A minha cãopanheira de
13 anos, de bons e maus momentos, fechou o seu ciclo em Abril do ano
passado, em plena pandemia Covid. Senti a sua falta e guardo a sua imagem num cantinho
do meu coração.
Não gosto muito de cães pequenos, prefiro os grandalhões, desajeitados. Mas tive de dar a mão à palmatória, aqui há uns anos, quando aceitei fazer um pet-sitting durante 15 dias a uma Zara igual a esta, cujo dono foi p/ Angola. Eram só 15 dias, à partida, transformaram-se em 30 dias, p/ minha felicidade, pois decidiu protelar a vinda. Como já me estava a afeiçoar à bicha (apesar de por vezes não saber dela, de tão micrótoma que era), até gostei e acabei por receber mais uns petro-doláres, que muito jeito me deram. Pois a Zara era uma princesa, só não tinha manicure porque não calhava. Obviamente que quando p/ cá veio as regras mudaram e a Zara virou "freak". Saiu o laçarote da cabeça, dormia onde calhava. Um dia decidi levá-la à praia p/ correr e espairecer. Levei-a ao Guincho, Setembro/Outubro, digamos, marés vivas. Esta praia já é de si tumultuosa e forte, então nesta altura do ano é muito, muito poderosa. Pois a Zara estava eléctrica c/ tanta novidade: cães, ondas, espuma, maresia, areia, espaço, espaço, espaço. E "no rules", algo que desconhecia. Corria, desaparecia, saltava, molhava-se até que... cadê a Zara? Havia sumido! Tão pequenina, da cor das ondas, da cor da espuma! E eu em desepero! "Zara, Zara!" - gritava! E nada da Zara! Até que olho ao longe e vejo um rato a sair das espumas brancas daqueles monstros tsunâmicos e afinal não era um rato. Era a Zara. Tinha-se embrulhado no espumaço e, qual máquina de lavar a roupa, veio enrolada e ofegante. Acho que também ficou feliz por me ver. Só que diminiui 10 vezes de tamanho, porque mais de metade daquele corpo era pelo. E eu mal a via. E não a reconheci, tenho de confessar. Rezei pela vida pois a bicha não era minha. E abracei-a. Ao fim de 1 mês de afectos, cuidados, companhias, cheguei à conclusão que esta raça é super inteligente e super afectuosa. Comecei a gostar de cães pequenos. Obrigad, Zara.
Que história engraçada! Tou como tu não achava piada a cães pequenos até conhecer o cão da Suzete, tão simpático, afetuoso, doseava a brincadeira maluca com o ficar sossegado sentado ao lado de mim no sofá sem incomodar nem pedir atenção.
8 comentários:
Uma estranha beleza
Luisa
Não gosto muito de cães pequenos, prefiro os grandalhões, desajeitados.
Mas tive de dar a mão à palmatória, aqui há uns anos, quando aceitei fazer um pet-sitting durante 15 dias a uma Zara igual a esta, cujo dono foi p/ Angola.
Eram só 15 dias, à partida, transformaram-se em 30 dias, p/ minha felicidade, pois decidiu protelar a vinda. Como já me estava a afeiçoar à bicha (apesar de por vezes não saber dela, de tão micrótoma que era), até gostei e acabei por receber mais uns petro-doláres, que muito jeito me deram.
Pois a Zara era uma princesa, só não tinha manicure porque não calhava. Obviamente que quando p/ cá veio as regras mudaram e a Zara virou "freak". Saiu o laçarote da cabeça, dormia onde calhava.
Um dia decidi levá-la à praia p/ correr e espairecer. Levei-a ao Guincho, Setembro/Outubro, digamos, marés vivas. Esta praia já é de si tumultuosa e forte, então nesta altura do ano é muito, muito poderosa.
Pois a Zara estava eléctrica c/ tanta novidade: cães, ondas, espuma, maresia, areia, espaço, espaço, espaço. E "no rules", algo que desconhecia.
Corria, desaparecia, saltava, molhava-se até que... cadê a Zara? Havia sumido! Tão pequenina, da cor das ondas, da cor da espuma! E eu em desepero! "Zara, Zara!" - gritava! E nada da Zara!
Até que olho ao longe e vejo um rato a sair das espumas brancas daqueles monstros tsunâmicos e afinal não era um rato. Era a Zara. Tinha-se embrulhado no espumaço e, qual máquina de lavar a roupa, veio enrolada e ofegante. Acho que também ficou feliz por me ver.
Só que diminiui 10 vezes de tamanho, porque mais de metade daquele corpo era pelo. E eu mal a via. E não a reconheci, tenho de confessar.
Rezei pela vida pois a bicha não era minha. E abracei-a.
Ao fim de 1 mês de afectos, cuidados, companhias, cheguei à conclusão que esta raça é super inteligente e super afectuosa. Comecei a gostar de cães pequenos.
Obrigad, Zara.
Que história engraçada! Tou como tu não achava piada a cães pequenos até conhecer o cão da Suzete, tão simpático, afetuoso, doseava a brincadeira maluca com o ficar sossegado sentado ao lado de mim no sofá sem incomodar nem pedir atenção.
Esta cãozinha tem vivacidade de criança, tem olhos e expressão que me lembram uma criança.
Também me lembro dela e da sua companhia. Em tantas fotografias, em tantos lugares...
Como te entendo, Agrades! Eles, os nossos bichos companheiros, ficam sempre num cantinho do nosso coração
Uma grande companheira, Agrades, também ela foi feliz decerto!
Para mim é o cão mais giro desta semana. Que vivacidade,
Teresa
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