Postigo com fios
Bom, e perguntam vocês: “Mas isto não é um postigo, é um telefone!”. E têm razão. Mas este telefone fazia as vezes de postigo, para venda de bilhetes de autocarro no Uruguai. Não digo para todos, mas para os que queríamos, sim. Havia uma fila de pessoas, todas muito ordeiras e cinzentas, porque os uruguachos são cinzentos, bem-educados, cultos, prestáveis e pontuais. Abeirávamo-nos do artefacto e levantávamos o auscultador, ao chegar a nossa vez. Uma voz do outro lado, simpática, feminina: “Quantos e para donde?”, ficando o nosso nome lá registado, sendo o lá aquilo que vos aprouver. Nunca percebi para onde se ligava, sei que funcionava este sistema de postigo telefónico, sem cara mas com voz. Ao entrarmos no autocarro, alguém sabia exactamente onde nos sentávamos, quantos éramos e para onde íamos. Isto passou-se no Séc.XXI, não no Séc.XIX. Eu gostei.
Margarida
7 comentários:
Realmente somos levados a interrogar-nos... Conhecemos em Portugal este tipo de objecto antigo mas com outras funções.
Há alguns anos visitei o Museu- Fundação das Comunicações em Lisboa e encontrei lá aparelhos semelhantes a este.
https://www.fpc.pt/pt/museu/
Excelente utilização do telefone, com idade de mais de 1 século. É uma peça de museu, que os uruguaios inteligentemente souberam aproveitar
que achado! o telefone a fazer de postigo, no seculo XXI há coisas estranhas ahahah
Gostei da ideia, simples, e tão bem "apanhada" para postigo!
Desconhecia completamente este estilo de aparelho- Muito giro
Luisa
Uma forma original de postigo. Gosto das histórias que contas por esse mundo fora.
Teresa
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