Não sei que flores silvestres são estas mas lembrei-me das maias, umas flores amarelas que florescem por esta altura do ano em trás-os-montes e deixam o ar empestado e as superfícies cobertas de um pó amarelo, muito mau para as alergias, ensinaram-me que chegando a Maio se deve fazer um ramo de maias e pendurá-las na albarda da porta, no ferrolho do portão, num gancho pregado na parede, na carroça do burro, para dar sorte na colheita do verão que se aproxima, não havendo nem duns nem doutros, apanham-se as maias para manter a tradição, o pretexto de uma ida a Bustelo, andar pelo campo, conhecer as novidades, a vinha, a leira das batatas, as amoras ainda verdes, a reca, as galinhas, as patas atrevidas, ser olhado de soslaio pelos vizinhos, os verdadeiros campestres silvestres de espécie autóctone trocistas “ahhh andais às maias”, e o fatídico “este ano” assim ou assado de um queixume qualquer, e depois o lanche, a bola de carne, o chá, o bolo, o queijo, os enchidos, o pão, tantas coisas boas improvisadas pela mão habilidosa de muitas artes, a generosidade e a hospitalidade dos Azevedos, deu-me a saudade.
Mónica
7 comentários:
Muito vivo este teu texto, Mónica, senti-me perfeitamente integrada no ambiente que descreves. Um campo apetecível.
Apetece estar aí
Luisa
Um regresso às raízes, à natureza. E um texto rico de perfumes, sabores e costumes!
Sinto-me transportada pelo teu discorrer... e em Pombal, lá para o Tua profundo, havia os "Azevedos", todos nossos primos como se usava! Gente como essa, das coisas boas que descreves.
Mónica: devias escrever. Os teus relatos, reais ou imaginários, são tão verdadeiros e palpáveis que nos sentimos lá dentro. Isto é ser escritor!
Até eu que nunca lá fui, fiquei com saudades!!!
fui à net e acho que as maias são as giestas
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