A maior parte das coisas de que gosto nem são das coisas que mais gosto, de comer, entenda-se, mas, e muito, o que elas representam. E estes sinais de Outono têm uma cor que condiz com elas, as castanhas. Se tivesse um castanheiro… havia de espreitar as semanas em que as flores se transformaram em frutos-ouriços, em que estes se abriram num riso, desprendendo-se dos ramos e caindo no chão. E dentro deles, um segredo bem guardado, sozinhas ou aos pares, a lustrosa cobertura das castanhas. Dentro delas, ainda uma pele mais clara, amarga e bem agarrada para lhes chegar ao âmago. Nas minhas habituais conjecturas, penso como tantos sentimentos, ou palavras, nas pessoas se lhes assemelham.
Bettips
5 comentários:
Uma observadora refinada da Natureza e das Gentes
Luisa
Luísa era o que ía dizer! Gostei da reflexão
Verdade verdadinha, Bettips!
Um texto poético muito belo, a partir das coisas que a natureza nos oferece ( e também se "come" com os olhos, B.)
(Quanto às maçãs, continuam a cheirar bem em cima dos mesmos móveis…)
Um outro tapete que a Natureza nos oferece (incluindo a natureza humana...).
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