Proposta
de Rocha/Desenhamento
Dia
1 - Ao
jeito de cartilha: Proponho-vos
que usemos a sílaba “Pa”
para formar as nossas palavras. O
texto que alguns de nós acrescentarmos é facultativo.
Dia
8 - Reticências
com
a frase “Nada
se vê”
a iniciar o texto. Não esquecer a fotografia.
Dia
15 - Com
as palavras dentro do olhar sobre
fotografia
de Rocha/Desenhamento.
Dia 22 – Jornal de Parede
Dia 22 – Jornal de Parede
Dia
29
– Fotografando as palavras de outros sobre
o poema
Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há ideias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há ideias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.
De POEMAS INCONJUNTOS | Fernado Pessoa enquanto
Alberto Caeiro
(Poesia, Alberto Caeiro, Obras de Fernando Pessoa,
Assírio & Alvim, Setembro 2001)
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