quinta-feira, julho 30, 2020

6. M.



Quando eu voltar logo vejo se o pé do candeeiro continua um pouco inclinado e em risco de cair ou se o problema está nos meus olhos. Entretanto, deixo o fio de prumo pendurado ao seu lado, talvez a companhia o ajude a recompor-se do cansaço que é permanecer em pé anos e anos a fio, sempre pronto a iluminar quem se senta perto dele. Pelo menos têm em comum a palavra fio, um bom pretexto para início de conversa entre os dois, a quebrar o frio metálico existente.
M

5 comentários:

Licínia Quitério disse...

Imaginemos então a conversa entre fios, mas não uma conversa fiada. Sempre nos levas para outros lugares, outros tempos, onde os objectos se humanizam. E eu gosto muito de ser levada.

Mónica disse...

podias dar uma ajuda para iniciar a conversa entre os dois: que tal um toque no fio de prumo? eheheh

Anónimo disse...

Deixa estar tudo como está que eles entendem-se
Luisa

Anónimo disse...

Recantos com reflexos de vida, no esfiapar das memórias.
B

Justine disse...

A tua fantástica capacidade de dar alma aos objectos, aproximando-os de nós humanos! Fotografia obscura, texto luminoso