“Ignoro o que seja a flor da água” afirma Eugénio de Andrade. No dizer dos cientistas, água é H2O. Dois átomos de hidrogénio e um de oxigénio, bem juntinhos, nas condições ideais de pressão e temperatura. Sem mistérios. Mas os poetas, esses seres que se dedicam a complicar tudo o que é simples, perguntam o que é a água. Olham-na, molham nela as palavras para que escorram pelos poemas. Mergulham até ao fundo dos lagos sem precisarem de deixar as margens. Bebem a chuva sem mexer os lábios. Cumprimentam as estrelas espelhadas nos charcos. Muitas vezes, ficam com os olhos rasos da água que não conhecem.
Licínia
(Mãe d’Água, Amoreiras)
5 comentários:
Encantador o teu texto, Licínia!
E a Mãe d´Água tem o condão de nos transportar para outros mundos...
Um discorrer belo sobre a Água e a Mãe. Os poetas que a provam com os sentidos despertos.
B
Muito belo este teu poema, a fazer parte deste lugar tão especial que é a Mãe d'Água.
acho que o Eugénio ficou babado de inveja :) muito mais bonito que o dele
Lindo o teu texto
Luisa
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