quarta-feira, janeiro 05, 2022

4. Licínia

temos medo que a memória

não guarde os gestos de abraçar

ou de beijar ou simplesmente

de aflorar a pele de um outro rosto

com as polpas dos dedos

trementes de aflição

 

assim vamos vivendo

dia sim amor não

 

Licínia

5 comentários:

Margarida disse...

Que lindo texto, Licínia. É teu?

Anónimo disse...

Bonito texto que sinto como se tivesse sido pensado por mim
Luisa

Licínia Quitério disse...

Margarida, é um excerto de um poema meu a incluir no próximo livro. Quando o texto não é meu sempre cito a autoria.

Justine disse...

O medo, sim, sempre o medo a espreitar!

M. disse...

Um outro modo de resistir às adversidades: dizer de maneira tão bonita o que te vai na alma.