quinta-feira, junho 09, 2011

9. M.



Quando. Palavra de índole reservada, de quem se conhece o pensamento apenas no convívio com outras, a completar linguagens e desejos. Será flexível, emotiva, porventura indecisa, o que se compreende, sendo tantas as interrogações que amiúde a provocam e se apoderam do seu pequeno corpo. Meticulosa na descrição de realidades diversas, é no entanto capaz de saltar a fronteira da minúcia e, destemida, esboçar sonhos que lhe abrem sorrisos em horizontes mais vastos.
Quando. Palavra de tempos, palavra de memórias, palavra de afectos, palavra de limites, palavra de eternidades.

Quando, meu amor, voltarmos a encontrar-nos, ofereceremos um ao outro o que ficou guardado dentro do silêncio. Depois, entraremos de mãos dadas na casa da serenidade absoluta.

M

6 comentários:

Justine disse...

Palavras de uma enorme poesia, as tuas, M.!

bettips disse...

Um "quando" não é um "talvez".
Avança os ponteiros e marca a marca de.
É uma palavra de certezas que aqui exploras na intimidade do tempo.
O que te surge e nos faz entrar num mundo-outro.

Licínia Quitério disse...

A palavra não escapou à tua análise sensitiva e emotiva, duma agudeza e perspicácia impressionantes.

Deixaste-me sem fôlego, M.

Benó disse...

Qu-an-do. Tão simples de pronunciar e que nos pode levar a divagações tão poéticas como tu o fizeste.Aqui, o texto suplantou a imagem.

sr disse...

Quando sempre.

Luisa disse...

Belísimo!!!!