Henri Matisse (1869 - 1954), Palme Blanche sur fond bleu, 1947
Gouache découpée - Tempera - 54 x 40,5 cm
Collection particulière - Private collection
quinta-feira, janeiro 28, 2016
AGENDA PARA FEVEREIRO DE 2016
Proposta
de Benó
Dia
4 - Ao
jeito de cartilha: Proponho-vos
que usemos a sílaba “Mos”
para formar as nossas palavras.
A palavra que cada um apresentar tem que conter a sílaba pedida e
exprimir a imagem que lhe foi associada com sintonia clara entre
ambas. Se houver preferência por um conceito, a regra a aplicar é a
mesma, ou seja, ele tem que ser expresso por uma palavra que tenha a
sílaba pedida. O texto que alguns de nós acrescentarmos é apenas
facultativo e um complemento.
Dia
11 - Reticências
com
a frase “Naquele
dia“ a
iniciar o texto. Não esquecer a fotografia.
Dia
18 – Com as palavras dentro do olhar sobre
fotografia de Benó.
Dia 25 - Fotografando as palavras de outros sobre o excerto
Dia 25 - Fotografando as palavras de outros sobre o excerto
«Era o jantar das crianças. Sonhava a lâmpada o seu rosado lume tépido sobre a toalha de neve, e os gerânios rubros e as maçãs rosadas coloriam de uma áspera alegria aquele idílio simples de caras inocentes. As meninas comiam como mulheres, os meninos como uns homens. Ao fundo, dando o peito a um pequerrucho, a mãe, jovem, loira e bela, olhava-os sorrindo. Pela janela do jardim a clara noite de estrelas tremia, pura e fria.»
Platero e Eu (Susto), Juan Ramón Jiménez, Editora Livros do Brasil
O DESAFIO DE HOJE
Proposta
de Agrades
Dia
28–
Fotografando as palavras de outros sobre
o excerto
«O
silêncio é uma esteira onde nos podemos deitar.
Esteira de poeira cósmica, se eu olhar de novo o céu escuro. Esse azul do céu me lembra o chão do mar. Um mar, afinal, é só um deserto molhado, em vez de homens e camelos, tem peixes e canoas a passear nele. O deserto é parecido com o mar, o mar é parecido com o Universo cheio de estrelas pirilampas.
O deserto podia caber no peito do mar, o mar podia caber no corpo do Universo, o Universo só pode caber no coração das pessoas.»
Esteira de poeira cósmica, se eu olhar de novo o céu escuro. Esse azul do céu me lembra o chão do mar. Um mar, afinal, é só um deserto molhado, em vez de homens e camelos, tem peixes e canoas a passear nele. O deserto é parecido com o mar, o mar é parecido com o Universo cheio de estrelas pirilampas.
O deserto podia caber no peito do mar, o mar podia caber no corpo do Universo, o Universo só pode caber no coração das pessoas.»
Uma
Escuridão Bonita,
Ondjaki, Caminho.
7. M.
quinta-feira, janeiro 21, 2016
AGENDA PARA JANEIRO DE 2016
Proposta
de Agrades
Dia 28– Fotografando as palavras de outros sobre o excerto
«O silêncio é uma esteira onde nos podemos deitar.
Esteira de poeira cósmica, se eu olhar de novo o céu escuro. Esse azul do céu me lembra o chão do mar. Um mar, afinal, é só um deserto molhado, em vez de homens e camelos, tem peixes e canoas a passear nele. O deserto é parecido com o mar, o mar é parecido com o Universo cheio de estrelas pirilampas.
O deserto podia caber no peito do mar, o mar podia caber no corpo do Universo, o Universo só pode caber no coração das pessoas.»
Dia 28– Fotografando as palavras de outros sobre o excerto
«O silêncio é uma esteira onde nos podemos deitar.
Esteira de poeira cósmica, se eu olhar de novo o céu escuro. Esse azul do céu me lembra o chão do mar. Um mar, afinal, é só um deserto molhado, em vez de homens e camelos, tem peixes e canoas a passear nele. O deserto é parecido com o mar, o mar é parecido com o Universo cheio de estrelas pirilampas.
O deserto podia caber no peito do mar, o mar podia caber no corpo do Universo, o Universo só pode caber no coração das pessoas.»
Uma
Escuridão Bonita,
Ondjaki, Caminho.
10. Teresa Silva
Estranha
imagem. Passou um ciclone? Houve uma cheia e o rio arrastou o lixo?
Ou simplesmente alguém resolveu fazer uma arrumação e deitar fora
o que já não precisava?
Teresa Silva
9. Rocha / Desenhamento
Vejo
a esfera com a superfície facetada por vidrinhos em forma de
quadrado, toda a
superfície reflectora, um objecto do recorrente maravilhoso
suspenso
no céu
de
qualquer
sala de entretenimento ou dança
ligeira
- para dizer apenas o essencial.
E
é de facto o que parece, como parece que o lugar
se
desfez por causas indeterminadas, sobrando assim, em destroços de
uma eventual cobertura pouco cuidada.
Mas
se a esfera é o que parece, as barras de madeira são outra coisa,
talvez anterior ao abandono ali dos vidrinhos entretanto e
eventualmente reflectindo o céu da manhã com laivos de nuvens. Seja
como for, a fotografia ilude a história e conjuga destroços com a
esfera das nossas ilusões nocturnas de sonho mágico e desejo.
Rocha
de Sousa
8. Mena M.
Encontrou-o
deitado por terra no meio dos escombros. O corpo, tanto quantos nos é
dado ver, uma massa cinzenta, a cabeça uma bola de vidro. O rosto,
um estranho quadriculado em tons de azul e branco, onde cresce
selvagem uma barba de folhas verdes e flores seca.
Não
se sabe há quanto tempo ali está, tão pouco de onde veio. Não
fora a Agrades ter ali passado, de máquina fotográfica em punho,
teria este estranho ser passado despercebido.
Mena
7. M.
Lembrei-me
dela mal vi esta bola perdida no meio daquele lixo anónimo. Como vai
longe o tempo em que eu ia ao Cinema Restelo, às vezes acompanhada
pelos meus Pais, de eléctrico, com toda a calma do mundo, ao
encontro de algum filme especial. E a bola de espelhos estava lá à
nossa espera, pendurada no tecto alto da sala, e girando, girando,
produzia um efeito muito belo à média luz espalhando luzinhas que
me pareciam estrelas minúsculas a dançar nas paredes em volta.
Lembro-me do fascínio que em mim provocava, mais o gongue a indicar
o início da sessão e os cortinados que vagarosamente se abriam
diante de mim.
Passaram
os anos, a minha vida tomou rumos diferentes noutras zonas da cidade,
o edifício foi transformado num supermercado e escritórios onde
nunca entrei.
5. Licínia
O
insondável destino dos objectos faz-me pensar no insondável destino
dos homens. Do brilho dos salões ao mais apagado recanto da
indiferença. Da vertical do luxo à indigência dos tempos. Todo o
brilho se apaga, toda a cor desvanece, tudo quebra, tudo tomba, tudo.
Na última prateleira, na última gaveta, alguém dirá do objecto:
já não serve, falta-lhe um pedaço, estorva. Mais tarde, alguém o
encontrará num lugar improvável, provisório, ainda, e dirá: como
foi belo, o que o tempo faz.
Licínia
4. Justine
Caiu
o mundo por terra! Ainda com uns laivos de infinito azul, embora já
em pequeninas porções que em breve passarão da cor celeste para o
cinza terroso.
Caiu
o mundo por terra! E caiu no local certo, entre escombros, onde em escombros em breve irá transformar-se…
Justine
3. Bettips
Num
repente dos olhos cépticos, deixo-me levar pela tristeza do mundo,
da terra azul a que tantos dão tão pouca importância.
Bettips
2. Benó
Lembro-me
da primeira vez que vi um globo igual ao da foto. Foi no cinema.
Fomos ver o
“Bucha
e o Estica” no Cinema Restelo, mesmo ao pé de minha casa. Iamos a
pé, às matinés para maiores de 6 anos, e ficávamos encantadas a
olhar para uma esfera que pendia do teto e girava, girava a brilhar
lançando pontos de luz pelas paredes. Era igual à da foto. Mais de
meio século se passou e eis um objeto que fez parte das minhas
tardes de matiné, esquecido, abandonado no lixo entre traves de
madeira que serão, talvez, restos do telhado que sustinha essa bola
mágica.
Benó
1. Agrades
Olhando
a foto, lembro Elis Regina a cantar é de pau, é de pedra, é o fim
do caminho...
Tudo
tem um fim, o pau, a pedra, a bola de espelhos que certamente animou
e reluziu noutros ambientes, tudo se transformará em pó, mais cedo
ou mais tarde.
Agrades
quinta-feira, janeiro 14, 2016
O DESAFIO DE HOJE
Proposta
de Agrades
Dia
14 - Reticências
com
a frase “Antes
que seja tarde”
a iniciar o texto. Não esquecer a fotografia.10. Zambujal
Antes que seja tarde... mas, para tantos,
parece ser sempre tarde.
Porque nasceram de pais que eles
não souberam “escolher”; porque cresceram sem
nunca se endireitarem; porque vivem a más horas,
a destempo. São os deserdados da sorte,
são os que nunca foram herdeiros. Outros virão
que farão do tarde, cedo, porque há, sempre,
um começo renovado e cada um de nós é,
também, o outro. Mas, para tantos, será tarde!
Zambujal
8. Mena M.
7. M.
Antes que seja tarde é expressão usada por aí quando alguém não quer deixar fugir a ocasião de resolver assuntos urgentes, ou pendentes, com receio de os perder no esquecimento. Não conheço a origem da expressão, provavelmente a sabedoria popular observou a vivência real das pessoas nas suas comunidades ao longo dos tempos e acabou por condensá-la desta forma prática. Prática mas arriscada, penso eu, porque há várias sabedorias que por vezes se confrontam ou até se contradizem, fruto de experiências e conceitos diversos como, por exemplo, os que o provérbio Mais vale tarde do que nunca resume. Coitada, a palavra tarde, assim entalada entre outras de estatuto tão diferenciado, deve ficar baralhada com o sentido da sua própria existência. Mas como o gosto de esmiuçar as complexidades da linguagem humana parece enfastiar alguns, há quem encerre o assunto com um firme Mais vale cedo que tarde e tarde que nunca. Pronto.
Ui! Eu calo-me. Mas antes de ir, só mais uma coisa: de momento prefiro que a tarde me faça companhia entre a manhã e a noite. Completamente despojada de futuro.
Ui! Eu calo-me. Mas antes de ir, só mais uma coisa: de momento prefiro que a tarde me faça companhia entre a manhã e a noite. Completamente despojada de futuro.
M
6. Luisa
Antes que seja tarde e a autarquia decida transformar estas sessenta escadas, que tanto subi e desci na minha juventude, em quaisquer escadas rolantes ou aplicar-lhe um elevador amarelo, fui a correr tirar-lhe esta foto. São as escadinhas da Amargura em Alenquer, único acesso à casa onde morei durante anos.
Luisa
5. Licínia
4. Justine
3. Bettips
2. Benó
Antes que seja tarde, torna-se necessário ir fazer um curso de fotografia para aprender como usar, devidamente, uma máquina fotográfica. Imagens desfocadas a parecer dia de nevoeiro só revelam aselhice de quem não sabe fotografar. Ou talvez não, e seja falta de vista, cataratas ou miopia. Ou uma simples brincadeira. Fico nesta.
Benó
segunda-feira, janeiro 11, 2016
JANEIRO
quinta-feira, janeiro 07, 2016
AGENDA PARA JANEIRO DE 2016
Proposta
de Agrades
Dia
14 - Reticências
com
a frase “Antes
que seja tarde”
a iniciar o texto. Não esquecer a fotografia.
O DESAFIO DE HOJE
Começámos bem o ano. Neste primeiro desafio de 2016 há uma variedade imensa de palavras. Parece que acordámos todos da letargia de dezembro. Eu por mim falo, que há algum tempo não converso aqui com cada um na sua assoalhada com uma janela aberta para o espaço.
M
Proposta de Agrades
Dia
7 - Ao
jeito de cartilha: Proponho-vos
que usemos a sílaba “Ve”
para formar as nossas palavras.
A palavra que cada um apresentar tem que conter a sílaba pedida e
exprimir a imagem que lhe foi associada com sintonia clara entre
ambas. Se houver preferência por um conceito, a regra a aplicar é a
mesma, ou seja, ele tem que ser expresso por uma palavra que tenha a
sílaba pedida. O texto que alguns de nós acrescentarmos é apenas
facultativo e um complemento.
10. Teresa Silva
9. Rocha/Desenhamento
4. Justine
Veneração
Foto de um nicho no mercado de Santo António, na ilha do Príncipe. Será uma foto um pouco iconoclasta, mas não resisti…
Justine
3. Bettips
Veraneantes
Porque hoje chove muito
e os prédios em frente da janela flutuam como navios no nevoeiro,
procurei uma fotografia feliz. O Verão tem sempre, para mim, os
sinais do vaivém das ondas e do infinito do mar. Muitos azuis. Os
sintomas alegres da liberdade e dos dias compridos. A frugalidade das
roupas e uma calma sossegada. Mesmo que deles veja apenas um
bocadinho de areia e água e me limite a olhar uma fotografia do
passado.
Bettips
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