quinta-feira, junho 27, 2019

CHEGADOS AO FIM DE JUNHO...

E assim ficamos hoje, que já apetece algum tempo de pausa nas nossas tarefas semanais. 
Voltaremos a encontrar-nos aqui em setembro para os habituais desafios, se assim o desejarem. Entretanto, como combinado, espero que nos vejamos dentro de dias.
Obrigada pela vossa companhia durante estes meses que passaram a correr e nós com eles. Ou o contrário, mas isso talvez seja indiferente, o importante é o que fica.
Até breve! Ou inté!, como gosto de dizer.
M

O DESAFIO DE HOJE

Proposta de Mena
Dia 27 - Fotografando as palavras de outros sobre o poema

Tempo Livre

Numa tarde de domingo, em Central Park, ou
numa tarde de domingo, em Hyde Park, ou
numa tarde de domingo, no jardim do Luxemburgo, ou
num parque qualquer de uma tarde de domingo
que até pode ser o parque Eduardo VII,
deitas-te na relva com o corpo enrolado
como se fosses uma colher metida no guarda-
napo. A tarde limpa os beiços com esse
guardanapo de flores, que é o teu vestido
de domingo, e deixa-te nua sob o sol frio
do inverno de uma cidade que pode ser
Nova Iorque, Londres, Paris, ou outra qualquer,
como Lisboa. As árvores olham para outro sítio,
com os pássaros distraídos com o sol
que está naquela tarde por engano. E tu,
com os dedos presos na relva húmida, vês
o teu vestido voar, como um guardanapo,
por entre as nuvens brancas de uma tarde
de inverno.
Nuno Júdice, in "Meditação sobre Ruínas", Lisboa Quetzal Editores, 1996

13. Zambujal



Em meditação sobre ruínas de um parque qualquer de uma cidade algures no tempo, pode ser Ourém… 
Zambujal

12. Teresa Silva

11. Rocha/Desenhamento



Banda de imagens interligadas como certas memórias do poema de Nuno Júdice («Tempo Livre») «Meditação sobre Ruínas», de 1996.
Rocha de Sousa

10. Mónica



"A tarde limpa os beiços com esse guardanapo de flores, que é o teu vestido de domingo"

9. Mena M.



«... ou num parque qualquer de uma tarde de domingo...»

8. Margarida

7. M.

6. Luisa

5. Licínia



"num parque qualquer de uma tarde de domingo" 

 (Exactamente numa tarde de domingo, num parque em Bruxelas.)

4. Justine



(fotografia em Central Park, NY, um domingo de picnic na relva!)

3. Isabel



"...o teu vestido de domingo..."

2. Bettips



"... numa tarde de domingo, no jardim do Luxemburgo..." 

1. Agrades

quinta-feira, junho 20, 2019

AGENDA PARA JUNHO DE 2019

Proposta de Mena
Dia 27 - Fotografando as palavras de outros sobre o poema

Tempo Livre

Numa tarde de domingo, em Central Park, ou
numa tarde de domingo, em Hyde Park, ou
numa tarde de domingo, no jardim do Luxemburgo, ou
num parque qualquer de uma tarde de domingo
que até pode ser o parque Eduardo VII,
deitas-te na relva com o corpo enrolado
como se fosses uma colher metida no guarda-
napo. A tarde limpa os beiços com esse
guardanapo de flores, que é o teu vestido
de domingo, e deixa-te nua sob o sol frio
do inverno de uma cidade que pode ser
Nova Iorque, Londres, Paris, ou outra qualquer,
como Lisboa. As árvores olham para outro sítio,
com os pássaros distraídos com o sol
que está naquela tarde por engano. E tu,
com os dedos presos na relva húmida, vês
o teu vestido voar, como um guardanapo,
por entre as nuvens brancas de uma tarde
de inverno.

Nuno Júdice, in "Meditação sobre Ruínas", Lisboa Quetzal Editores, 1996

O DESAFIO DE HOJE



Dia 20 - Com as palavras dentro do olhar sobre fotografia de Mena.

13. Zambujal

pouca terra!, pouca terra!… e muito céu…
Zambujal

12. Teresa Silva

Estranha foto. Num primeiro olhar parecem nadadores numa piscina. Quando se amplia, percebe-se que estão pessoas sentadas à mesa possivelmente num restaurante. Interessante o efeito de quem capta um instante indo a uma grande velocidade (possivelmente numa viagem de comboio?).

Teresa

11. Rocha/Desenhamento

Este desafio passa por dentro das informações neuronais que os olhos ajudam a formar-se em termos da nossa mobilidade perceptiva, visual, refazendo em sonho, pluralidade e medo uma repetição de um primeiro impulso, talvez, e com a soma das janelas para um só personagem, sombras, tempestade e fogo.

Rocha de Sousa

10. Mónica

E imediatamente a seguir entrei noutra dimensão.
Mónica

9. Mena M.

Ao olhar pela primeira vez esta minha fotografia no computador, surpreendeu-me o resultado.
Perguntei-me: - O tempo corre ou somos nós que corremos no tempo?
 
Mena

8. Margarida

Leituras sobre carris.

Margarida

7. M.

Encontros desfocados.

M

6. Luisa

Muito se pode imaginar ao ver esta fotografia. Eu vejo aqui uma viagem de comboio em alta velocidade. Uns aproveitam o tempo para pôr em dia a sua agenda, embora lhe seja difícil controlar o computador. Outros tentam seguir a paisagem, bloqueada de vez em quando por pontes e aquedutos, sempre na esperança de ver rios, mares ou simplesmente um campo de malmequeres.
Luisa

5. Licínia

Mas que efeito dramático! A materialização do movimento, como se a corrida à desfilada da paisagem deixasse o rasto no interior da carruagem. Se não é nada disto, foi o que vi e fiz acontecer.
 
Licínia

4. Justine

Excelente exercício fotográfico, conseguindo a artista transformar, com esse exercício poderoso, uma banal carruagem de comboio numa paisagem onírica e misteriosa, que nos faz viajar para um país imaginário. Impressão sublinhada pela opção do p&b.

Justine

3. Isabel

Uma janela de comboio?...
Tal como o comboio que corre, também os dias correm e nos fogem, cada vez mais depressa, à medida que os anos somam.
Mas não importa. O que é preciso é viver cada dia intensamente e com autenticidade.
Eu agradeço todos os dias à vida!

Isabel

2. Bettips

A pressa descolorida dos dias obrigatórios.

Bettips

1. Agrades

Gosto destas fotos enigmáticas que dão aso a muitos pensamentos, muitas leituras. No entanto, a que me assalta, é a vida a passar e as pessoas à espera... 
Agrades

quinta-feira, junho 13, 2019

AGENDA PARA JUNHO DE 2019



Dia 20 - Com as palavras dentro do olhar sobre fotografia de Mena.

O DESAFIO DE HOJE

Proposta de Mena
Dia 13 - Reticências com a frase “Há uma magia especial a iniciar o texto. Não esquecer a fotografia.

12. Zambujal



Há uma magia especial no sorriso das crianças, diria mesmo que há um quase sortilégio que se insinua mas não se desvenda nas expressões das crianças africanas, tão humanas, tão sedentas de futuro, de um futuro que não será o seu mas que se adivinha possível. 
Zambujal

11. Rocha/Desenhamento



Há uma magia especial nesta bela pintura onde se lembra a morte de Leonardo da Vinci. Passados muitos anos, a técnica foi apurada no respeito natural pelo momento, entre humanos murmurando palavras e preces, ressuscitando gente e memórias. 
Rocha de Sousa

10. Mónica



Há uma magia especial nos olhos fechados de um gato, como se fizessem força para os fechar, parados, anestesiados, inebriados, dormitam, contagiam-me, apetece-me imitá-los, apetece-me ser gato, por uns instantes, fechar os olhos com força, aquecer as pálpebras ao sol, não me digam nada que vou começar a ronronar. 
Mónica

9. Mena M.



Há uma magia especial nos encontros com as coisas simples e belas da natureza. Hoje, durante a aula de equitação das meninas, fui dar um passeio pelo campo. Estava muito calor, prenúncio de trovoada, que chegou umas horas mais tarde. As searas ondulavam ao sabor do vento que soprava forte, fazendo-me lembrar o mar caprichoso de Santa Cruz, que corre por vezes em carreirinhas desordenadas. Senti-me abençoada! 
Mena

8. Margarida



Há uma magia especial na relação que temos com o outro. Seja uma relação homem-mulher, seja uma relação mãe-filho, seja uma simples e amigável relação animal-animal. Este elo - por vezes invisível e indizível - guarda em si detalhes e nuances únicas, pormenores e subterfúgios silenciosos, emoções e sentimentos oscilantes, carícias explícitas ou raivas contidas, lembranças por vezes unívocas. E beleza também! Com a idade vai-se pesando o que vale ou não a pena. Apesar de ser consensual que nem a vida nem o tempo se compadecem com questiúnculas de somenos importância, todos somos seres vulneráveis, sensíveis, emotivos e frágeis e em algum ponto quebramos. É nesta quebra que reside a diferença. E é também nesta quebra que reside a capacidade de elevação e de fazer daquele momento o tal momento de magia. 
Margarida

7. M.



Há uma magia especial na beleza em movimento. 
M

6. Luisa



Há uma magia especial no assistir ao espectáculo do mar a convidar as rochas a bailar com ele.
Luisa

5. Licínia



Há uma magia especial nas paisagens que se abrem à nossa passagem, a dar-nos a ilusão de um outro tempo, silencioso, indolor, infinito. 
Licínia

4. Justine



Há uma magia especial numa casa em ruínas. Alguma obscuridade envolve sempre uma casa abandonada, parece que o sol se recusa a iluminar ruínas, mesmo que nelas caia a pique. E depois há o mistério das razões que obrigaram os habitantes da casa a sair: morte? separações? intrigas? desentendimentos? E as perguntas permanecem sempre sem resposta. Dá-se asas à imaginação e pode criar-se uma história de amor e felicidade ou um drama de dor e morte. Mistério, desconhecimento, beleza, decadência, criatividade, imaginação – tudo isto constitui a magia especial de uma casa em ruínas. 
Justine

3. Isabel



Há uma magia especial em cada árvore que se despe, no Outono; se cobre de luz, no Inverno e floresce na Primavera, numa explosão de cheiro e de cor. É o poder maravilhoso da Natureza! 
Isabel

2. Bettips



Há uma magia especial junto da água, com a gente, as figurinhas que me vêm do fim do tempo, recortadas na paisagem. 
Bettips

1. Agrades



Há uma magia especial naquele minuto que antecede o ano novo: o foguete sobe, estala, explode e desaparece... 
Agrades

quinta-feira, junho 06, 2019

AGENDA PARA JUNHO DE 2019

Proposta de Mena
Dia 13 - Reticências com a frase “Há uma magia especial a iniciar o texto. Não esquecer a fotografia.

O DESAFIO DE HOJE

Proposta de Mena
Dia 6 - Ao jeito de cartilha: Proponho-vos que usemos a sílaba “ba para formar as nossas palavras. O foco tem de estar todo, e apenas, na ligação entre a palavra que escolhermos para a sílaba proposta e a fotografia que a expressará, quer se trate de um objecto ou de um conceito.

12. Zambujal



Baloiço
  
(a banhos na Trafaria, anos 40… do século xx)

11. Rocha/Desenhamento



Baladas primaveris

Babando primeiro a tela, com a baba das tintas, a pintora Isabel Sabino povoa tudo bagas e folhas, letras de palavras badaladas, bandas sonoras, baladas primaveris, excelente opereta das coisas soltas e atadas ao jardim das árvores verdes e quentes, fracturantes, bandeando em volta, cénicas, rumando pelo calor do tempo quente ou de uma paisagem em regime de balada.

JM Rocha de Sousa

10. Mónica



Batedeira

9. Mena M.



Esbatida

Isto é um trabalho meu, uma experiência em transferir imagens de jornal ou revistas para o papel, através de uma placa à base de gelatina. Pincela-se a placa com tinta acrílica à base de água, põe-se o que queremos transferir por cima da tinta, passamos com um rolo e depois "pela-se" a imagem e na placa fica a matriz, dá-se mais uma camada de tinta numa cor contrastante e aplica-se-lhe uma folha de papel em branco por cima, Alisa-se e passa-se de novo o rolo et voilà a transferência está feita. Nem sempre resulta, dependendo da qualidade da impressão original. É engraçado e fica-se curioso em ver os resultados. É uma espécie de monotipia, pois só se pode imprimir uma vez.

Mena

8. Margarida



Arrebatadora “pérola adriática”

7. M.



Balaustrada

(Sé Catedral de Viseu)

6. Luisa



Badalo

Esperemos que depois da obra o sino da igreja com o seu badalo volte a animar a terra.
Luisa

5. Licínia



Baleal

4. Justine



Batida ao vento

3. Isabel



Bata

2. Bettips


Batismal

(Pia batismal original, do séc. XVI, na Igreja de Santa Margarida, em Pêro Guarda.)

1. Agrades



Barris 

(Barris de vinho do Porto da Quinta da Pacheca.)