Proposta
de Benó
Dia
27
– Fotografando
as palavras de outros sobre
o
texto
"Nunca
descobri como o meu irmão fazia mas começava por sentir uma espécie
de diferença na casa e não sei explicar isto, a minha filha e o meu
marido continuavam a dormir e os cheiros não mudavam, não mudavam
os móveis, não mudava eu, as flores quietas elas que à mínima
presença um frenesim de caules, a tampa da terrina, tão melindrosa,
calada, um cano a suspirar no interior da parede...."
António
Lobo Antunes "O meu nome é Legião" 2ª edição da D.
Quixote/2007/Edição ne varietur. Pag. 205
4 comentários:
Qualquer "antiquário" esfregaria as mãos ao ver e escolher as várias terrinas "caladas", eh eh eh!
Um texto intimista, como os são todos, acho, de ALA.
Ressalvo, do conjunto, a criatividade das flores-caladas do Zé Viajante, e de M. + Justine, as portas entreabertas "onde não mudavam os móveis" e nem "mudava eu". Assim somos, de memórias espantadas e reflexivas.
Abçs
Vantagem absoluta das terrinas melindrosas.
Segundo lugar para as casas que se deixam (e muito bem) espreitar.
Em terceiro, isoladas, as flores em seu (do Zé) sossego.
Este é só um apuramento de resultados em função da quantidade de participantes.
Quanto à qualidade (excelente), todos ex-aequo!
As terrinas venceram. Era um texto pouco dado a devaneios, sem muita escolha mas conseguimos safar-nos bem deste desafio. Obrigada .
As terrinas de antigamente, as casas que permanecem, as flores de sempre: é o passado a fazer parte do nosso presente e a dar-lhe consistência, cheiro, sabor!
É bonito aquilo que nós fazemos neste pequeno grupo de amigos!
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