Ao lusco-fusco a
indecisão das cores
traz-nos paisagens
de cidades
que nunca passeámos,
mas contemplamos na penumbra do adormecer
com os olhos cansados de certezas,
de exactidão.
Ao lusco-fusco pensamos paz
e amaciamos a palavra
com um vapor de nuvem.
Os braços aconchegam o voo dos pássaros.
Acendem luzes na cidade.
Na casa da noite já se pôs a mesa,
já se fez a cama.
É a hora do anil e da saudade.
Licínia
(Fotografia de um anoitecer em Chaves)
1 comentário:
A mesa da noite e o fluir dos tempos. A saudade de lugares onde nunca passeamos.
Enviar um comentário