O
insondável destino dos objectos faz-me pensar no insondável destino
dos homens. Do brilho dos salões ao mais apagado recanto da
indiferença. Da vertical do luxo à indigência dos tempos. Todo o
brilho se apaga, toda a cor desvanece, tudo quebra, tudo tomba, tudo.
Na última prateleira, na última gaveta, alguém dirá do objecto:
já não serve, falta-lhe um pedaço, estorva. Mais tarde, alguém o
encontrará num lugar improvável, provisório, ainda, e dirá: como
foi belo, o que o tempo faz.
Licínia
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