O
que devo esperar dos meus olhos no instante em que esta fotografia da
Licínia entra para dentro deles? Que já vi outros exemplos deste
género de património? Que me encanta o tempo ali expresso, as
torres espreitadas um pouco em contra-picado, sob um recorte
anterior, em contra-luz, na esteira do claustro sustentado por
colunas, vistas à direita na sua obliquidade que é defeito da nossa
mitigada percepção?.......................
Não
sei. Nem sei se é importante identificar o monumento, quem o mandou
erigir, em que tempo, com que funções no espaço religoso. O que
vejo passa para dentro de mim num jogo de associações, templos,
interiores e torres idênticas. E fico a pensar nos cânticos
arrastados, nem inteiramente suaves nem inteiramente poderosos, a
evocação de Deus conhecido entre tudo, Ele mesmo, que nos ficou
para sempre inscrito, por sucessivas fusões, nas raízes virtuais
que nos sustentam desde a Idade da Sombra.
Rocha de Sousa
4 comentários:
Também este um texto muito interessante de reflexões várias.
Uma belíssima viagem a partir da foto e por meio das tuas palavras!
Da arquitectura à ideia do Arquitecto.
Os cânticos que nos ecoam. Os claustros cheios de sons, desde há tanto tempo!
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