Apenas
uma casa…
… e
é, apenas, A CASA
(diria
o Neruda, se esta fosse a sua, LA CASA).
Desta
casa gosto de falar. Conta-me tanto…
No
começo de tudo,
com
serventia para os currais e para o forno,
para
se ir dar a comida ao gado, para fazer uma merendeira;
para
se sair para a fazenda, enxada às costas,
para
regressar, corpo cansado, pelas avé-marias.
Depois…
depois cresceu um pouco por dentro, mudando;
adaptando-se
a nós e à nossa constante adaptação.
Sem
mudar. Nem ela, nem nós!
Aqui,
nasceu meu pai. Aqui, gostaria eu de ter nascido.
Aqui,
naturalmente, morro um dia de cada vez,
e
nasço, cada manhã, ao viver a alegria de estar vivo
e
de saber porquê e porquê com quem.
8.3.16
Zambujal