Foi bom voltar a vê-la passados tantos anos. Continua lá, pousada naquele lugar lindo, a casinha solitária que me encantava em criança quando passeava com a minha Tia Chanel na Tapada da Ajuda. Caminhávamos devagar ao longo da estrada ladeada de arvoredo, de flores, de sombras, a luz a esgueirar-se entre a folhagem. E eu absorvia tudo aquilo, inspirava a leveza do ar, guardava o canto dos pássaros, seguia-lhes o voo breve, tocava a presença do silêncio. Senti o mesmo agora e confirmei, uma vez mais, que entre mim e a Natureza existiu sempre um entendimento muito íntimo difícil de exprimir por palavras.
M
5 comentários:
Foi bom esse encontro e que sorte tudo estar como estava
Esse entendimento ressalta em ti, em tudo o que dizes e escreves, embora aches difícil exprimi-lo.
Quanta ternura nos assoma quando revemos pormenores longínquos que julgávamos apagados dentro de nós!
Sim, amiga, sei o que é esse entendimento. Sinto-o quando me passeio pelo jardim, acompanhando o crescimento dos frutos enquanto ouço a conversa musical das aves que moram por aqui...
O "Capuchinho Vermelho", com a cestinha de cerejas, pela mão da tia-diferente, foi o que me ocorreu com a tua foto.
Palavras para quê e como? Sente-se. Há um refluxo e a intimidade de um sorriso doce, para dentro do tempo passado.
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