Um personagem e o seu feito: trata-se de uma pessoa que dava aulas no secundário e tinha como sinal de marca pessoal desenhar um caixão ao lado da nota do teste quando previa que o aluno estava perdido, morto, para a sua disciplina. Isto assim dito tem graça porque é isto que faz da pessoa “um personagem”, “único da sua espécie”, “nunca vi nada igual”, ouvi muitas vezes esta história do desenho do caixão, contada meio a rir por diferentes gerações de seus ex-alunos, e a história acabava com “era um personagem”, reticências, em jeito de saudade, saudade bacoca digo eu. Irritante esta coisa de enaltecer disparates para uma pessoa merecer o título de “um personagem”. Uma espécie de nobreza a contar do fim. Por outro lado admiro-lhe a coragem, o estar-se borrifando, completamente alienado, de arriscar tal vaticínio, quando tanta coisa pode acontecer e mudar na vida de um jovem, coisa de ínfima importância comparada à sua experiência profissional e de vida, à sua análise rápida, segura e, sei lá, certeira, “para ti um caixão, não dás para isto”. Um personagem e famoso, no seu mundo.
Mónica
5 comentários:
Saudade bacoca, dizes bem. Os professores deveriam marcar-nos pela positiva, mesmo que fosse uma chamada de atenção escrita. Esse homem era lúgubre!
E esse, da barragem, também.
Um nada faz-nos célebres
Luisa
Prepotência e arrogância é o que eu chamo à atitude desse senhor. Ninguém lhe terá feito frente alguma vez?
É sempre imensa a importância e influência que os professores têm na formação das crianças e jovens, sejam elas positivas ou negativas. Ainda me lembro bem da minha professora da primária que, em jeito de jogo a que nós aderíamos, nos ensinava a origem latina de algumas palavras...
Barragem de Campilhas
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