minha!

Obras completas de Luís de Camões, Lello & Irmão - Editores, Porto, 1970

O DESAFIO DE HOJE

Proposta de Mena M.
Dia 29Fotografando as palavras de outros sobre o texto "Escuta, Amor" de José Luís Peixoto, in “Abraço”

Escuta, Amor
Quando damos as mãos, somos um barco feito de oceano, a agitar-se sobre as ondas, mas ancorado ao oceano pelo próprio oceano. Pode estar toda a espécie de tempo, o céu pode estar limpo, verão e vozes de crianças, o céu pode segurar nuvens e chumbo, nevoeiro ou madrugada, pode ser de noite, mas, sempre que damos as mãos, transformamo-nos na mesma matéria do mundo. Se preferires uma imagem da terra, somos árvores velhas, os ramos a crescerem muito lentamente, a madeira viva, a seiva. Para as árvores, a terra faz todo o sentido. De certeza que as árvores acreditam que são feitas de terra.
Por isto e por mais do que isto, tu estás aí e eu, aqui, também estou aí. Existimos no mesmo sítio sem esforço. Aquilo que somos mistura-se. Os nossos corpos só podem ser vistos pelos nossos olhos. Os outros olham para os nossos corpos com a mesma falta de verdade com que os espelhos nos reflectem. Tu és aquilo que sei sobre a ternura. Tu és tudo aquilo que sei. Mesmo quando não estavas lá, mesmo quando eu não estava lá, aprendíamos o suficiente para o instante em que nos encontrámos.

8. Teresa Silva



"...pode ser de noite..."

7. Mena M.



 «Se preferires uma imagem da terra, somos árvores velhas, os ramos a crescerem muito lentamente, a madeira viva, a seiva.»

6. M.





Escultura de José Pedro Croft no Parque de Escultura Contemporânea Almourol, em Vila Nova da Barquinha.

5. Luisa



 "(…) o céu pode segurar nuvens e chumbo (...)"

4. Licínia



“a madeira viva”

3. Justine

2. Bettips



"… Existimos no mesmo sítio sem esforço."

1. Agrades

quinta-feira, março 22, 2018

AGENDA PARA MARÇO DE 2018

Proposta de Mena M.
Dia 29Fotografando as palavras de outros sobre o texto "Escuta, Amor" de José Luís Peixoto, in “Abraço”

«Escuta, Amor
Quando damos as mãos, somos um barco feito de oceano, a agitar-se sobre as ondas, mas ancorado ao oceano pelo próprio oceano. Pode estar toda a espécie de tempo, o céu pode estar limpo, verão e vozes de crianças, o céu pode segurar nuvens e chumbo, nevoeiro ou madrugada, pode ser de noite, mas, sempre que damos as mãos, transformamo-nos na mesma matéria do mundo. Se preferires uma imagem da terra, somos árvores velhas, os ramos a crescerem muito lentamente, a madeira viva, a seiva. Para as árvores, a terra faz todo o sentido. De certeza que as árvores acreditam que são feitas de terra.
Por isto e por mais do que isto, tu estás aí e eu, aqui, também estou aí. Existimos no mesmo sítio sem esforço. Aquilo que somos mistura-se. Os nossos corpos só podem ser vistos pelos nossos olhos. Os outros olham para os nossos corpos com a mesma falta de verdade com que os espelhos nos reflectem. Tu és aquilo que sei sobre a ternura. Tu és tudo aquilo que sei. Mesmo quando não estavas lá, mesmo quando eu não estava lá, aprendíamos o suficiente para o instante em que nos encontrámos»

O DESAFIO DE HOJE

Proposta de Mena M.
Dia 22 – Jornal de Parede.

8. Teresa Silva



Detalhe da entrada do Palácio da Praia. 
Teresa

7. Mena M.

6. M.



Insólito! Viajando eu de camioneta entre Serpa e Lisboa, descobri esta figura estranha empoleirada no cimo de uma chaminé e que me pareceu ser um cata-vento. Não me recordo em que terra estava ele mas imagino que nas redondezas não haveria rios e por isso terá este pescador subido às alturas em busca de peixes, não importando a espécie. De água doce ou aéreo, o importante era satisfazer o desejo de conquista. Se repararem, há um peixe pendurado na cana de pesca e provavelmente isco bem acomodado dentro da caixa.
M

5. Luisa

4. Licínia

3. Justine

2. Bettips

1. Agrades

quinta-feira, março 15, 2018

AGENDA PARA MARÇO DE 2018

Proposta de Mena M.
Dia 22 – Jornal de Parede.

O DESAFIO DE HOJE



Dia 15 - Com as palavras dentro do olhar sobre fotografia de Mena.

8. Teresa Silva

Uma foto muito interessante, de uma casa em ruínas ou em construção. Sem esperar pela destruição ou pelo evoluir da obra, um tufo de azedas faz o seu caminho e floresce.
Teresa

7. Mena M.

Por vezes, para nos protegermos, fechamos janelas, erguemos muros à nossa volta. Até que um dia voltamos a florescer!
Mena

6. M.

Três bambus. Foi neles que pensei ao olhar esta imagem. Não como os das pinturas orientais, frescos e frágeis a baloiçar ao vento, no entanto três bambus, encarcerados no mundo ocidental. Uma outra paisagem. Uma outra linguagem de cores e sentidos.
M

5. Luisa

Como um simples tijolo pode resultar numa obra de arte. Depende de quem o mostra e de quem o vê.
Luisa

4. Licínia

Alguém tapou as frestas por onde se espreitava de um lado ao outro do muro. Três faixas de cor na monotonia pálida do cimento. A salvar a aridez do lugar, um bouquet de flores silvestres que, vindas da frescura subterrânea, teimam em irromper por entre as pedras. E assim o conjunto chamou a atenção da Mena e da sua objectiva implacável.
Licínia

3. Justine

Um mestre-de-obras com sonhos de artista frustrado? Umas frestas que se decidiu para aquela parede e que foi mais tarde decidido fechar? Ou o pedreiro de serviço, que saiu a correr numa emergência e deixou o trabalho para terminar no dia seguinte? Tudo especulações…
Certo, certo, é eu ver uma fotografia original, bela e especial no seu desequilíbrio e que me mostra o olhar treinado, sensível e muito pessoal da fotógrafa!
Justine

2. Bettips

Emparedados, não sabemos que vidas ou horizontes estarão para lá desta barreira. A questão é perceber se vale a pena ou não espreitar para além dela. Não sendo erva ou raiz que se insinue pelas fendas dos tijolos, nem árvore que cresça acima, ficaremos na dúvida. 
Bettips

1. Agrades

Afinando o olhar sobre a foto da Mena, com toda a boa vontade, não consigo ver para além dum muro tosco de tijolo remendado desajeitadamente… Pode ser uma instalação; pode ser o esconderijo dum tesouro; pode ser… mas eu não consigo descortinar. 
Agrades

quinta-feira, março 08, 2018

AGENDA PARA MARÇO DE 2018



Dia 15 - Com as palavras dentro do olhar sobre fotografia de Mena.

O DESAFIO DE HOJE

Proposta de Mena M.
Dia 8 - Reticências com a frase “As crianças a iniciar o texto. Não esquecer a fotografia.

8. Teresa Silva



As crianças quando brincavam mais livremente nas ruas, gostavam de trepar às árvores. 
Teresa Silva

7. Mena M.



As crianças são as flores do Jardim da Humanidade.
Precisam-se urgentemente bons jardineiros. 
Mena

6. M.



As crianças que fomos vivem para sempre connosco dentro do conjunto de assoalhadas que nos compõem. Aninham-se no pensamento e mostram-se ao longo da nossa vida de crescidos na continuidade dos sentimentos, dos gestos, das atitudes, ou de si fogem deitando paredes abaixo para construir outros modelos de arquitecturas, outros espaços.
Mas no mundo de conflitos que nos rodeia, pergunto-me que adultos virão a ser os meninos das guerras dos adultos. Sejam elas quais forem, dentro ou fora de casa, na família ou fora dela, na memória dos ódios, no vazio deixado pelas perdas, no pó dos escombros, na fuga sem esperança. Talvez sejam apenas salvos da sua infância amargurada por alguma coisa boa guardada no seu íntimo que os acompanhará para sempre. Talvez o toque delicado de alguém, um beijo, o olhar de ternura pousado sobre a dor adivinhada, uma palavra doce deixada no ouvido em ferida lhes preserve a candura possível perante a crueldade de que a humanidade também é capaz. Talvez.
M

5. Luisa



As crianças também são alvo da publicidade. 
Luisa

4. Licínia



As crianças portuguesas que brincam na rua num dos chamados “bidon-villes” apareceram-me numa foto exposta no Museu da Imigração, em Paris. Fotografei a foto e aqui a têm. 
Licínia

3. Justine



As crianças são a continuidade das tradições, o veículo das memórias, o futuro de um mundo humanizado. Na aldeia, todos os anos e com o entusiasmo e a alegria que as caracteriza, vêm para a rua, de saquinho de pano ao ombro, dar vida ao Dia do Bolinho, celebrando-o todos os anos como se fosse o primeiro, como se fosse novidade. Aqui em casa já são os netos que exigem andar na rua nesse dia, substituindo o pai, que já tinha substituído o seu pai. Vai assim passando de geração em geração uma das mais genuínas tradições da região. As crianças não a deixarão morrer. 
Justine 
(foto de dois vizinhos da aldeia no último Dia do Bolinho)

2. Bettips



As crianças não deveriam ser obrigadas a comportar-se ou vestir-se como adultos, pois terão todo o tempo de aprender, brincando. 
Bettips

1. Agrades



As crianças de Viana seguem os passos dos pais. 
Agrades

quinta-feira, março 01, 2018

AGENDA PARA MARÇO DE 2018

Proposta de Mena M.
Dia 8 - Reticências com a frase “As crianças a iniciar o texto. Não esquecer a fotografia.

O DESAFIO DE HOJE

Proposta de Mena M.
Dia 1 - Ao jeito de cartilha: Proponho-vos que usemos a sílaba “So para formar as nossas palavras. A palavra que cada um apresentar tem que conter a sílaba pedida e exprimir a imagem que lhe foi associada com sintonia clara entre ambas. Se houver preferência por um conceito, a regra a aplicar é a mesma, ou seja, ele tem que ser expresso por uma palavra que tenha a sílaba pedida. O texto que alguns de nós acrescentarmos é apenas facultativo e um complemento.

8. Teresa Silva


Com o sol já no ocaso

7. Mena M.


Aviso

6. M.


Solução

5. Luisa


Solidão

4. Licínia



SOLO de violino para os ouvidos de quem passa

3. Justine


Enganando a solidão

2. Bettips


Sobreiro

Este, de ter sido visto há anos, escolhido pelas cores e pela solidão. O lugar é muito bonito: S. Pedro-de-vir-a-corça, capela românica no sopé pedregoso da aldeia de Monsanto. Para quem quiser saber a lenda a ela associada, a explicação está em www.portugalnummapa.com/capela-de-sao-pedro-de-vir-a-corca/
Bettips

1. Agrades


Sopa