sábado, dezembro 28, 2013
quinta-feira, dezembro 26, 2013
AGENDA PARA JANEIRO DE 2014
Dia
2 - Ao
jeito de cartilha: Proponho-vos
que usemos a sílaba “Pas”
para formar as nossas palavras. O
texto que alguns de nós acrescentarmos é facultativo.
Dia
9 - Reticências
com
a palavra “
Pronto”
a iniciar o texto. Não esquecer a fotografia.
Dia
16 -
Com
as palavras dentro do olhar sobre
fotografia
da Licínia.
Dia
23
- Jornal
de Parede
Dia
30 - Fotografando
as palavras de outros sobre
um excerto de um livro muito antigo. Lembram-se de Luís de Sttau
Monteiro? Eu achava-lhe graça.
«As
flores não se comem e é por isso que elas não têm medo de crescer
nos caminhos e nos parques porque se as flores fossem de comer já
havia grémio das flores e outras coisas iguais e vai de vez em
quando a gente ficava a vê-las por um óculo como acontece ao
bacalhau que não é flor e que se come mas as flores têm graça
porque não se comem mas bebem-se quando a Vovó começa a falar alto
ao jantar e a dizer mal dum senhor que se chama Kaiser e que parece
que já morreu mas ela não acredita e diz que a culpa de tudo é
dele a minha Mãe dá-lhe chá de flor de laranjeira e manda-a para a
cama e às vezes não é preciso chamar o doutor mas às vezes é
aqui ao lado mora uma senhora chamada D. Lisabete que tem flores num
caixote à janela e rega-as todos os dias com uma cafeteira que
comprou com tampas de detergente e mais cinco escudos que é o preço
da cafeteira mesmo para quem não tem tampas de detergente e a água
cai por um buraquinho que há no caixote em cima das pessoas que
passam na rua e elas ficam danadas e gritam cá para cima (...) »
Redacções
da Guidinha
(A
Flor),
Luís de Sttau Monteiro, Areal Editores, 2003
Compilação
de algumas “Redacções da Guidinha” publicadas no Diário
de
Lisboa
entre 1969 e 1970 e agora reunidas em volume por especial deferência
deste jornal.
(Como
seria impensável transcrever aqui o texto todo, tinha de parar esta
enxurrada de palavras em qualquer sítio mas confesso que me foi
difícil escolher onde.)
O DESAFIO DE HOJE
Dia
26 - Fotografando
as palavras de outros sobre
este excerto de um livro que acho muito interessante:
«Quando
as coisas são verdadeiramente importantes, quando se chega ao limite
de cada coisa, estamos sós. Sempre e irremediavelmente sós.»
Não
te deixarei morrer, David Crockett (A Solidão),
Miguel Sousa Tavares, Oficina do Livro, Edição Dezembro 2001
sexta-feira, dezembro 20, 2013
NATAL de 2013
quinta-feira, dezembro 19, 2013
AGENDA PARA DEZEMBRO DE 2013
Dia
26 - Fotografando
as palavras de outros sobre
este excerto de um livro que acho muito interessante:
«Quando
as coisas são verdadeiramente importantes, quando se chega ao limite
de cada coisa, estamos sós. Sempre e irremediavelmente sós.»
Não
te deixarei morrer, David Crockett (A Solidão),
Miguel Sousa Tavares, Oficina do Livro, Edição Dezembro 2001
14. Zambujal
Na
verdade, a proposta é… luminosa.
Desafia-nos. Eu quero estar “à altura”! E como a minha não chega (1,72 e já foi 1,74) fui buscar ajuda ao Marx:
“(…) Uma aranha realiza operações que se assemelham às do tecelão e uma abelha, através da construção dos seus alvéolos de cera, envergonha muitos mestres-de-obra humanos (…).” (O Capital)
Parafraseando, a partir da ajuda, acrescentaria:
O que, porém, de antemão distingue o pior tecelão (ou o pior arquitecto) da mais hábil aranha é que o arquitecto (ou o tecelão) construiu a sua teia, menos bela mas humana, na sua cabeça antes de a materializar.
Desafia-nos. Eu quero estar “à altura”! E como a minha não chega (1,72 e já foi 1,74) fui buscar ajuda ao Marx:
“(…) Uma aranha realiza operações que se assemelham às do tecelão e uma abelha, através da construção dos seus alvéolos de cera, envergonha muitos mestres-de-obra humanos (…).” (O Capital)
Parafraseando, a partir da ajuda, acrescentaria:
O que, porém, de antemão distingue o pior tecelão (ou o pior arquitecto) da mais hábil aranha é que o arquitecto (ou o tecelão) construiu a sua teia, menos bela mas humana, na sua cabeça antes de a materializar.
Zambujal
13. Teresa Silva
Muito bonita esta fotografia. A luz que evidencia a teia está perfeita e contraria a prática vulgar das teias que se vão tecendo... permanecerem na obscuridade.
Teresa Silva
12. Rocha/Desenhamento
Ao descer o meu olhar sobre esta fotografia logo me ocorrem, por eles ou dentro deles, certas palavras de louvor ao espectáculo das folhas e dos troncos, primeiro plano, segundo plano, terceiro ainda verde e meio desfocado. E entretanto, ao centro, entre valores de luz e de sombra, suspensa de hastes secundárias, um plano feito de linhas em circularidades alinhadas, com garras similares presas por linhas laterais a vários pontos do contexto. Talvez possa lembrar um ser alienígena - ou, em termos mais prosaicos, uma rede de teia de aranha. Esta luz que atravessa e acentua os fios assim nos provoca. E isso também nos alerta para mudarmos, dentro dos olhos, as letras dessa branca teia: é quase certo que a teia é desenho digital e a aranha anda a tratar da vida.
Rocha de Sousa
11. Mena M.
Um filtro de luz e uma obra prima de uma aranha artista, lembrando-me que somos predadores e também somos presas.
P.S. Também podia ser um caçador de sonhos ou espanta espíritos.Mena
9. M. J. Jara
Perco-me com as palavras dentro do olhar perante o belo rendilhado executado por aquela aranha, vindo-me à memória a figura frágil de minha avó com as suas mãos esquálidas tecendo com todo o amor e carinho, junto à lareira, colchas para os seus muitos netos.
M.J.Jara
8. M.
Parece-me que a Joana Vasconcelos andou por aqui e não terá resistido à tentação de deixar a sua marca...
M
M
7. Luisa
Desconfio que por
detrás desta linda teia está uma aranha muito preta e feia. Não me
deixarei enredar.
Luisa
6. Licínia
Era dia e Penélope
tecia. Esperava e tecia e a idade crescia. E a raiva crescia e a cama
vazia e a cidade vazia. Quando a noite chegava, a teia minguava,
Penélope chorava, na cidade chovia. Ulisses navegava, Ulisses
naufragava, Ulisses não cuidava, Ulisses não sabia, Ulisses não
voltava e a teia não crescia. Outro esposo Penélope não queria,
outro rei, outra lei a cidade não queria. Ainda ela tecia e Ulisses
voltou e ninguém reparou como Ulisses mudou, como Ulisses sofria,
como Ulisses chorou. Só o cão o cheirou, só o cão se deitou na
velhice de Ulisses. Era noite e a teia encolhia, e outro dia haveria
de a teia terminar, de Ulisses regressar ao seu trono vazio, às mãos
da tecelã, sem tecer, sem tecer, a mirar, a mirar, a velhice de
Ulisses, o cansaço de Ulisses, o cão fiel de Ulisses. Na cidade
chovia.
Licínia5. Justine
A rendeira é minha conhecida de há tempos: gorda, escura, deselegante, antipática. Não gosto dela, mas começo a desconfiar que ela gosta de mim. Que outra razão poderia haver para que estas rendas – equilíbrios precários de luz e seda, exibição inverosímil de perícia e sabedoria – me sejam deixadas à porta todas as manhãs, senão a de serem um discreto pedido de amizade? Acho que vou deixar enre(n)dar-me!
Justine
4. Jawaa
A obra de arte de uma tecedeira anónima, desvendada pela força da natureza, captada assim por uma outra mão de artista.
Jawaa
3. Bettips
Procurei
a teia que brilhava. Procurei a aranha que vigiava. Procurei a mosca
que esmorecia.
E tudo me pareceu o tempo que se vive, tão ténue e perigoso.
E tudo me pareceu o tempo que se vive, tão ténue e perigoso.
Bettips
2. Benó
O
homem aranha saltou para o meu pensamento e atrás dele vieram os
meus netos cheios de alegria e desejosos de subir às paredes como
esse herói que veste de vermelho num fato bordado com uma teia
branca e é protagonista de aventuras incríveis. Uma bonita
fotografia cheia de luz que me fez sorrir e idealizar mil e uma
brincadeiras das quais eu sairia, sempre, sem um arranhão nem
amachucadela, acompanhada por quatro moços vivaços, brincalhões e
que adoro. As fotografias têm um dom muito especial de me fazer
sonhar e reviver ou idealizar factos, episódios, momentos que me
põem lágrimas nos olhos e um sorriso de felicidade.
Benó
1. Agrades
Trabalho, perícia e arte estão presentes nesta instalação de D. Aranha, artista plástica reconhecida a nível mundial, com inúmeros trabalhos espalhados pelos quatro cantos do mundo.
Os críticos da artista elogiam a sua obra especialmente se estiver fora de portas; contudo, nos interiores não encontra reconhecimento.
Os críticos da artista elogiam a sua obra especialmente se estiver fora de portas; contudo, nos interiores não encontra reconhecimento.
Agrades
quinta-feira, dezembro 12, 2013
O DESAFIO DE HOJE
Dia
12 - Reticências
com
a frase “Um
pedaço de mar”
a iniciar o texto. Não esquecer a fotografia.
12. Zambujal
Um
pedaço de mar…
…
ah!, o que nós
poderíamos quase
ser
…
não fora sermos
apenas
o que somos!
[(…)
Assombro
ou paz? Em vão... Tudo esvaído
Num baixo mar enganador de espuma;
E o grande sonho despertado em bruma,
O grande sonho - ó dôr! - quási vivido...
Num baixo mar enganador de espuma;
E o grande sonho despertado em bruma,
O grande sonho - ó dôr! - quási vivido...
(…)
(Mário
de Sá Carneiro,
Paris,
1913)]
Zambujal
10. Rocha/Desenhamento
... Um pedaço de mar abre-se ao longe, quieto e acinzentado, depois de um dia de verdadeira tormenta, horas e horas em que as ondas engoliram o areal e assaltaram a barreira terrosa. Barreira cada vez mais devastada por anos da mais violenta expressão das forças incontroláveis da Natureza. Mas ontem foi pior: toda a barreira sofreu brutais agressões por ondas imensas, a areia arrancada das suas âncoras distantes, na terra forte. O desastre arrastou para a ruína construções como esta casa, varanda, um sítio onde os pescadores se juntaram ao longo de muitos anos, meio convencidos da eternidade da paisagem e do mundo.
Rocha de Sousa
9. M. J. Jara
6. Licínia
Um pedaço de mar é o que nos fica no olhar, abandonada a praia, quando nos chama a terra firme, a alta montanha que nos promete o céu. Um pedaço de mar é o que trazemos no olhar, na viagem de regresso, sabida a montanha que não nos deu o céu. Um pedaço de mar viaja connosco, mesmo quando a viagem não é mais longa do que a praia.
Licínia
5. Justine
4. Jawaa
3. Bettips
2. Benó
Um pedaço de mar, só um pedaço, melhor ainda, um pedacinho desse grande oceano, que dá pelo nome de atlântico, entra no porto de abrigo aqui, à minha frente, e suavemente faz baloiçar os pequenos barcos que se encontram em descanso. Foi, assim, hoje, no porto da baleeira, em que o vento soprava fortemente formando alguma ondulação fora da doca.
Benó
Benó
1. Agrades
quinta-feira, dezembro 05, 2013
AGENDA PARA DEZEMBRO DE 2013
Dia
12 - Reticências
com
a frase “Um
pedaço de mar”
a iniciar o texto. Não esquecer a fotografia.
O DESAFIO DE HOJE
Dia
5 - Ao
jeito de cartilha: Proponho-vos
que usemos a sílaba “Hu”
para formar as nossas palavras. O
texto que alguns de nós acrescentarmos é facultativo.
13. Zambujal
11. Rocha/Desenhamento
HUMILDE
Humilde,
simples, afável, Albert Camus nasceu há cem anos e
morreu tragicamente num desastre de automóvel. As suas principais
obras até então estavam escritas e publicadas e a minha emoção
passa sempre por duas delas, "O Estrangeiro" e "A
Peste". Em parte ostracizado pelas elites de então, foi-lhe
atribuído o Prémio Nobel e os que o admiraram nessa altura nunca
mais o esqueceram nem a sua escrita escorreita e no entanto muito
bela, num permanente testemunho de humanidade.
Rocha
de Sousa
7. Luisa
3. Bettips
quinta-feira, novembro 28, 2013
AGENDA PARA DEZEMBRO DE 2013
«Designs in connection with postage stamps and coinage may be described, I think, as the silent ambassadors on national taste.»
William Butler Yeats (1865 - 1939)
Dia 5 - Ao jeito de cartilha: Proponho-vos que usemos a sílaba “Hu” para formar as nossas palavras. O texto que alguns de nós acrescentarmos é facultativo.
Dia
12 - Reticências
com
a frase “Um
pedaço de mar”
a iniciar o texto. Não esquecer a fotografia.
Dia
19 -
Com
as palavras dentro do olhar sobre
fotografia
da Justine.
Dia
26 - Fotografando
as palavras de outros sobre
este excerto de um livro que acho muito interessante:
«Quando
as coisas são verdadeiramente importantes, quando se chega ao limite
de cada coisa, estamos sós. Sempre e irremediavelmente sós.»
Não
te deixarei morrer, David Crockett (A Solidão),
Miguel Sousa Tavares, Oficina do Livro, Edição Dezembro 2001
O DESAFIO DE HOJE
Dia
28 - Fotografando
as palavras de outros sobre
o belíssimo poema de Sophia de Mello Breyner Andresen
DEUS
É NO DIA
Deus
é no dia uma palavra calma
Um
sopro de amplidão e de lisura
7. Luisa
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