quinta-feira, janeiro 16, 2014

10. Rocha/Desenhamento

O que devo esperar dos meus olhos no instante em que esta fotografia da Licínia entra para dentro deles? Que já vi outros exemplos deste género de património? Que me encanta o tempo ali expresso, as torres espreitadas um pouco em contra-picado, sob um recorte anterior, em contra-luz, na esteira do claustro sustentado por colunas, vistas à direita na sua obliquidade que é defeito da nossa mitigada percepção?.......................
Não sei. Nem sei se é importante identificar o monumento, quem o mandou erigir, em que tempo, com que funções no espaço religoso. O que vejo passa para dentro de mim num jogo de associações, templos, interiores e torres idênticas. E fico a pensar nos cânticos arrastados, nem inteiramente suaves nem inteiramente poderosos, a evocação de Deus conhecido entre tudo, Ele mesmo, que nos ficou para sempre inscrito, por sucessivas fusões, nas raízes virtuais que nos sustentam desde a Idade da Sombra.

Rocha de Sousa

4 comentários:

M. disse...

Também este um texto muito interessante de reflexões várias.

Justine disse...

Uma belíssima viagem a partir da foto e por meio das tuas palavras!

Licínia Quitério disse...

Da arquitectura à ideia do Arquitecto.

bettips disse...

Os cânticos que nos ecoam. Os claustros cheios de sons, desde há tanto tempo!