Em 10 anos de vivência subi a Montanha 10 vezes, 1 em cada ano.
Era tipo promessa e eu era mais afoita, então.
Fosse Verão, fosse Inverno, recordo-me da dificuldade, principalmente na descida.
São 4 a 5 horas para cima e outras tantas para baixo.
Compensa a vista que se tem lá de cima, do Piquinho, como chamam os locais.
É todo um oceano só para nós. Ou um nascer-do-sol, o meu preferido.
Ou pode ser que não seja nada, quando o nevoeiro e a neblina nos ofuscam a visão e nos baralham os pontos cardeais.
Na altura não havia regras, não existiam subidas organizadas, era cada um por si e fé em Deus. Apenas se deixava o nome nos Bombeiros e na Polícia rezando para não desaparecermos em alguma furna.
E lá íamos nós.
A subida mais memorável, para mim, foi a que fiz sozinha, com neve, como mostra a fotografia. Sozinha, não, minto; com o meu cão, que era da cor da neve e homónimo da Ilha.
Quase o perdi, de tão brancos os dois.
Foi muito custosa, fria, dolorosa de fazer.
Mas recordo-a e isso é que importa.
E acho que o Pico cão também se recorda, onde quer que esteja, lá nas alturas.
Margarida
9 comentários:
Admiro a tua coragem de fazer essa subida tantas vezes mas valeu a pena
LUISA
Que proeza! Ainda bem que não o perdeste!
Arquipélago que não conheço (agora mais difícil, não impossível...). Encantado com os comentários a propósito do Pico. Semana em que fiz "gazeta" o que não é bom sinal. Espero voltar na próxima. Obrigado por tudo aquilo que li.
Até fico sem fôlego a saber das tuas qualidades de trepadora. Aprendi contigo o nome "picarotos". Parabéns pelas tuas proezas nessa montanha fantástica.
Um descrição fascinante, pelas subidas avonde e a companhia amiga do "Pico" no Pico.
Tem um ar determinado, o Pico cão, não surpreende que ele te acompanhasse nas subidas e descidas ao seu homónimo…
Grandes alpinistas os dois!
Deve ser uma subida árdua. Nunca conseguiria, nem mesmo aos 20 anos. Mas valeu a pena certamente e a foto está uma maravilha.
Teresa
bonita história, bem acompanhada de fotografias
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